Prólogo

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Prólogo

A mira não estava mais trêmula. Era surpreendente que com tão pouco tempo de uso, a proficiência na arma estivesse tão elevada. Também, quando se fala em sobrevivência, o ser humano é o animal que mais se supera. Através da mira ele observava o movimento da rua. Outrora tão movimentada e cheia de vida, hoje a Avenida João Durval estava um caos. Carros estavam revirados, amassados e jogados uns sobre os outros; alguns ônibus estavam arremessados sobre umas casas; os postes estavam no chão; o asfalto estava quebrado; muitas casas estavam reviradas; era possível até mesmo ver eletrodomésticos no meio da rua. A noite era iluminada pela lua e pelos focos de incêndio que espalhavam por toda a cidade.

Os olhos vagueavam por qualquer canto em que sua vista alcançasse. Nenhum detalhe poderia escapar despercebido. Nestas horas a adrenalina acelera a ponto de fazer um homem comum praticar proezas, como inclusive, enxergar no escuro. Afinal, sua missão, no topo daquela construção era garantir a sobrevivência.

De repente ele parou de mirar. Engatilhou a arma e apontou num ponto escondido no meio dos destroços de um carro. Acurou a mira e distinguiu o que era. Era uma pessoa. A julgar pela farda que usava era um Policial Militar... Estava vivo.

Abaixou a arma. Desconcertado, ele parecia inquieto. Precisava pensar rápido e mudar os planos. Olhou ao redor como quem procura algo, mas nada acha. A verdade é que do alto da construção ele só podia ver duas coisas: a destruição e Eles... Por toda parte...

Sangue entre os dedosWhere stories live. Discover now