Capítulo 2 | Amor secreto.

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Sofia

Eu e o Stefan nos conhecemos desde que nascemos. O meu pai é órfão e cresceu em um orfanato. Quando completou a maior idade, ele teve de sair do orfanato e arrumar um emprego. Foi quando conheceu os pais do senhor Richard Jones (pai do Stefan). Meu pai trabalhou para eles na pequena oficina mecânica que o avô do Stefan tinha. E foi através dele que o meu pai conseguiu apoio para estudar medicina e, por causa disso, papai é muito grato aos Jones. Até hoje eles são como uma família.

Sean, eu e Stefan crescemos juntos. Stef foi meu grande apoio depois que a minha mãe morreu. Só que ele também é o garoto que faz o meu coração secretamente bater mais forte. Eu nunca tive coragem de falar para ele sobre o que eu sinto, e reprimo as minhas frustrações todas as vezes em que ele me apresenta a uma de suas namoradas.

Enquanto caminhamos pelo corredor em direção a nossa sala de aula, Jessica, uma garota super gata que é nossa colega de turma (e umas das paqueras de Stefan), se aproxima de nós rebolando exageradamente como se estivesse desfilando em uma passarela.

"Oi gato! Nos vemos hoje à noite?", pergunta com uma malícia um tanto exagerada para essa hora da manhã.

"Poxa, gata! Infelizmente hoje eu não posso.", diz Stefan na maior cara cínica da face da terra. "E vou estudar na casa de Sofia, né Sof?", ele me cutuca com os dedos para que eu concorde com a sua mentira.

"Sim, sim. Temos muito o que estudar.", acoberto-o.

Sim. Stefan é mulherengo. E sim. Eu sou o ponto de escape que ele usa para se livrar das garotas. - Aff!

Stef não fica sozinho nenhum dia sequer. Sempre está engatando um namoro (ou lance) atrás do outro. Ele fica com as garotas mais bonitas e populares da cidade e é por isso que eu nunca confessei os meus sentimentos por ele. Sempre acreditei que meninos como ele: populares e lindos. Nunca se apaixonariam por garotas como eu: gordinhas e nerds.

"Você não sabe o que está perdendo!". Jessica não disfarça a cara de desgosto por levar um fora e caminha em direção a sala de aula pisando duro no chão.

"Acho que o espírito de Gisele Bündchen finalmente desencarnou do corpo dela agora.", Stefan zomba baixinho.

Eu solto um risinho com a piada dele.

"Valeu, Sof! Te devo uma!", sorri mostrando-me uma piscadela cínica.

É preciso muito óleo de peroba para passar naquela cara de pau dele!

"Você me deve muitas!", exclamo aproximando o meu rosto no dele. "Quantas vezes eu já livrei a sua cara dessas garotas?", indago tocando com o meu indicador na ponta do seu nariz.

Stefan sorri docemente sem mostrar os dentes e meneia a cabeça em concordância.

"Certo! Preciso começar a quitar as minhas dívidas com você. Por onde eu começo?", pergunta.

"Pelo tanto que eu já lhe acobertei... Só se você pagasse o meu lanche durante um ano inteiro!", ironizo.

"Fechado!", concorda com um largo sorriso.

A campa da escola toca sinalizando que a primeira aula vai começar. Eu e o Stefan somos os primeiros a entrar na sala. Sento-me na minha carteira e ele senta-se em outra ao meu lado, como sempre costumamos fazer. Meu irmão entra na sala ao lado do Erick, que também é nosso amigo.

Erick joga pelos Wolves MHS junto com os meninos e é um garoto muito, muito gato. Ele é alto e mais musculoso que o Sean e o Stefan. Erick é negro dos cabelos bem baixos, passados na máquina dois ou três, eu diria. Tem os lábios carnudos e um sorriso bem branco e largo, daqueles dignos de propaganda de creme dental.

Era para ser você. DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora