Capitulo 40

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Terceiro dia nesse inferno, estou me sentindo fraca, e minhas unhas estão arroxeadas, meu ritmo cardíaco está acelerando e eu sinto que vou desmaiar "preciso fazer uma refeição, preciso" eu digo usando todas as minhas forças "irão trazer a sua comida" um deles solta "eu preciso comer bem, eu sempre gastei muita energia, preciso repor, por favor" eu digo "infelizmente, o que vai comer é o que já come" ele cospe, eu me sento e pela segunda vez na minha vida, lágrimas de desespero inundam o meu rosto.
Harry POV
Eu já tentei de todas as formas e nada adianta, eu não sei onde ela pode estar "oi cara" o Liam diz quando entra, todos estão muito cabisbaixos, mas o máximo que eu consigo fazer é olhar pra ele como se o cumprimentasse "cara numa estação de metrô acontecer tudo isso" ele diz e as palavras dele despertam uma coisa em mim "o que?" Eu digo para que ele repita "numa estação de metrô acontecer tudo isso" ele repete "vamos" eu digo levantando, ele parece não entender mas me segue "vamos pra estação de metrô" eu digo e ele entra pra dirigir, eu não acredito em sinais, mas juro que se eu a encontrar, eu passo a acreditar "Paine, você vai ficar dentro do carro, e o gps vai estar comigo, se eu não aparecer você rastreia, e se algum carro suspeito sair você segue" eu digo "sim chefe" ele diz e eu entro na estação, tem um apito, ouço carros passando, ela disse a Megan, mas a dez metros seria impossível, só que ela ouvia algo, talvez fosse o trem, será que é aqui, aí eu preciso saber, quando dou conta do que está acontecendo vejo dois homens com traços árabes seguindo para um mesmo lugar afastado, preciso segui-los, mando uma mensagem ao Liam, pra chamar a Megan, preciso de reforço, não sei em quantos são, ando tentando despistar e como eu imaginava eles desceram uma espécie de rampa, encostaram a porta, e existe um aviso de pessoal autorizado, canalhas, espero um pouco e começo o descer "ela vai morrer se não a alimentarmos" um deles que não parece tão ruim diz "estamos alimentando" o outro diz, esse parece um caralho "ela precisa comer mais do que isso, é uma policial, gasta energia o tempo todo, também está drogada e..." o árabe não tão ruim assim começa e meu coração se tranquiliza um pouco por saber que ela está aqui "chega, isso aqui não é hotel" o infeliz interrompe "eu vou levar mais um pouco de sopa pra ela" ele diz e leva um prato e os outros saem dali, o que eu agradeço assim posso segui-lo "oi" ele diz passando a comida pelo buraco da porta "eu preciso sair, ou eu vou morrer" ela diz e a voz dela está rouca e sinto como se ela estivesse tremendo "eu sei disso, mas eu não posso fazer nada, a não ser tentar te ajudar assim, ou o Iyalah me mataria, ele é meu irmão, mas seu coração é uma pedra" ele diz e por incrível que pareça, consigo sentir sinceridade "por favor manda um bilhete para a agência" ela implora "mãos para o alto" eu digo e aquele árabe levanta a mão "Harry" ela suspira "abra a porta" eu cuspo "eu não estou com a chave eu juro" ele diz "não atire nele, ele não tem a chave" ela pede "preciso que consiga à chave" eu digo "você acha que eles me dariam assim?" Ele diz "acho que é mais fácil darem pra você do que pra mim" eu digo e ele vai "Harry" ela diz chorando e se encostando na porta "eu te achei" eu digo e ela chora ainda mais "eu achei a chave" ele diz e um tiro acerta o braço dele "traição Imalaha?" Aquele árabe filho da puta diz e eu pego a chave "devolva a chave ou eu atiro na cabeça dele" ele continua "não devolva, eu me encontrarei com Alah, não devolva" ele diz e eu aponto a arma pra cabeça daquele outro que aperta o gatilho "é meu amigo ainda não é a hora de se encontrar com esse tal cara" eu digo para aquele que nos ajudou, quando vejo que a arma está  sem munição "mãos ao alto" eu digo e atiro na perna dele "não me aguentei" eu digo e nesse momento aparecem todos da agência inclusive a Celina e cada um sai com pelo menos dois caras daqueles algemados e eu abro a porta, a Electra olha pra mim e consegue dar um passo na minha direção a adrenalina sai e ela desmaia.
Electra POV
Quando abro os olhos vejo uma multidão de repórteres e eu estou sendo carregada pelo Harry, que desvia de todos eles, meus olhos estão se fecham sozinhos e a sensação de fraqueza está me matando, então resolvo me render e tudo se apaga.
"Faz um acesso" eu ouço uma doutora dizer enquanto muitos enfermeiros empurram a minha maca "bem vinda de volta agente" ela diz e eu sinto lágrimas involuntárias escorrerem do meu rosto, estou cansada, estou atordoada, sem forças, estou no chão, luzes piscam na minha cabeça, e meu coração está pulsando tão fraco que tenho intensas dores, sinto que a minha fraqueza vai me levar cada vez mais abaixo, não sei se consigo, meus olhos se fecham contra a minha vontade "agente eu preciso que reaja, não se entregue agente" a médica diz "pressão caindo" a enfermeira avisa, e eu não consigo, não consigo "iniciar massagem cardíaca" a enfermeira diz "ainda não" a doutora diz "agente, eu preciso que reaja, só um sinal" ela diz e eu junto todas as minhas forças para abrir os olhos "iniciem adrenalina" ela diz e tudo se apaga novamente.
Quando acordo de novo me sinto fraca mas muito melhor, abro os olhos e vejo o Dom na sala, eu achei que seria o Harry, mas também agradeço por ser o Dom, preciso falar com ele "é Hulk" ele diz com lágrimas nos olhos e com uma voz trêmula então percebo que é real, não estou mais naquele lugar "foram tantas emoções" ele diz com humor mas falha quando mais uma lágrima escorre "obrigada mestre" eu digo e ele olha "o famoso caso em que o aprendiz superou o mestre" ele diz e eu sorrio "preciso da sua ajuda" eu digo e ele estranha mas parece prestar atenção "preciso treinar, eu não consegui sair" eu digo e ele vira os seus olhos marejados "era humanamente impossível, eu fui no local e não dava pra abrir aquela porta" ele diz "eu não sou humana Dom, eu quero treinar a ponto de estourar aquela porta" eu digo, como se nenhuma dessas palavras machucassem ainda mais o meu corpo "eu não vou fazer isso você não vai se matar com a minha ajuda" ele diz "Dom..." eu começo "não, nada de Dom, eu não sou obrigado a fazer isso, chega, não se cansa, você faz de tudo pra que as pessoas não se preocupem com você mas a verdade é que as pessoas se importam, seus amigos choraram e se desesperaram nesses dias sem você, você pode não se dizer humana, mas nós somos" ele diz soltando o nó que eu senti que havia em sua garganta e sai me deixando sozinha com meu pensamentos firmes e bagunçados, eu preciso lutar, eu preciso saber com quem estou lidando, eu tenho um inimigo, eu tenho um foco, meu adversário e meu objetivo são fortes, fortes a ponto de quase me matar, mas eu vivi eu fui mais forte e nunca mais vou passar por uma situação de fraqueza ou de submissão, eu vou conseguir, ou eu mato, ou eu morro, e eu não quero morrer, e não vou morrer, qual é o seu foco? Meu subconsciente pergunta e a minha resposta é simplesmente destruí-lo, destruir a quem? O meu subconsciente insiste, James Hansen, eu tenho que destruir James Hansen, então o que você vai fazer? Essa pergunta surge e a resposta corre nas minhas veias, eu vou desestabilizar, amedrontar e então eu vou destroçar.

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