Saint
—Não, Pérola. Aqui, assim. -posiciono a minha perna da forma como ela deveria estar posicionando e arrumo a minha postura, erguendo os braços.
—Eu estou tentando, my skat. -ela tenta me imitar, mas ouço a risada na sua voz e sei que ela não está levando isso a sério.
—Não está, Pérola. Você prometeu que treinaria comigo. -sinto os seus braços circularem o meu pescoço, me abraçando.
—Não fui feita pra isso. Vamos deixar esses esportes para o meu... -ela prende o lábio inferior e olha para algo sobre o meu ombro.
A sensação dos seus seios apertados em um top de exercícios me distraem dos acontecimentos à minha volta. Não percebo a aproximação de alguém, até que ouço a sua voz atrás de mim.
—Saint! -a voz exageradamente fina é o suficiente para fazer a minha espinha congelar. Porra.
Os dedos de Pérola aliviam o aperto em meu pescoço lentamente, assim, eu me viro para encarar a dona da voz. Meus olhos são banhados com com visão dos cabelos mais claros e brilhantes do mundo, que são quase capazes de cegar-me. Reparo que ela não mudou muita coisa nesses três ou quatro anos, não lembro bem.
—Tiffany.
*
—Tiffany, não? -Pérola anda ao meu redor como se não quisesse nada, ao ir em direção à cama, esbarra no meu ombro.
—Sim. -dou de ombros tirando a camisa suada pelo treino de hoje.
—Não lembro de ter escutado algo sobre ela antes.
—Não é importante.
—A forma como ela te abordou hoje pareceu íntima. Ela até perguntou sobre Jen.
—Jen não a suporta.
—Por que?
—Por que ainda estamos falando sobre ela?
—Por que te incomoda que estejamos falando?
—Foda-se, Pérola. -dou-lhe as costas e vou em direção ao banheiro.
—Talvez você queira fodê-la. -o seu sussurro não é baixo o suficiente para que eu não tenha escutado, viro-me olhando para ela.
—Como é?
—É exatamente o que você escutou. -ela da de ombros e desvia o olhar, encarando a almofada no seu colo. Percebo que ela se arrependeu, mas é orgulhosa demais para pedir desculpas.
Meu temperamento vai a mil. Recolho a minha camisa no chão e a coloco, já indo em direção a sala, pegando minhas chaves e carteira.
Ouço os seus passos calmos atrás de mim.
—Eu vou correr um pouco.
Antes de abrir a porta tenho um vislumbre do seu rosto contorcido em arrependimento, mas antes que eu possa falar algo, ela da de ombros e vai.
Eu vou na direção contrária.
—Eu não posso lidar com essas oscilações de humor dela. Ontem à noite ela chorou porque eu não quis colocar o piercing do lábio, porra.
—Mulheres são grades problemas, você sempre soube. Ainda mais depois da Tiffa...
—Não toca no nome dela! -ergo a mão fazendo com que Marmadoc se cale. Aceno para a garçonete que traz mais uma cerveja para mim. Ela se apoia sobre a mesa roçando os seus seios contra o meu braço.
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Burn
RomanceEu via todo o medo refletido no castanho dos seus olhos. Dizem que os olhos são os espelhos da alma e, definitivamente, eram os espelhos da sua. Seu corpo tremia suavemente contra o meu e eu só pensava em protegê-la de tudo à nossa volta como se a m...