Depois de Vegas meu coração foi à mil...

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Foi sim, tentei me abastecer com toda essa euforia que vivi, te confesso, foi uma das melhores.
Mas, nem tudo é um mar de rosas, eu já não sabia mais se queria ser escritora ou se ficaria por ali sendo apenas uma pessoa normal.
É, eu ainda me via em uma capa de livro com todos aqueles clichês e sendo subitamente adorada por falar verdades e ser o momento inspiração..
Sabe pra quantas pessoas eu disse isso? Nenhuma! As pessoas não te apoiam se sua decisão é contrária, elas querem que você cresça, mas não te dão motivo pra isso.
Enfim, solitária em Vegas, pensei em ler tudo que escrevi, tudo que passei e todas as viagens...nossa! Sabe aquele momento estrela de Hollywood? Tive um desses na mesma hora, tudo bem que não era real, mas eu era uma escritora ainda.
Poxa, meu coração bateu mais forte e vi que o meu próximo mundo/lugar, era nas ruas de Paris, foi quando meu coração bateu em paz...foi tão inspirador, foi tão lúcido e apaixonante, mal poderia esperar.
Cheguei no hotel, olhei pela janela
A torre,
As árvores,
A estação
A anatomia de Paris em minha frente.
E vocês devem está se perguntando: como foi? Você saiu?
Ah, não, sentei-me e observei a vista...
Caneta,
Papel,
Brilhos e cristais
E só escrevi...
E já era o capitulo cinco.
Eu não sei, mas era um novo começo...

Era outono, as folhas caiam junto comigo, numa tarde linda em Paris...não tinha ninguém.
Somente eu,
Meu caderno,
Lápis e rabiscos.

Ah, desculpa se soou meu poético, não foi intencional.

Só que é isso!
A poesia transforma a lagarta em borboleta e então ela voa...e vai além.

Tão lindo quanto Paris.

Depois de me enrolar no meu casulo, tentei me encaixar socialmente.
É...eu saí e fui naqueles lugares que gosto, não por serem lindos, mas por serem tranquilos e parecidos com os
que eu ia.
Certo! Estava disposta a lidar com tudo aquilo..
Saindo,
Tomando chuva,
Sendo normal,
Voando, literalmente falando.
Questionando,
escrevendo...
Eu mal poderia contar-lhes quantas interrogações escrevi no caderninho.
?
?
?
?
....
Foi isso...me apaixonei por alguém ou estava ficando louca?
Teoria do pensamento lúcido.
Ainda bem que a primeira opção era tão impossível quanto ao meu namorado...é, ele não existia!
Eu queria um?
Queria até, mas não euforicamente,
desesperadamente,
ou tecnicamente.
Ruim não era.
Eu estava ali sozinha, com um coffee, chocolates e minhas luvas coloridas...eu amava tudo que era colorido.
Sabe! Me chamavam de senhora arco-íris, a ironia do destino pregando peças, mas era isso mesmo.
Determinada, saí cantando e dançando como se não houvesse ninguém ali, continuei, parei, sentei e isso tudo era capítulo cinco..
Sim, o quinto era o meu predileto, não porque era melhor, mas pelo fato de ter começado em Paris...
Ah, visitei todos os museus, todas as livrarias, todas as bibliotecas e ficava ali por horas sendo observada pelos turista...não era ninguém da realeza e nem era tão importante, mas chamei atenção com meus instrumentos de vida...
Já sabem...caderno e blá blá blá
O povo tinha uma certa paixão pela arte literária e então eu era o auge.

Nossa, foram três dias visitando tudo e sendo o que eu queria ser...
Na neblina, na calçada, no outono, nas folhinhas que caiam e naquele céu absurdamente lindo...
Era incrível...
Volta e meia, fui uma daquelas viajantes censuradas por mim mesma.
É! Eu me apaixonava por tudo e tinha que dar conta de toda aquela paixão.

Tá aí...
O ato de ser livre, é que você se torna livre para si mesmo e se dar conta de que pode ser além.

Eu era
Eu sou.

Esse capítulo é longo, porque a França é um país de muitas artes, celebridades, pessoas bonitas de alma...e essa, nada mais, nada menos que uma história incrível.

Era seis da tarde e eu estava entediada, resolvi dar uma volta e ir naquele cafezinho que sempre me encontro...mas naquele dia tudo era intenso, do café aos rabiscos.
É, eu estava em êxtase com tanta beleza.
Nesse mesmo dia, uma historiadora toda bem vestida, com um papel e caneta na mão, chegou a cafezinho e sentou- se na minha mesa.
Poxa, fiquei um tanto impressionada com o jeito que ela me falava da história de Paris e de outros lugares.
Sabe aquela paixão? E sabe aquele ponto de vista que defende a injustiça de tal evento? É, ela fazia isso.
O seu nome? Nunca poderia esquecer. Lívia!
Sinceramente, nunca vi uma historiadora tão engajada e tão inteligente...conversamos horrores e trocamos idéias, passamos quase uma noite inteira comendo chocolates e falando sobre história e literatura.
Ah, como as pessoas de Paris são bonitas.
Me encantei pela pessoa que Lívia era, pelo seu jeito de fazer acontecer, por ser e querer ser...

Enfim...

Aprendi que toda história tem um valor nítido e que às vezes temos que mudá-la.

Fazer história, é como dominar um universo de fatos que podem ser refletidos, mudados ou repetidos.

Ah!historiadores tem o mundo em suas mãos, são conquistadores das terras e também das almas.


  Entre rabiscos e sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora