Gustavo - Spin off da Série laços do amor vol 6

Prólogo

(Perdoem os erros)

Gustavo

Você deve pensar que a vida é uma estrada cheia de curvas, ninguém melhor do que eu conhece suas curvas ou sua velocidade. Aceleração corre pelas minhas veias e tudo que consigo pensar quando acordo é entrar no meu carro e correr.

É o que eu faço para ganhar a vida, eu corro. Passei a minha vida toda cercado pelos projetos do meu pai, ele vivia falando sobre tecnologia, criar algo que fosse fazer a diferença. Agora acredito que estamos fazendo, então quando o despertador toca nessa manhã de segunda-feira, pulo da cama tão rápido que quase tropeço na mulher dormindo comigo.

Seu corpo nu está espalhado entre os meus lençóis, ela resmunga alguma coisa depois que rolo por cima dela para sair. Valéria é minha namorada a seis meses, nos conhecemos durante uma das minhas corridas.

Ela foi inteligente o suficiente para prender a minha atenção por mais do que uma noite, depois que saímos juntos algumas vezes comecei a gostar da sua companhia. Então pensei porque não ver aonde isso pode ir, afinal está na hora de tentar algo diferente do sexo casual.

Completamos seis meses hoje e quero levar ela a um jantar romântico, quero que tudo seja perfeito. Ela pode ser a mulher perfeita para mim e minha família gosta dela, bem quase toda a minha família. Meu pai é uma história diferente.

Por algum motivo ele não gosta da Valéria, diz que algo nela o faz lembrar de outra pessoa. Mas quer saber, eu não ligo. Gosto dela, na verdade posso dizer que estou apaixonado. A algum tempo atrás acharia isso uma coisa praticamente impossível de acontecer, mas o efeito dominó pegou todo mundo de jeito e pelo visto chegou a minha vez.

Agora sou um cara responsável, com um trabalho que amo, padrinho de uma garotinha adorável que me tem na palma da sua mão e sou feliz. Acordo todos os dias com um sorriso no rosto e está na hora de avançar para o próximo passo, mas claro que isso depende da mulher piscando os olhos na minha cama.

- Bom dia – Murmura meio sonolenta e com um sorriso meigo.

- Bom dia. – Respondo tocando seus lábios nos meus.

- Boa sorte hoje. – Ela diz acariciando a minha bochecha. Meu sorriso aparece, Val sabe que hoje o dia é importante para mim e não vê problema em ser a segunda numa lista de prioridades para mim.

- Obrigada, nos vemos a noite? – Pergunto para confirmar e seus olhos brilham em expectativa.

- Até a noite. – Responde com um aceno.

Dou um último beijo rápido nos seus lábios e corro na direção do banheiro tomar um banho. Hoje é a corrida de estreia do primeiro protótipo de um carro totalmente independente criado pelo meu pai.

Ele trabalhou anos nesse projeto, o carro não depende de nenhum tipo de combustível e isso não é nenhuma novidade, a novidade é que ele será usado numa corrida com mais de trezentas voltas.

Pode ser um grande passo nas pistas, acho que minha paixão pelas corridas deu ideias para o meu pai. Então agora sou seu piloto e o primeiro a dirigir um carro assim numa corrida de longa distância.

Quando termino meu banho e saio do chuveiro a Valéria já não está mais na cama, um bilhete dela em cima do criado mudo chama a minha atenção.

"Fui para casa e depois vou comprar o vestido perfeito para o nosso jantar. Nos vemos mais tarde, beijos Val."

Sorrio e guardo a nota dentro da gaveta, volto para o closet e procuro uma roupa para começar o dia. Uma hora depois estou dentro do meu carro dirigindo pela cidade, preciso estar no autódromo em menos de quinze minutos.

O que significa que tenho dez para chegar lá e cinco para entrar dentro do meu carro de corrida. Aumento o volume do rádio onde está tocando "Imagine dragons – Bird" e meto o pé no acelerador.

O carro avança pelas ruas rapidamente, passo em frente a Maddox Technology e aperto a buzina quando vejo o Mason descer do seu carro num terno caro, ele acena ao reconhecer o meu Mustang e volta a caminhar para dentro do prédio.

Fico distraído por um minuto e quando percebo estou em cima do sinal, tudo acontece em câmera lenta diante dos meus olhos. Meus pés batem no freio antes de avançar o sinal ao mesmo tempo que um vulto de cabelos loiros pisa na calçada.

Ouço os pneus cantando e o olhar assustado da garota encontrar o meu, o pior de tudo é que reconheço aquele olhar. Seus olhos estão arregalados e faço tudo que posso para impedir o impacto, mas todo o meu esforço é em vão.

Giro o volante na direção oposta à sua e consigo ver o exato momento em que o corpo dela bate na lateral do meu lado, seu corpo voa um bom meio metro para longe do carro e finalmente consigo parar.

Meu coração está batendo acelerado e o medo se espalha feito lava fervente pelas minhas veias. As pessoas começam a correr para o meio da rua desesperadas para ver o que aconteceu, antes que possa pensar em qualquer outra coisa, salto do carro e corro na direção da multidão.

Empurro os corpos da minha frente enquanto chamo pela emergência, guardo o telefone no bolso da minha calça e caio de joelhos ao lado do corpo inerte da Iara.

- Iara. – Chamo afastando as mechas de cabelo do seu rosto, ela não responde porque está completamente apagada na calçada.

Suas calças estão rasgadas, tem sangue espalhado para todo lado e a julgar pela posição do seu braço, ele está quebrado. Eu acabei de atropelar uma pessoa, pior ainda acabei de atropelar a própria esposa e filha de um Maddox. Fico mais branco que o meu carro ao perceber que existe uma chance mínima de ela nunca mais ser a mesma depois disso. Acabei de quebrar as assas de um lindo pássaro.