– Acho que você está ficando meio paranóica. - Ele diz e sorri.
– Talvez... É tanta confusão, minha cabeça está a mil. - Digo.
– Então... Vamos começar ? - Ele pergunta.
– Sabe de uma coisa, não vou fazer. - Digo fechando o caderno e guardando o caderno na mochila.
- Porquê ? A gente mal começou. - Diz indignado.
- Só não estou a fim mesmo. - Digo.
Eu não estava conseguindo fazer nada, que raiva, só pensava no babaca do meu padrasto e na minha mãe.
– Tem certeza que está tudo bem ? - Ele pergunta.
– É... Acho que sim. - respondo.
– Não quer me contar oque está acontecendo ? - Ele me olha.
– Não é nada já disse, pode parar de encher o saco ? - Falo em um tom meio arrogante.
– Calma tá, só queria ajudar. - Ele responde.
– Desculpa, só não estou com paciência para perguntas hoje. - Falo mais calma.
– Então tá né. - Ele fica em silêncio.
Odiava aquilo, odiava ficar puta, odiava brigar com o Isaac, odiava meu padrasto, odiava o Simon, pensando bem... Acho que odeio tudo. E então me pego sorrindo e o Isaac me encarando.
– Que foi ? - Pergunto já sabendo a resposta.
– Você tava rindo ai do nada, achei estranho. - Responde e ri.
– Só estava pensando alto. - Digo.
– Nem quero saber com oque. - Fala rindo.
– Não pense merda ok. - Sorrio de volta.
– Tá bem, não tinha pensado, mas, agora eu pensei. - Ele cai na gargalhada.
O Isaac era o melhor amigo que se pode ter, era divertido, era do tipo que te ajuda quando você está mal e as vezes era um fofo. Porém era meu melhor amigo e tinha namorada.
– Bem, já que não vamos fazer nada, acho que já vou indo. - digo me levantando já que já tinha guardado minhas coisas.
– Eu também já vou indo. - ele diz.
A gente vai junto até chegarmos na casa do Isaac, o abraço e me despeço dele indo para minha casa.
No caminho não conseguia parar de pensar naquela mulher, por quê ela usava aquelas roupas estranhas ? Por quê só eu conseguia ver ? Será que era só uma ilusão da minha cabeça ?
Era estranho e difícil de entender, mas logo paro de pensar sobre isso quando chego em casa, subo para o meu quarto jogando a mochila na cama e vou até a sala de encontro a minha mãe.
– Oi mãe, tudo bem ? - Pergunto enquanto me sento ao seu lado no sofá ouvindo o noticiário na TV.
– Oi filha, tudo bem sim e você ? - Ela responde sem tirar os olhos da TV e com um pequeno sorriso no rosto.
– Cadê o Carlos ? - Pergunto sobre o babaca do meu padrasto.
– Ele saiu. - Responde, mas logo percebo que o sorriso do seu rosto sumiu.
– Mãe, tem certeza que está tudo bem ? - Pergunto segurando a sua mão que estava repousada sobre uma almofada.
– Sim, está tudo bem. - Ela vira seu rosto, me olhando com um sorriso, mas também percebo uma lágrima e parte do seu rosto meio "roxo".
Acabei imaginando algo que não queria imaginar, meu corpo esquentava, parecia que eu estava em chamas, mas eu estava, estava com as chamas do ódio e parecia que eu podia incendiar uma floresta.
– Ele te bateu não foi ? - Pergunto me levantando irritada.
– Claro que não eu tinha tropeçado e... Cai, foi isso. - Fala enxugando as lágrimas.
- MÃE NÃO MENTE PRA MIM, SEI QUE FOI ELE. - Aquela altura eu só me irritava, por quê mentir por ele ? Não faz sentido, ele era um monstro e devia ser parado.
– Querida calma, eu juro que não foi ele, eu realmente cai, eu nunca mentiria pra você. - Ela volta a querer chorar.
– Então por quê está mentindo agora ? Cadê ele ? Me fala mãe, temos que parar ele, temos que ligar para a polícia. - Não conseguia pensar em outra coisa a não ser o ver de trás das grades.
– Tá bom foi ele, por favor não liga pra polícia filha, eu amo ele. - Ela diz aos prantos já.
– Nenhum amor vale isso mãe, você não pode continuar com ele. - percebo que eu tinha começado a chorar.
– Para mim vale, por quê eu o amo, você tem que entender isso, um dia isso pode acontecer com você, e se você amar a pessoa vai fazer a mesma coisa. - Diz ainda chorando.
– Nunca diga isso, por quê no dia que um homem me tocar ele vai se arrepender, mas você tem que escolher quem você ama mais mãe ? Eu ? Ou ele ? - Pergunto chorando.
– Filha não faz isso, eu amo você e ele, são as pessoas mais importantes pra mim. - Ela diz.
– Eu não consigo acreditar, você está cega, está com medo dele, que raiva, sabe de uma coisa, você escolhe tá, se quiser liga para a polícia ou então passa o resto da sua vida apanhando para um homem escroto.
- falo super irritada, antes que ela falasse mais alguma coisa subo as escadas e vou pro meu quarto.
Não consigo compreender, como ela pode amar ele ? Como ? Eu ainda conseguia ouvir seu choro lá na sala, mas é a escolha dela, eu tento, mas ela inda assim prefere ele. Por quê você me deixou ? Por quê deixou a gente ? Grito com uma foto do meu pai no criado mudo do meu quarto.
∅
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– Até o próximo capítulo.
