Capítulo 1

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 Já faz uma semana que você se foi.

Te prometi não me afogar em meus pesadelos e pensamentos sombrios ainda mais quando você se fosse, mas eu não estou sendo forte o bastante nesse momento.

E para quem está lendo isso, o amor é a droga mais viciante que você pode encontrar. Ele te consome, te corrói, ele acaba com você apenas com um olhar. Ele te segura na terra, ele vira sua razão de vida e sua conclusão para cada resposta, mas ele ás vezes pode não ser certo, tome cuidado, o amor é perigoso, ele machuca mais que um corte na pele. E eu fui cortado ao meio.

Primeiro capítulo

Era uma manhã chuvosa, na verdade, estava mais para nublada e sem cor, mas ainda sim, chovia pouco.

Eu realizava toda a minha rotina, acordar, comer um sanduíche feito por mim mesmo na noite passada para não perder muito tempo na manhã seguinte, tomar um café puro feito na hora mesmo, tomar meu banho rápido e me arrumar ainda mais rápido. Mas a hora não espera, ela passa e a gente nem percebe.

Olhei o relógio que marcada 7:35 da manhã em Seoul, e eu estava atrasado 5 minutos para pegar meu ônibus e ir pro trabalho.

Sai correndo de casa e fechei a porta. Ainda corri para a parada e ver se chegava a tempo, mas na esquina, avistei meu ônibus indo embora, ainda com aquele fio de esperança, corri para alcança-lo, mas era impossível. Eu teria de encarar os fatos, meu ônibus já passou, agora outro só daqui uma hora. Eu poderia ser um vagabundo e ligar pro trabalho dizendo que adoeci e que ficaria em casa. Mas Min Yoongi não foge de trabalho árduo e duro em uma empresa de atendimento ao cliente em que ele fica apenas sentado com a bunda na cadeira atendendo ligações até doer e ir pra casa na noite escura e sozinha, abandonada pelo sol.

Fui em frente, coloquei minhas mãos no bolso de minha jaqueta e comecei a caminhar na chuva que agora ficara grossa e pesada nas nuvens. Um carro Chevrolet Camaro conversível, ano 1969 todo azul, ele brilhava na chuva de tão limpo e encerado que estava, mas, ele me seguia, e eu dava algumas paradas para ter certeza que estava sendo seguido por aquele carro que na minha opinião, é de colecionador.

Já de saco cheio daquilo, eu resolvi parar de vez e me virei pra janela do carro que se abriu, lá estava um homem aparentando ter minha idade, 26 ou 25 anos de vida, ele era bem alto pelo que eu percebia e olhou pra mim sorrindo.

— Entre, vou te dar carona! — ele falou sorrindo.

— Não. — falei me virando novamente e voltando minha caminhada até meu trabalho.

Ele voltava a me seguir, eu tinha vontade de correr, mas ele poderia me pegar mesmo assim.

— Vamos, entre! — ele gritou para mim, e eu continuei andando e fingindo não escutar. — Eu te levo até seu destino, não se preocupe! Apenas saia da chuva, você pode ficar doente! — ficar doente era o menor dos meus problemas, agora eu só precisava chegar ao meu trabalho naquele momento. — Vamos, não seja teimoso senhor.

Senhor? Senhor? ELE ME ACHA VELHO? Sei que é uma forma educada, mas eu prefiro moço!

— Me deixe em paz! — gritei para ele — Eu nem te conheço, você pode ser um estuprador!

Ele riu e voltou seu olhar pra mim.

— Eu não vou fazer nada, apenas te dar carona. Confie em mim.

Eu não sei o que me deu naquele momento, mas eu senti que era a verdade, então adentrei o carro e coloquei o cinto logo após, mas meio que pensei "Ele está mentindo, ande! Fuja dai. Burro, burro, burro, seu burro, sua anta acéfala, idiota!". Mas por algum motivo olhando seu carro, eu permaneci.

— Obrigado. — disse olhando para ele, que sorria em resposta enquanto olhava pra frente e dirigia corretamente.

Revistei meus bolsos e achei meu maço de cigarro e meu isqueiro branco. Peguei um cigarro e levei até minha boca o encaixando perfeitamente e o apertando com meus lábios de leve para que não caísse. Acendi o isqueiro e assim, o cigarro.

— WOU! — exclamou ele. — Eu fiz o favor de te tirar da chuva e te dar carona, faça o favor de não fumar no meu carro!

— Mas você também fuma. — respondi sem me importar. E apontei para o cinzeiro que tinha em seu carro ainda com cinzas de cigarro.

Ele pegou aquilo e jogou para trás do carro, assim caindo nos bancos.

— Estou parando de fumar.

Agora, eu que sorria de canto.

— Afinal, por que fuma? — ele me perguntava enquanto dirigia. — Fumar causa câncer de pulmão, entre outros problemas, então minha pergunta é: por que ainda fuma?

— Você fuma porque tem problemas, eu fumo pra esquecer os meus.

Ele não fez nada, ele só queria ajudar, me deixou na porta do meu trabalho.

Scenery [sope] - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora