Consagração do Vinho e dos Bolos

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Um witch masculino ajoelha-se perante uma witch feminina em frente ao altar. Ele eleva o cálice de vinho para ela; ela segura seu athame apontando para baixo, e abaixa a ponta do athame penetrando o vinho. (Vide Ilustração 17).

O homem fala:

"Como o athame é para o masculino, desta forma o cálice é para o feminino; e unidos, eles se tornam um em verdade".

A mulher deposita seu athame sobre o altar e então beija o homem (que permanece ajoelhado) e aceita o cálice dele. Ela sorve o vinho, beija o homem novamente e passa o cálice novamente para ele. Ele sorve, se levanta e o entrega para outra mulher com um beijo.

O cálice é dessa forma passado ao redor de todo o coven, homem para mulher e mulher para homem (à cada vez com um beijo) até que todos tenham sorvido do vinho.

Caso haja mais trabalho para ser feito, o cálice é então retornado ao altar. Se o coven estiver agora pronto para relaxar dentro do Círculo, o cálice é posicionado entre eles assim que se sentarem no chão, e qualquer um poderá sorver deste caso ele ou ela o queira; o passar-e- beijar ritual é necessário apenas para a primeira rodada. Se o cálice for preenchido de novo durante este relaxamento, não será necessário que este seja reconsagrado.

Para consagrar os bolos, a mulher ergue novamente seu athame, e o homem, ajoelhado perante ela, eleva o prato de bolos. (Vide Ilustração 3). Ela traça o Pentagrama de Invocação da Terra no ar sobre os bolos com seu athame, enquanto o homem diz: (15)

"Oh mais secreta Rainha, abençoai este alimento em nossos corpos; concedendo saúde, riqueza, força, prazer e paz, e aquela realização de amor que é perfeita felicidade."

A mulher deposita seu athame sobre o altar, beija o homem e tira um bolinho do prato. Ela o beija novamente,e ele tira um bolinho. Ele então se levanta e passa o prato para outra mulher com um beijo.

O prato é então passado ao redor de todo o coven, homem para mulher e mulher para homem (à cada vez com um beijo) , até que todos tenham tirado um bolinho.

(1) Adaptado da Missa Gnóstica de Crowley.

I I O Grande Rito

Dizer que o Grande Rito é um ritual de polaridade masculino/feminino é verdadeiro mas soa friamente técnico. Dizer que ele é um rito sexual é também verdadeiro mas soa (para os desavisados) como uma orgia. De fato ele não é nem algo frio nem uma orgia; assim vamos tentar colocá-lo nas devidas proporções.

Ele pode ser encenado em qualquer das duas formas. Ele pode ser (e nós acharíamos que ele é, geralmente na maioria dos covens) puramente simbólico – em cujo caso todo o coven está presente todo o tempo. Ou ele pode ser 'real' – isso quer dizer, envolvendo relação física – em cujo caso todos do coven exceto o homem e a mulher envolvidos deixam o Círculo e o recinto, antes de o ritual se tornar íntimo, e não retornam até que sejam convocados.

Porém seja ele simbólico ou 'real', as witches não fazem apologia à sua natureza sexual. Para elas/eles, sexo é sagrado – uma manifestação daquela polaridade essencial que atravessa e ativa todo o universo, do Macrocosmo ao Microcosmo, e sem a qual o universo seria inerte e estático – em outras palavras, não existiria. O casal que está encenando o Grande Rito está (cada um) se oferecendo, com reverência e prazer, como expressões dos aspectos do Deus e da Deusa da Fonte Essencial. "Como acima, é abaixo". Eles estão se tornando, no melhor de suas capacidades, canais para aquela polaridade divina em todos os níveis, do físico ao espiritual. Eis o porque ele é chamado de O Grande Rito.

A BÍBLIA DA FEITIÇARIA - Janet e Stewart FarrarOnde histórias criam vida. Descubra agora