Capítulo 2

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Tyler está andando para lá e para cá enquanto esperamos um táxi. Ele não quer ficar parado e eu já pedi cinco vezes. Só me resta estar com um olho na rua e outro nele.

É cansativo e só estou com ele há vinte minutos.

Por mim, teríamos ficado no escritório do seu pai. Lá é mais seguro, com certeza. Mas não, a gracinha tinha que querer sorvete de baunilha com calda quente de chocolate.

Ele foi bem específico e me disse até onde encontrar. E eu não sei onde é, por isso vamos pegar um táxi.

Minha irmã também não gostou da ideia. O garoto é uma peste. Não duvido que esteja arquitetando um plano na mente para fugir de mim na primeira oportunidade.

Seu pai me faz sumir também, Deus me livre isso aconteça.

— Por que você não sabe dirigir? — Tyler para perto de mim para perguntar. Seu rostinho é mesmo bem emburrado constantemente e isso devia ser preocupante. Ele é só uma criança. — Se soubesse, já estaríamos tomando sorvete!

— Eu não tenho carro e não quero ter, por isso não me interesso em saber dirigir.

Ele bufa, voltando a caminhar para um lado e outro, então para de novo.

— Poderia dirigir o carro do meu pai, se soubesse — murmura e volta com os passos.

Reviro os olhos, então o chamo quando consigo parar um táxi. Tyler não parece muito contente quando entramos, mas fico grata por me obedecer.

Quando vou colocar seu cinto, ele me corta.

— Deixa que eu faço!

Ergo as mãos, em sinal afirmativo. Digo o endereço ao motorista e olho de soslaio para ele, vendo que está com os braços cruzados e um biquinho de raiva.

Eu rio, obtendo sua atenção. Ele não questiona, apenas fica me encarando até eu me sentir ridícula.

— Qual o seu nome? — quer saber.

— Emanuelle. Muito prazer.

— Tanto faz.

Seu olhar desvia para a janela ao lado e sou ignorada.

Se já está assim dessa idade, o que dirá quando for um adolescente. Coitado do Sr. Gostoso.

Eu suspiro, também olhando pela janela, vendo que a tarde é nublada. Provavelmente vai chover, como tem acontecido constantemente. Não é uma coisa ruim, mas também não acho que seja bom. Gosto mais de tempos quentes.

Nem mesmo é um bom tempo para tomar sorvete. Mas parece que o Tyler faz o que quer. Ele convence as pessoas.

— Ei.

Olho para o lado devido o chamado, vendo-o de olhos estreitos, me fitando.

— Por que se ofereceu para ficar comigo? — questiona. — Eu não gosto da senhora.

Ergo as sobrancelhas.

— Senhora está no céu e você nem me conhece, Tyler. Como pode não gostar de mim?

— Não sei — dá de ombros. — Apenas não gosto. Sua pessoa não me agrada.

— Minha pessoa?

— Não quer ser chamada de senhora — rebate.

— Senhorita serve, meu anjinho.

— Não sou seu anjinho — faz careta.

— Anjinho do seu pai.

— Nem do papai.

— Anjinho de quem então? — me controlo para não reclamar.

Submissão sob Amor #1 (NA AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora