Quando o Lorde subiu ao poder pela primeira vez, Draco não passava de um bebê de colo, não tinha como lembrar daquela época e tão pouco de como o Lorde se parecia. Agora, tantos anos depois, com ele renascido, era estranho vê-lo assim, tão perto. Estava sentado a pouco mais de um metro do Lorde, e mesmo com tantos dias convivendo com ele, ainda parecia um sonho. O Potter realmente estava falando a verdade. Draco queria perguntar, como foi lutar com o Cicatriz, se ele havia amarelado ou algo do tipo, mas tinha medo de acabar aborrecendo o Lorde.
O jovem Malfoy sempre havia imaginado Voldemort como um homem alto, forte com belos cabelos escuros bem arrumados, os olhos negros, com um ar de sabedoria e experiência. Sabia que ele já não era assim tão jovem, mas, esperava ao menos que estivesse um pouco mais conservado, com uma aparência mais humana e não tão reptiliana. Imaginava-o como um homem que suas vestimentas estavam sempre impecáveis, e mesmo com a idade, era um homem realmente bonito, o tipo que todas as garotas se apaixonavam, quase como o próprio Draco era. Definitivamente não esperava ver o homem pálido, careca com olhos vermelhos de serpente e sem nariz que Voldemort se tornara.
Tamanha foi a surpresa de Draco ao chegar em casa para as férias de verão e dar de cara com o Lorde Voldemort na mansão Malfoy. Era uma honra para a família Malfoy ter o Lorde das Trevas hospedado em sua casa, entretanto, Draco gostaria de ter sido avisado antes. Não iria questionar os pais, ambos iriam dizer que era perigoso demais divulgar tais informações em cartas, quando corujas poderiam ser facilmente interceptadas, diriam que era um risco desnecessário. Mas ainda assim, poderia ter dado um jeito, não era tão difícil assim como eles faziam parecer.
No fim das contas, Draco era sempre deixado de lado de todos os assuntos realmente importantes. Já estava acostumado a ouvir que era jovem demais para fazer isso ou saber daquilo. Sua vida na mansão era uma completa chateação.
Mesmo agora, com o Lorde das Trevas renascida, seus pais não o deixava participar de nada. Acabou por passar as férias inteiras no quarto. Ele estava feliz pela volta do Lorde das Trevas, mas, havia ficado chateado por sua mãe não poder mais ir a praia com ele, como haviam planejado e acabou indo sozinho.
Às vezes Draco não conseguia entender a lógica de seus pais: eles não o deixavam participar das reuniões dos Comensais e nem de outras coisas importantes da família, mas permitiam que ele passasse duas semanas sozinhos numa casa de praia com gastos ilimitados e podendo fazer o que bem quisesse e entendesse.
Logo no primeiro dia, Draco conheceu um bruxo de 19 anos que havia saído da trilha e se perdido do grupo de amigos e que se parecia um pouco com ele. Levou-o para casa e transou com o rapaz até não ter mais forças. Na manhã seguinte, colocou-o para fora e chorou até não ter mais lágrimas. Aquilo não era nada do que Draco queria. Sentia falta da mãe, e até mesmo dos amigos, mas a maioria deles estavam ocupados com seus pais Comensais e os que não eram servos do Lorde das Trevas, estavam viajando com a família, enquanto Draco seguia sozinho em uma maldita casa de praia.
Numa das noites em que estava só, Draco pegou papel e tinta e resolveu escrever uma carta para ele. As vezes ele fazia isso, gostava de apenas poder desabafar, mesmo que ele nunca fosse ler aquelas cartas.
"Oi, sou eu, de novo
Sinto sua falta, Todos os dias. Mesmo que nunca tenhamos tido uma conversa decente. É estranho. Tudo isso, e, esse sentimento. Não consigo entender direito o que está acontecendo. Mas, eu só sinto a sua falta. Odeio ter que voltar para casa nas férias, e saber que vou passar meses sem ver esse seu maldito rostinho bonito.
Sabe, no início, eu tinha duvidado que o Lorde realmente havia voltado, sei lá, achei que tinha você tinha ficado maluco ou algo do tipo, mas, nem imagina a minha cara ao chegar em casa e encontrar com ele na sala de estar de casa. Foi realmente muito esquisito, ver ele ali, sabe, o cara que eu jurava estar morto para sempre, mesmo que o papai dissesse o contrário.
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A última dança
FanfictionBuscando a parte que falta, Encontro-a em teus braços A dor é grande, Mas é preciso partir Me concederia o prazer desta última dança?