Capitulo 1

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Josephine

Era uma vez, uma garota de 19 anos que deixa tudo na Austrália para ir a Seattle atrás de seu sonho. Isso mesmo, eu, Josephine Langford deixei absolutamente tudo para trás. Meus pais parecem me odiar, minha irmã não me suporta e meus supostos amigos são uns idiotas. Meus pais simplesmente queriam que eu me casasse aos 16 anos com Noah, meu namorado na época e vizinho, mas não ficaram felizes quando eu disse não à eles. Por fim, acabei terminando com Noah por ser um babaca, e descobri que estou muito melhor sozinha. Vim morar com a minha tia Karen, que é basicamente minha mãe, e que sempre cuidou de mim. Fiz alguns ensaios para ser modelo, e uma empresa me contratou para uma sessão no próximo mês, não disse nada aos meus pais, apenas deixei uma cartinha e minhas chaves de casa na mesinha perto da porta.
Estou com um milhão de coisas na cabeça, aquela angustia por ter ''fugido'' de casa e, ao mesmo tempo ansiedade por ter finalmente criado coragem para tal ato.

''Apertem os cintos, pousaremos agora'' - disse a aeromoça alta

após uma pequena turbulência pousamos, pego minha mala na esteira e quando passo pela porta do desembarque vejo minha tia com uma plaquinha para mim.

''Jo, minha princesa!! Quanto tempo, meu Deus você está enorme!'' diz gritando animada e me sufocando com um abraço apertado

''Tia!! você está linda, senti tantas saudades!'' - Digo soltando o abraço e admirando o quanto ela está bonita.

Minha tia sempre se cuidou, faz caminhadas, aula de dança, não bebe e nem fuma, nem parece ter 42 anos.

''Vamos logo, temos que comer e contar as novidades'' - Diz animada e me ajudando com as malas.

Após chamar um táxi, vamos tagarelando até sua casa, fica em um barro bem agradável e com bastante comércios, o táxi para em uma casa com um jardim incrível, um caminho de pedras e um deck com um balanço. Estou completamente maravilhada com a visão que tenho, entramos e uma senhora de mais ou menos 55 anos vem nos ajudar com as malas.

''Olá querida, sou Mary, empregada da Sra. Karen'' - diz com um sorriso largo - ''Já arrumei as malas no seu quarto, vou preparar o jantar, tem algo que gostaria?'' - me pergunta e já penso na minha comida preferida.

''Olá, sou a Josephine, mas pode me chamar de Jo, sem formalidades'' - Digo retribuindo o sorriso - ''já que você ofereceu, será que você pode fazer macarronada de forno?'' - digo com aquela cara de anjo celestial. Ela olha para mim rindo.

'' Claro menina Jo, sua tia comentou que você amava isso e ja fiz as compras no mercado, pode ir descansar e assim que estiver pronto aviso a senhorita'' - diz me empurrando para a escada.

Agradeço com um sorriso e subo para meu novo quarto, tem uma plaquinha com o ''J'' rosa com glitter e já sei que é meu. Abro e dou de cara com um quarto com paredes rosa bebê, moveis de madeira clarinha e uma penteadeira iguais de camarim, sempre quis uma assim, eu sei, parece idiotice mas sempre foi meu sonho de consumo. Ouço uma batida leve na porta, minha tia abre a porta e senta na cama, me sento ao lado dela.

''Não decorei nem dez por cento, quero que você decore seu quarto, seus pais nunca deixaram você fazer isso por causa da Kath, mas aqui você tem o quarto só para você. Amanhã vamos ao shopping para comprar a decoração, ok?!'' - me diz com os olhos brilhando, concordo e abraço-a ficando alguns segundos daquele jeito.
Ela beija minha testa e sai do quarto, me deixando sozinha e extremamente grata de tê-la. Acabo cochilando após arrumar minhas roupas no closet e meus acessórios na penteadeira.

Acordo com a Mary me chamando e desço para jantar. Do corredor sinto o cheiro maravilhoso da macarronada e meu estomago ronca, afinal estou à horas sem comer. Como com a minha tia e agradeço a Mary pela comida, subo para meu quarto, e lembro do meu celular.

''Nenhuma ligação, nem mensagem, nada.'' - suspiro e vou tomar um banho.

Penso coisas idiotas, em como meus pais realmente me odeiam e minha irmã então, nem se fale. Acabo meu banho, coloco meu pijama e vou deitar, são 10:30PM, o dia foi longo e falo baixinho - "amanhã vai ser incrível."

Acordo com o meu despertador ao som de Dangerous Woman da Ariana Grande, esfrego os olhos e olho para o relógio marcando 09:00AM. Levanto ainda não acreditando que estou em Seattle, prendo meu cabelo em um coque frouxo e vou ao banheiro escovar os dentes. Desço para a cozinha e encontro Mary colocando panquecas na mesa.

''Bom dia Mary!!'' - digo e ela se vira assustada e depois começa a rir

''Menina Jo, quer me matar do coração?'' diz com humor ótimo - ''dormiu bem na nova cama?'' - diz colocando suco para mim

''Dormi igual a um bebê'' - digo com humor e agradecendo pelo suco - ''minha tia ja acordou?'' Pergunto enfiando um pedaço da panqueca na boca.

''Ainda não menina, mas ja deve acordar.'' Diz voltando a fazer mais panquecas.

Acabo de comer, agradeço Mary e vou ao meu quarto. Pensei em dar uma volta pelo bairro para conhecer o lugar, acredito que minha tia não vá se importar. Coloco uma legging e um moleton cinza, e claro, meu tênis preto. Pego meu fone, meu celular e minha carteira. Desço as escadas rápido e grito para a Mary.

'' Estou indo dar uma volta, qualquer coisa estou com o celular'' - digo e saio.

Respirar ar puro vai me dar mais disposição. Ando cerca de 30 minutos, até chegar em um parque. O dia está um pouco nublado, mas isso não impede o parque de estar com casais, idosos, crianças, cachorros e todo tipo de gente que imaginar. Gosto de lugar assim. Sento em um banco próximo ao playground e fico olhando para todas aquelas pessoas e o quanto parecem estar felizes.

Em meio à tantos pensamentos, um cachorro pula em mim e começa a me lamber. Tomei um susto, mas me recupero rapido e começo a brincar com o cachorro. Um garoto vem correndo e suponho que seja o dono do cachorro, ele parece ter 7 anos no máximo.

''Tod!'' - o menino grita - ''Você me assustou tod, não faça mais isso'' - disse brigando com o cachorro - ''Desculpe, e obrigado por segurar ele. Meu irmão ia me matar'' - disse fazendo uma careta e depois, brincando com o cachorro novamente. Começo a rir por sua euforia e nem vejo quando outra pessoa se aproxima de nós.

''Alex'' - diz o garoto de olhos verdes

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