The orphan

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-Lili Martin-

Sabe aquela sensação de gritar em um sonho e não sair nenhum som? Ou então quando você está presa em um sonho e tenta acordar de qualquer forma e não consegue? Pois bem, o nome disso é paralisia do sono.

Acordo de um pesadelo horrível que tive com ele. Eu estava trancada no meu quarto, e podia ver a Lili de 14 anos chorando desesperadamente. Era estranho. A Lili de 22 anos observando a de 14. Ouço um estrondo e o vejo segurando sua cinta. Eu já sabia o que estava por vir. Gritei, implorei pra ele parar, tentava me mover e nada adiantava.

Eu não sei o momento exato em que ele parou, só sei que depois de muito tentar acordei desesperada às 04h46.

Tento recuperar meu folego, mas sem sucesso. Tento dormir novamente, mas sem sucesso.

Eu sempre acreditei que a nossa mente é a nossa maior inimiga. Digo isso porque sempre que estamos na merda, nossa mente dá um jeito de nos deixar pior. E a minha mente é traiçoeira. Acabo pensando em tudo que aconteceu na minha vida.

Eu tento fazer tudo certo.

Por que coisas tão ruins aconteceram comigo?

Viro de um lado. Viro do outro. Nada do sono voltar.

O despertador toca.

Ótimo. Tenho que trabalhar e não dormi nada.

Assim que chego na cafeteria me deparo com Charles Bennet, pai de Louise.

Ai caralho, lá vem esse escroto.

Charles: Lili Martin, atrasada como sempre.

Ignoro seu comentário, pego meu avental e me dirijo ao balcão. Começo a atender alguns clientes e percebo o olhar de Charles no meu corpo.

Charles: Essa blusa tá apertada demais, você não acha?

Lili: Não.

Charles: Eu tenho uma teoria de que você só usa essas roupas pra me provocar, você sabe que meu pau não se controla. - diz acariciando o mesmo por cima da calça e me olhando de cima a baixo.

Lili: Pois então eu sugiro que você aprenda a controlar isso que você chama de pau, caso contrário, ficarei muito satisfeita em pegar a primeira faca que eu achar aqui e cortar isso fora.

Charles se aproxima de mim com fúria no olhar mas é interrompido pelo sininho da porta.

Olho pro relógio e marca 08h30.

Amém.

Shawn: Um cappuccino e um croissaint, seja rápida por favor.

Preparo o seu pedido e lhe entrego. Charles ainda me olha, e eu sei que ele não vai parar até conseguir me punir por ter falado daquela forma com ele. Afinal, já é a segunda vez que alguém o impede de fazer algo comigo.

Shawn: Tá tudo bem por aqui? - diz preocupado.

Lili: Sim.

Vejo que Shawn olha em direção a Charles, percebendo seu olhar furioso.

Shawn: O que você fez pra deixar o cara assim?

Lili: Nada.

Louise entra no estabelecimento, fala algo para seu pai e o mesmo sai da cafeteria minutos depois.

The DealOnde histórias criam vida. Descubra agora