Capitulo 6

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Todos precisamos de amor para sobreviver, não estou falando de amor do tipo paixão ou atração, amor em geral, família, amigos, tudo isso é o que nós torna vulneráveis, errados, sensíveis, em geral, amor é o que faz de nós humanos, a prova disso é que Margo não tem amor, e por isso quis morrer, acordo determinada a espalhar esse sentimento, não importa se nem todos vão aceitar isso, é meu objetivo, olho no espelho, a garota que vejo possui olheiras como prêmio da noite passada, e não é nenhuma rainha do baile muito menos modelo ou atriz, o que me faz não admira-lá tanto, me sinto um tanto fútil com esse pensamento e me comparo a Briana, será que se eu fosse assim, pele perfeita, cabelo escorrido perfeitamente no meio das costas, magra o suficiente para usar roupas extremamente justas e um sorriso branco capaz de cegar qualquer um, será que se eu fosse assim, eu seria fútil? Eu namoraria alguém como Thomas por status ou para provocar alguém? Talvez eu me tornasse fútil, mas não a esse ponto, me arrumo, faço o café para a minha mãe e vou para a escola.

- Você tinha que ver a cara da minha mãe, né Peh? - Demi ri pelo corredor agarrada ao braço de Peter, eles me parecem bem, mas sei que Demi não está bem, o que me preocupa um pouco.
- Oi - Margo diz timidamente ao passar por nós.
-Hãã... Oi? - Demi diz fazendo uma cara estranha.
Margo continua andando e Demi olha para mim.
- Okay, isso foi estranho - ela diz gargalhando com Peter.
- Ela só está tentando fazer amizade ou sei lá sendo gentil...
- Com a gente? - Peter diz confuso - Cara, ela nunca seria nossa amiga, olha aquela saia, aposto que custou mais que meu celular, e sério, ela é muito gata e anda com a turma descolada.
- Eu to aqui tá? - Demi solta o braço de Peter e cruza os braços fazendo um falsa cara de brava.
Ele segura Demi pela cintura e a gira no ar com um abraço, quando a devolve no chão completa:
- Eu sei, você tá aqui do meu lado, porque entre todas as garotas desse mundo, eu escolhi você.
Quando o vejo todo carinhoso, sei que já conversaram então como uma boa vela entro na brincadeira:
- Ou talvez você percebeu que nem todas as garotas do mundo olhariam para você e escolheu a que estava ao seu alcance.
Os dois me dão pequenos socos no braço enquanto riem.
E assim eu percebo que minha vida era perfeita, eu não tinha nenhum problema, nenhum segredo prestes a explodir, nada de ruim como as pessoas que me ligavam, até aquela tarde.
Eu estava em casa lendo um livro quando o telefone tocou, não me surpreendi ao ver o número anônimo tocando no chip dois, mas me surpreendi ao ouvir Thomas chorando do outro lado da linha.

A ouvinteOnde histórias criam vida. Descubra agora