Eu passei o dia amedrontada pelo pesadelo da noite passada, lágrimas molhavam o meu rosto e lavavam minha pele pálida toda vez que estava sozinha, era muito coisa, Thomas e Briana, Peter e Demi, meu pai sempre ausente em suas viagens, eu não estava aguentando mais, foi aí que percebi que Megan Sullivan também precisava de um ouvinte, peguei o telefone e liguei para Thomas pelo chip 2.
-Ouvinte? - ele pergunta alegre do outro lado da linha e quase posso ouvir seu sorriso.
-Eu mesma, preciso desabafar e tem que ser pessoalmente, tá ocupado?
-Não exatamente
-Pode me encontrar em 10 minutos na sorveteria do shopping?
-Okay - ele diz e desliga.
Visto minha melhor roupa, uma blusinha jeans e uma saia pink colada ao meu corpo suficientemente para rasgar.
Thomas me olha incrédulo.
-Você é a ouvinte? Você Meg?
Concordo com a cabeça sem graça, e ele ri chocado.
-Como consegue ser tão incrível Megan? - ele se levanta e ergue meu queixo para perto de si.
Dou de ombros.
-Não sou tudo isso.
-É tudo isso e mais um pouquinho.
Reviro os olhos.
-Sobre o que quer conversar? - ele pergunta agora sentado à mesa folhando o cardápio.
Puxo a cadeira a sua frente e escolho um sorvete também.
Desabafo com Thomas sobre quase tudo, conto sobre Peter e ele o chama de babaca, ao ouvir sobre meu pai ele segura minha mão sobre a mesa, e quando cito seu nome ele se levanta e me abraça com calma e força, ele se inclina para me beijar mas desvio.
-Você ainda namora Briana - digo brincando com a corrente rídicula que ele usa no pescoço.
-Não por muito tempo - ele garante e me beija na bochecha.No dia seguinte q realidade me atinge como um balde de água fria, ao entrar na escola sou abordada por Briana.
-Você deveria ter vergonha - ela me diz com os olhos borrados de maquiagem, tenta me dar um soco porém desvio e vou até meu armário, na porta do mesmo está a foto do momento exato em que Thomas tentou me beijar, contornada por dizeres escritos com batom, "destruidora de lares" "piranha" "santinha? Nem tanto".
Corro para casa o mais rápido que posso, enquanto as lágrimas molham a rua, ao chegar em casa, abraço minha mãe e transbordo tudo que vem acontecendo para ela, deixando de fora apenas as ligações da "ouvinte", ela tenta me consolar porém falha, e com toda essa dor em meu peito, adormeço em seus braços.