Connor
(6 dias antes)Eu estou sonhando com água salgada, terra molhada, sol quente e surf quando batidas fortes em uma porta em outra dimensão me acordam.
Eu sento na cama sentindo o corpo dormente, e meu cérebro parece uma enorme gelatina. Minha cabeça dói e tudo que eu quero é voltar a dormir, mas quem quer que esteja do outro lado da porta - agora percebo ser a do meu apartamento - está determinado a derruba-la a qualquer custo.
Me alongando eu ando pelo apartamento, em um andar arrastado, preguiçoso, desviando do milhão de coisas que esta jogado pelo chão dessa bagunça que eu chamo de lar, até a porta de entrada da minha casa.
Quando eu chego perto dessa, posso ouvir vozes.
"Será que ele está com alguma garota aí dentro?"
"Quem? O Connor?" risada "Mais fácil os porcos voarem do que ele pegar alguém"
Brian e Sam. Idiotas.
Eu abro a porta com uma carranca.
"Bom dia, lindo!" os dois dizem em uníssono.
"Vão se foder." eu digo.
Dando as costas aos dois, volto para dentro do apartamento, e me jogo de bruços no sofá da sala.
"Acho melhor você não voltar a dormir." Sam diz.
Eu cubro minha cabeça com uma das almofadas do sofá.
"Vamos, Connor. Levanta a bunda do sofá. Já é mais de meio dia." eu murmuro alguma coisa mais Sam não entende. "Sério, precisamos estabelecer uns limites para você, em plena domingo com ressaca? Você está virando um alcoólatra."
Ele deve ter esquecido que ontem foi sábado.
Eu suspiro por baixo da almofada, e falo alto o suficiente para que Sam e Brian possam ouvir a minha voz abafada:
"Não ligo."
"Ah, não? Ótimo! Mas eu sei bem quem vai ligar." Sam.
"Isso vai ser muito bom." Brian.
"Boa sorte à essa pessoa."
Eu ouço a risada de Brian, mas ignoro ele e Sam. O que é um erro terrível, porquê o silêncio reina por alguns segundos, um aviso que Sam está fazendo algo, mas eu estou com tanto sono que aproveito para cochilar novamente. Quando estou a dois passos de pegar no sono, ouço a voz de Sam novamente.
"Oi, tia Elaine!"
Eu pulo do sofá.
Ele realmente precisava ligar para minha mãe?!
Eu olho nos olhos de Sam, e sinalizo para ele manter a boca fechada.
"O Connor? Estou no apartamento dele agora." Sam sorri maliciosamente. "Ele estava muito ocupado ontem a noite."
Brian está parado no sofá, apontando a câmera do seu celular para mim, gravando um Connor amedrontado pelo que a mãe fará com ele depois de descobrir o quanto ele encheu a cara na noite anterior.
"Se ele bebeu?! Ele deve ter acabado com o estoque de todos os-"
Eu vôo sobre ele e nós dois brigamos pelo domínio do celular por alguns segundos. Eu sou um pouco mais alto que Sam, mas ele é mais forte que eu. De forma sobrenatural eu roubo o celular de suas mãos, e corro para a varanda, trancando a porta quando passo e mantendo a chave comigo.
Respiro fundo para afastar a sensação de enjoou que me cerca, e coloco o telefone na orelha.
"Dona Elaine..." eu começo, meu tom de voz alegre.