In My Head

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Eu estava em casa! Ela não me atendia. Faz quase três dias que estou ligando pra ela, ja lotei sua caixa de mensagem com desculpas e nada.
Peguei minha caixa de cigarros, vazia por sinal.
-Droga eu preciso de cigarros.
Tentei mais uma vez, na esperança de um dia ela escutar meus recados.
-Annie, por favor sou eu, de novo. Pela milésima vez. Se vc estiver escutando minhas mensagens me retorna. Precisamos conversar.
Meu celular descarregou. Levantei do sofá e fui atras do meu cabo. -nossa essa casa esta uma zona. Pensei comigo. Deixei o celular carregando e sai pra comprar cigarros.
Chegando ao mercado eu encontro o Leo. Como eu odeio esse babaca. Vou direto ao caixa e tento ser rápido. A caixa me entrega o que eu quero e eu a entrego o dinheiro. Evito olhar pra trás, assim Leo não me vê. Engano meu. Ele me chama. Finjo que não escutei. Ele corre ate a porta.
-Ei Ezra! Voltou a fumar? Annie disse que havia parado a mais de um ano.
-Sai da frente. Tento ser curto e grosso.
-Calma ai. Eu gostei bastante da sua atitude, você se mostrou um tremendo babacão.
Juro, eu juro que me segurei pra não fazer o que eu fiz. E se eu me orgulho disso? Talvez um pouco. Socar a cara dele ja estava nos meus planos a tempos, qual seria a melhor hora pra isso acontecer?!
-Cara você é um babaca mesmo, seu filha da puta. Gritou ele com a boca suja de sangue caído no chão.
Eu sai da loja com um leve sorriso na boca. De certo modo eu estava mais calmo. Peguei um cigarro, levei a boca e o acendi. Traguei bem forte, fechei os olhos e soltei a fumaça. Me aproximando de casa, Annie estava tocando o interfone igual louca, havia afobação nos seus gestos. Fui me aproximando e falei.
-Ele não esta em casa.
Ela se virou pra mim com cara de desgosto.
-Serio? Voltou a fumar?
-A cara me deixa, todo mundo vai implicar com meu cigarro agora?
-E pelo visto esta bebado também! Ezra! Qual foi? Você não muda? Do que adianta prometer as coisas se não consegue cumprir.
-Relaxa, é apenas cigarros.
-Não estou falando disso! Qual é! Me prometeu que não ia mais implicar com o Leo, terminamos e você soca a cara dele?
-Nossa dessa vez ele foi bem rápido em te contar sobre o soco!
-Chega! Para de me mandar mensagens também, estou esperando uma mensagem importante da faculdade e você fica lotando minha caixa.
Eu não estava bem! Meu estômago não estava bem, talvez as bebidas foram demais e as comidas foram de menos, comecei a vomitar. Annie se assustou e me ajudou a subir para casa.
Ela me deitou no sofá.
-Nossa a quanto tempo esse lugar não vê uma faxina?
Eu apenas sorri.
-Você precisa de um bainho. Falou ela.
-Ta! Você me espera aqui? Precisamos conversar. Por favor.
Ela consentiu com a cabeça. Eu me levantei e fui em direção ao banheiro, mas cai. Ela correu ate mim e me ajudou a levantar.
-Vou te ajudar, vem. Vou te dar banho.
Eu ri levemente, era estranho ver ela cuidando de mim, mesmo depois de tudo. Ela ligou a banheira, começou a retirar minha roupa. Peguei minha caixa de musica e coloquei uma que sabia que ela iria gostar.

-Serio? Essa musica?
-Qual é? Deixa eu viver meu momento triste aqui!
Ela sorriu! E começou me ensaboar! Eu fechei os olhos escutando a musica. Parecia que tudo tinha acabado. Abri os olhos, ela é maravilhosa. Não posso perde-la. Eu a puxei e a beijei. Ela se assustou, mas não recuou e me beijou de volta. Eu a trouxe pra dentro da banheira comigo. Comecei a tirar a roupa dela, ela me beijava cada vez mais. Ela me olhou e seus olhos se encheram de lagrimas. Passei minhas mãos sobre seu rosto. O momento parecia ter congelado.
-Eu te amo. Disse a ela baixinho perto do seu ouvido.
Ela parou olhou pra mim, se levantou! Pegou a toalha.
-Preciso ir! Vou ligar e pedir uma pizza pra você. Ve se come. Você precisa ficar bem! Tchau.
Ela se levantou, se secou e foi embora.
E eu fiquei ali sentado na banheira escutando aquela musica linda e deprimente. Com cara de quem não entendeu nada o que havia acontecido.

NEBLINAOnde histórias criam vida. Descubra agora