twenty

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Marie Stark.

Cada nervo meu ainda doía porque depois de chorar sobre o corpo de Chris eu pensei e agi. Fiz de tudo para que pudesse ajudar ele, não podia fazer transfusão de sangue, não tinha o que era necessário para fazer exames para ajudá-lo mas dei o meu melhor. Me reeinventei, fiz algo que eu nem acreditei que podia fazer para salvar a vida dele. Tive ajuda, pedi pra duas nativas me ajudarem e ela estavam comigo o tempo todo, mas não podia deixar de pensar que eu tinha a chance de salvar a vida de Chris e não podia falhar.

Quando terminei suspitei fundo e me encostei na parede da casa que aqueles nativos haviam construído, era a base de barto. Me encostei nela e chorei, chorei durante horas para aliviar tudo que estava enterrado dentro de mim, e as nativas que me ajudaram sairam sem dizer uma palavra. Eu estava esgotada, nem ao menos conseguia mais chorar depois de horas de choro. Não sabia mais se era um sucesso ou fracasso e todas as minhas forças se esvairam do meu corpo me fazendo dormir. Quando acordei foi com mãos delicadas em meu braço.

- Você precisa comer.- Disse o que parecia ser uma garota de uns 15 anos.

- Chris... ele precisa de que enfaixe o ferimento...- Me cansei e chorei tanto que acabei não fazendo isso.

- Nós fazemos isso.- Sorriu e me sentei na cama.- Venha comer, você está pálida.

Me levantei e fui calmamente com ela até a aldeia e vi crianças correndo, mulheres conversando umas com as outras e os homens todos juntos. Uma comunidade. Fiquei sem jeito de me comportar ali, nunca tinha tido uma família de verdade, não por mais de 8 anos. E todos ali pareciam saber o real significado de família, todos pareciam conectados de certa forma.

- Eu sei que deve ser difícil para você conversar conosco, mas eu sou Alyah. Pode ter uma amiga.- A garota sussurou para mim, percebi que ela não podia estar falando aquilo.

- Obrigada.- Disse de volta.

- Coma e se comporte, eles ainda não gostam muito de você.- Um canto da minha boca se repuxou pra cima instantaneamente. Uma única ameaça e eles já me odeiam.

Quando ia me sentar vi a cena a minha frente. Um homem ajudando Chris a andar, ele estava apoiado no nativo, não devia nem ao menos estar em pé mas quem quer que o enfaixou fez bem o serviço.

Ele pareceu notar eu o observando sem acreditar que tinga conseguido salvar a vida dele e tentou sorrir. Eu cheguei perto dele evitando fazer movimentos bruscos. Me sentei e com a ajuda do nativo pus Chris ao meu lado.

- Muito obrigada.- Sorri sincera ao homem que me ajudou e voltei-me a Chris.- Como você está? Não devia nem ter saido da cama!

- Bem...- Disse entre dentes.- A dor é insuportável.

Sem a mortina é de se surpreender de que ele esteja vivo. E mesmo não tendo certeza do que acredito, agradeci a qualquer divindade existente pie me deixar ele vivo.

- Eu sei disso.- Uma voz surgiu ao nosso lado, era o homem que estava com Chris ontem antes de eu chegar para cuidar dele, o curandeiro da aldeia.

- Pode dar algo para ajudá-lo?

- Posso. Ele também poderia se ajudar a aliviar muitas coisas não é garoto?- O homem de meia idade falava com Chris como se ele fosse uma criança.

- Eu...- Chris tentou falar mas não conseguiu, sua cabeça tombou para trás e ele colocava a mão em cima de um novo tipo de cinturão que fizeram para ele.

- Sim, eu sei.- Disse o senhor razinza.- Beba isto aqui e logo logo estará bem para falar.- Entregou uma espécie de concha com um líquido estranho e deu para Chris beber.

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