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" preciso que você se encontre comigo hoje no parque da cidade as 14:30 '
de: Josh
levantei e fui arrumar pois já era 13:20, depois de ter contado tudo o que tinha acontecido para Selena eu vim para casa descansar um pouco
Ainda estava frustada pelos acontecimentos de hoje cedo.
" eu sou uma idiota " pensei, eu achei que iria chegar lá, ser recebida com flores e depois sentariamos para conversar sobre seu passado obscuro tomando um chá? me xinguei mentalmente por ter sido tão estúpida.
contei a selena sobre o retratro e ela me disse para queimar, joga fora, mas não ficar com ele de jeito nenhum, mas como sou teimosa...
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Assim que cheguei perto do parque, estacionei em uma das vagas de uma cafeteria e atravessei a rua caminhando na direção do parque que estava deserto, na verdade, a rua se encontrava pouco movimentada já que naquele horário a maioria das pessoas estavam trabalhando e as poucas pessoas que caminhavam sequer prestavam atenção nas coisas ao redor. Sentei-me em um dos bancos que ficava de costas para a cafeteria e de frente para os balanços infantis, o carrossel colorido e a gangorra que eu tanto brincava quando era somente uma criança sem problemas e preocupações. Me aprofundei em devaneios antes mesmo que pudesse impedir aquilo e me peguei lembrando-me da minha infância e confesso que sentia falta daquela época, de quando meus pais me aceitavam pelo o que eu era e não demonstravam todo o interesse que tinham em me tornarem uma marionete para que então eu seguisse todas as escolhas deles e pisasse em todas as minhas vontades. Olhei para o relógio em meu pulso e só então notei que Josh estava atrasado há mais de vinte minutos, bufei aborrecida por sempre estar adiantada e ter que ficar esperando entediada a boa vontade das pessoas de finalmente perceberem que tinham um compromisso com hora marcada e que deveria ser cumprido no horário certo. Levantei-me e passei a mão em meus cabelos jogando alguns fios que o vento havia desgrenhado para trás tentando cegamente prende-los ao coque novamente. Estalei meus dedos e peguei o celular em meu bolso destravando-o, iria mandar uma mensagem para o Josh perguntando onde o mesmo se encontrava, mas antes disso me virei para dar uma checada se havia algum sinal do mesmo e quando meus olhos se fixaram na figura de sobretudo a alguns passos de mim, senti uma repressão em meu estômago e meu coração disparou imediatamente. Intensifiquei o aperto da minha mão em volta do celular e pensei em sair correndo, mas tudo o que eu fiz foi continuar parada olhando-o completamente assustada e podia sentir os olhos dele em minha direção. Olhei sobre os ombros do mesmo e procurei por alguma pessoa próxima, mas não havia ninguém por ali – a não ser na cafeteria, mas ninguém deveria estar prestando atenção no que estava acontecendo naquele parque.
Minhas mãos passaram a soar em bicas e minha boca seca já estava começando a me incomodar, o pânico contaminando cada vibra do meu corpo e eu nunca havia sentido tanto medo como eu estava sentindo naquele momento. Perguntei-me o que o mascaradp queria ali, aliás, ele havia ficado tão bravo comigo na tarde anterior que eu cogitei que nunca mais iria querer me ver na vida. Sentia o medo cada vez mais forte dentro de mim e quando o encapuzado em minha frente começou a dar passos calmos em minha direção, senti meu corpo congelar e nem ao menos consegui raciocinar ou me mover um mísero passo.
— Você está com uma coisa que me pertence e eu a quero de volta. – ele articulou quando se encontrava a poucos passos de proximidade e em seguida tirou o capuz.
Respirei profundamente analisando-o enquanto recordava de cada detalhe da beleza do estúpido rapaz diante de mim.
“O que há de errado comigo?” Me questionei confusa e mesmo lutando para tirar meus olhos dele, eu simplesmente não conseguia e o quão insana aquela situação deveria ser? Já que eu não me sentia perturbada diante de tal circunstância e aquilo estava começando a me preocupar fortemente.
— Cadê a minha foto? – ele questionou após incontáveis minutos, sua voz rouca
soando completamente arrogante e de uma hora para outra uma revolta me dominou.
Meus sentimentos eram completamente paradoxais quando se tratava dele e bastaram dois encontros para que eu notasse aquilo.
— Foi você quem veio atrás de mim dessa vez, então seja mais educado. – protestei tão mal-educada quanto ele e vi seu semblante confuso se transparecendo aos poucos.
— Eu não vim conversar com você, só quero a minha foto! – ele pronunciou apático e a raiva se alastrou dentro de mim fazendo-me lhe lançar um olhar recheado de desprezo.
Como ele podia ser tão arrogante e insensível? Como que em algum momento da minha vida eu cheguei a pensar que ele fosse uma vítima indefesa quando na verdade ele era malévolo o suficiente para se defender sozinho? O ódio se tornava cada vez mais dominante dentro de mim e eu queria jogar toda minha revolta sobre os ombros dele, queria torturar seus ouvidos com minhas ofensas, no entanto mesmo ele merecendo meu total desprezo, eu
simplesmente não conseguia fazer aquilo. Não conseguia impor sobre ele à rejeição dolorosa que ele infligia sobre mim, pois eu ainda queria ajudá-lo, porque eu ainda queria saber o lado dele da história e eu estava me sentindo tão imbecil por ainda ter esperanças naquilo, que quase comecei a chorar diante da imensa frustração que me agonizava por dentro. Entretanto me mantive firme, engoli o descontentamento que desceu rasgando por minha garganta e continuei fitando-o indiferente. Xinguei-o mentalmente de tudo que era palavrão por ser tão frio, idiota e grosseiro. Por fazer com que eu me sentisse uma tola por ter acreditado em algum momento que ele era um homem bom e injustiçado, quando na verdade ele era somente um lobo na pele de um cordeiro, o predador mais cruel que eu já havia conhecido.
Após incontáveis minutos analisando-o enquanto o praguejava em minha mente, peguei a foto em meu bolso e caminhei em passos rudes na direção dele. Aproximei-me em uma distância de no mínimo cinco pequenos passos e eu estendi a foto na direção dele e – após um tempo hesitante – ele pegou a foto e analisou-a momentaneamente. Guardei meu celular em meu bolso e – sem dizer mais nenhuma palavra – caminhei apressada passando velozmente ao lado do mesmo, decidida a ir embora o mais rápido possível.
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O mascarado
Adventuretodos temem a ele, ninguém gosta dele, acusam ele de ter feitos coisas que nem o mesmo sabe se às fez, bem todos exceto Destiny, que consumida pela curiosidade quer descobrir tudo sobre o tal mascarado, custe o que custar