Capítulo Um

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Era um dia de verão com temperatura relativamente agradável graças as chuvas que caíram sobre os campos, um alívio, visto o extremo calor que fizera na semana anterior. Mas nem mesmo a promessa de um revigorante passeio ao ar livre era capaz de despertar interesse no pequeno e franzino menino acuado em um canto da biblioteca, encantado com um livro sobre  cálculos. As fórmulas eram mais interessantes que a perspectiva de ter que sair do conforto da casa, para aventurar-se no lado de fora, cavalgando por aí.
O Duque entrou no recinto, carregando um chicote de couro de tira única trançada, e se aproximou do filho, que ao notar a presença do pai, deixou o livro sobre a mesa e ficou de pé, abaixando a cabeça imediatamente, em uma atitude de respeito.
​— Preparei dois rifles para que me acompanhe em uma das minhas caçadas. Suba e vista botas apropriadas, Aaron. — o homem ordenou, com uma voz dura, que deixava claro que não seria contrariado.
​Aaron, único filho varão do Duque, e seu sucessor em alguns anos, se colocou em movimento depressa, sem olhar para trás, indo para seu quarto sem dizer uma única palavra, enquanto passava diante dos criados.
​Encontrou sua mãe descendo as escadas, carregando a pequenina Faith, criança de quase três anos, agarrada a seu cabelo.
​— O que foi, querido? Por que está com tanta pressa? — a Duquesa perguntou, passando a mão pelo cabelo do filho.
​Aaron ergueu os olhos ansiosos para ela, e antes mesmo de abrir a boca para dizer algo, entendeu que não deveria preocupar sua mãe com algo tão sem importância. Mesmo que não fosse de seu agrado fazer aquele passeio com seu pai, o menino sabia que não era algo tão terrível assim.
​— Sairei com meu pai. Preciso trocar minhas botas. — contou, subindo as escadas em seguida.
— Tome cuidado, Aaron. E não demorem, voltem antes do anoitecer. Você sabe como seu pai esquece totalmente do mundo quando está nos campos. — orientou a mãe, sorrindo ao ver o filho concordando.
A Duquesa desceu os últimos degraus e chegou ao centro do salão principal, ainda embalando a filha, que neste momento mastigava uma fita do vestido da mãe, como se fosse o melhor de todos os doces.
— Oh, você realmente nunca deixa de fazer isto, não é querida? — a Duquesa sentou em uma das cadeiras próximas a grande janela de vitrais, e colocou Faith de pé sobre suas pernas. — Em pouco tempo estará brincando nos jardins. Correndo entre as roseiras e arbustos, enquanto os criados a procuram desesperados. — a pequena bateu no vidro com as mãozinhas e olhou para a mãe, sorrindo, mostrando seus novos dentinhos que há pouco haviam nascido. — Talvez a mamãe não esteja aqui, meu amor. Precisarei fazer uma viagem para um lugar distante, e você ficará com papai e Aaron. Você irá se comportar bem, verdade?
As lágrimas desceram lentamente pelo rosto da ainda jovem mulher, de cabelos dourados, e de pele pálida. Tão magra e frágil pela doença que lhe acometera há alguns meses. Padecia do pulmão, e nenhum médico era capaz de lhe dizer palavras animadoras a respeito de seu destino. Logo o assunto de sua doença espalhou-se pelas redondezas, culminando em um falatório entre os criados e lordes amigos do marido, que em pouco tempo estavam junto de suas esposas prestando-lhe apoio, como se aquele fosse o momento de sua morte.
Mas quanto a lady Margareth, vivia tranquilamente cada dia como se fosse um grande presente enviado pelos céus, aproveitando todos os pequenos e breves momentos ao lado de seus filhos e seu marido, que de maneira desafortunada agia com rudez em sua presença, como se culpasse a própria por sua desgraça.
E ainda assim, diante da resistência do Duque, ela o amava ainda mais profundamente, ainda mais, se possível, do que nos primeiros anos, em que ele sorria-lhe sempre, apaixonado por sua beleza, e ansioso por seus beijos.
— O que faz aqui? Deve se manter deitada. Deixe a menina aos cuidados da criada. — era a voz do Duque, saindo da biblioteca, caminhando com os ombros retos, segurando o chicote preso na mão, como se lhe fosse uma arma contra qualquer um que tentasse se aproximar.
Mas ela não tinha medo dele. Nunca o teve.
Sorriu, colocando a filha sentada em seu colo, de frente para o pai.
— Decidi ter alguns minutos com Faith observando o dia. — explicou, ficando de pé, apoiando-se na cadeira, devido a fraqueza. O Duque foi até ela, segurando-a pela cintura. — Obrigada, milorde.
Ele desviou o olhar do rosto da esposa, e tomou a filha nos braços, encarando-a com um amor que até então Lady Margareth não tinha reconhecido nos olhos do marido.
— Ela parece tanto com você. — o Duque sussurrou, passando o dedo pela bochecha rosada da pequena.
Sem saber o que dizer, a esposa apenas sorriu, engolindo o desespero pelas lágrimas que facilmente cairiam novamente por seu rosto. Porém, prometera a Deus que seria forte, e jamais se mostraria fraca diante de sua família, principalmente seu marido.
— Estou pronto. — Aaron parou no final da escada, olhando para os pais e a irmã com desconfiança. Era notável que a criança não estava acostumada a ver tal cena sentimental.
O Duque entregou Faith para a esposa e sem se despedir, apontou para a porta.
— Voltaremos em algumas horas. — disse já dando as costas, empurrando o filho para a saída.
— Ouviu? Ele disse que somos parecidas. — a Duquesa cochichou para a bebê, quando estavam sozinhas novamente.
***
​—Não compreendo como pode ser tão difícil para que você consiga manusear um simples rifle. Em sua idade eu tinha capacidade para muito mais. Talvez eu não esteja sendo rígido o suficiente. — o Duque falou, encarando o menino, que se mantinha de cabeça baixa, apenas ouvindo o que o pai dizia.
​A criança não questionava. Na realidade, mal se ouvia a voz do pequeno Aaron, que sempre limitava-se a acatar todas as ordens, mesmo que partissem de seu pai ou um criado. Já havia quem chamava-lhe de apelidos estranhos, ofendendo o menino por seu modo de ser.
​O pai tentava ser paciencioso, mas o desejo de trilhar o caminho de seu sucessor, de modo a prepará-lo para ser um grande Duque no futuro, minava seus esforços de tratar com grande carinho e ternura o filho. E as reprimendas aumentaram desde que a mãe de Aaron adoecera, motivo pelo qual a criança acreditava que o pai tinha se tornado mais rígido.
E o menino, mesmo com sua pouca consciência de mundo, entendia que as coisas eram daquele modo, e nada deveria fazer contra aquilo. Precisava ser um bom filho.
—Robert. — viram um homem se aproximando, em um belo cavalo de cor caramelo. Era lorde Jones, amigo próximo do Duque, que morava há apenas algumas poucas milhas de distância.
— Continue praticando por mais uma hora, e depois disso volte para casa. — o pai de Aaron falou, indo cumprimentar o outro lorde.
Os dois foram rumo a propriedade do Duque, deixando o menino sozinho, com o rifle encostado em um arvore ao lado.
Ele olhou para o objeto, com um sentimento que se aproximava a humilhação e raiva. Era uma grande vergonha que não conseguisse sequer atirar com um simples rifle, quando seu pai dizia-lhe que deveria aprender de qualquer forma. Não queria ser um fracasso diante do Duque. Poderia mostrar que sim, era capaz de fazer o que lhe era pedido.
Então segurou o pesado objeto, como fora ensinado ainda há pouco, e adentrou mais na floresta, imaginando o quanto seu pai ficaria feliz quando ele regressasse com um coelho para o jantar.
***
A pequena Emeline colheu mais uma das flores vermelhas e juntou ao pequeno buquê que segurava. Ainda não estava satisfeita com o arranjo das flores, não lhe parecia tão maravilhoso como tinha imaginado. Queria algo fantástico para presentear sua mãe naquela tarde.
Interessada por um pequeno gafanhoto, a menina seguiu-o, vendo-o pular pelas folhas escuras das arvores, sem notar que estava adentrando ao bosque.
Já estivera ali antes, mas seus pais haviam lhe proibido de visitar aquele lugar, com histórias sobre animais venenosos que habitavam o tronco das árvores. Emeline não temia nada sobre aquilo. Os animais gostavam dela, não a temiam, nem lhe faziam mal. Uma conexão especial, quase pura.
Mas naquele dia, talvez planejado pela força do destino, um intento aconteceu. Um barulho alto, e a revoada de pássaros sobre a cabeça de Emeline, assustando-a, fazendo-a ir ao chão.
Não gritou. Estava em choque, e não conseguia se mover, os olhos arregalados, procurando para todos os lados de onde tinha vindo aquele estouro. Tinha certeza de que se tratava de um tiro. Provavelmente havia caçadores por perto.
Com esforço, Emeline ficou de pé. Franziu a testa ao sentir a leve dor recorrendo-lhe o corpo. Mas mesmo assim deu pequenos passos em direção a saída do bosque, sentindo o coração aos pulos.
Sua consciência questionando-a sobre o motivo de não obedecer corretamente seus pais. Oh, realmente a culpa daquilo era dela.
— Quem é você? — ela parou imediatamente ao ouvir aquela voz, que vinha de suas costas.
A pequena, tomada por uma notável coragem, virou-se devagar, ainda acreditando encontrar um caçador armado. Mas no lugar da assustadora figura, entre dois arbustos estava um menino, um pouco mais velho que ela, segurando um rifle pesado.
— Me chamo Emeline. — respondeu, encarando com desconfiança o outro.
Ele a fitava da mesma forma, como se fossem seres estranhos encontrando-se pela primeira vez, tendo ciência da existência do outro.
— Você fez isso? — Emeline perguntou, apontando o dedo para cima. — Assustou todos os pássaros. Você é mau.
Uma pequena ruga surgiu entre as sobrancelhas do menino de cabelos castanhos, e de olhos azuis tão sérios para uma criança. Uma expressão que a inocente menina não tinha visto ainda em alguém do seu tamanho.
— Não sou mau. Estava apenas tentando pegar um coelho para meu pai. — argumentou ele, colocando o rifle no chão, cansado de segurá-lo.
Emeline cruzou os braços, descontente com a resposta dele.
— Por que seu pai quer um coelho? Você não deve matar os animais. Eles têm famílias. — protestou ela, convicta de sua causa.
Aaron suspirou.
— Não espero que entenda, menina. São assuntos de pessoas mais velhas. — ele podia ser jovem, mas era como se arrogância e prepotência em certos momentos transcendessem as gerações diretamente pelo sangue, independente da idade.
— Ora, como pode ser assim? Não sou muito mais nova que você! — Emeline rebateu, inflando o peito, com uma coragem inspiradora.
O menino sorriu brevemente, mas logo voltou a ficar sério. Emeline se questionou se ele tinha algum problema que o deixava triste daquela forma.
— Eu preciso voltar para casa. Minha mãe está doente, e meu pai nos trouxe para a propriedade de seu amigo, até que ela melhore.— o pequeno Aaron disse, dando as costas a menina, que ainda o encarava com os olhos brilhando de curiosidade. Ele apenas se voltou rapidamente para vê-la uma última vez. — Tome cuidado com os lugares por onde anda.
— Eu tomarei.— respondeu ela, sorrindo, fazendo uma mesura completamente sem jeito.— Espero que sua mãe fique boa muito em breve! — gritou, mas ele já não ouvia mais.
Aaron franziu a testa, não entendendo o gesto dela. Mas não a respondeu, apenas continuou caminhando, sabendo que a menina ainda estava o olhando com tanto interesse.
Quanto a Emeline, esperou até que ele desaparecesse por entre as árvores e então voltou a seu delicado trabalho de colher flores, agora sabendo que em breve deveria voltar para casa. Seus pais ficariam preocupados com sua demora.
***
Dois sóis e duas luas depois, em uma tarde fresca depois uma breve chuva que deixara os campos molhados, talvez por obra de um destino curioso, ou aos céticos, apenas um coincidência corriqueira, Aaron e Emeline encontraram-se novamente na entrada do bosque. Ela sentada em um tronco, conversando com um pequeno pássaro azul que pousara em sua mão, e Aaron espiando-a de trás de uma grossa arvore de pinhos.
— Gostaria de sentar ao meu lado? — ela perguntou, quando notou-o escondido.
O menino saiu envergonhado de seu esconderijo, mas não hesitou em ir até ela, sentando-se também no tronco caído.
Emeline segurou a mão de Aaron e com delicadeza, ajudou-o com o pássaro, que pulou para seu braço.
A criança mal respirava, e seus olhos estavam vidrados na ave. Não se movia e nem nada dizia.
— Está com medo? — Emi passou o dedo pela cabecinha do pássaro, e sorriu. — Ele se chama Sr Honey.
— Como você o capturou? — Aaron quis saber, agora corajoso o suficiente para tocar a ave, encantando-se no mesmo instante quando ela abriu as pequenas asas azuis escuras.
— Ele apenas veio até mim. — ela deu de ombros. — Por que você voltou aqui hoje? Está tentando pegar outro coelho?
Aaron meneou a cabeça negativamente.
— Estava entediado. Nenhuma leitura prendia minha atenção de todo modo. — contou, ainda brincando com o pássaro.
Emeline interessou-se rapidamente. Os olhos brilhando com a menção de algo que lhe atraía muito.
— Há muitos livros em sua casa? Papai tem alguns poucos em casa, e eu recito um trecho do livro de orações toda a noite. — ela sorriu, sonhadora. — Mas o que realmente me fascina são as histórias. Fazem-me viajar pelo tempo. Não é fantástico?
Infelizmente, ao contrário da jovem menina, Aaron não demonstrava grande interesse no assunto.
— Eu não sei muitas histórias. Os livros que leio são sobre ciência, e cálculos, obviamente. — suspirou, movendo o olhar para frente. Era visível a tristeza do menino. — Na minha posição eu devo apenas fazer o que me ordenam, e não questionar qualquer palavra.
Emeline, que ainda era jovem para entender qualquer pequeno problema dos adultos, impedida por sua pureza, apenas deu de ombros quanto a aquilo. A ela apenas entendia sobre andar pelos campos e colher flores, todo o resto parecia muito complicado.
E a pequena criança também não era consciente da grande amizade que nascia naquele belo momento, quando duas pequenas criaturas compartilhavam de coisas simples, e viviam como apenas deveriam ser: em suas inocências.
A partir daquele dia, o jovem Aaron tinha um motivo animador para sair todas as tardes pelo campo, mesmo que a seus pais fosse apenas um desejo de conhecer mais a propriedade. Por algum motivo o menino não achara certo contar ao pai que encontrava-se toda tarde com sua nova amiga, e que passavam horas brincando, ou apenas conversando sobre os animais, Aaron sempre encantado com o conhecimento que Emeline tinha sobre o assunto, mesmo sendo mais nova que ele.
Houve uma tarde em especial, em que a menina estava quieta, e tinha uma expressão de que desabaria em lágrimas a qualquer instante. Até mesmo Aaron conseguia notar isto. Apesar de Emeline ter apenas sete anos, e Aaron ser trêsanos mais velho, os dois entendiam-se de uma forma especial.
— Quer ir até o pequeno lago ver os girinos? — ele perguntou, tentando animá-la.
A pequena balançou a cabeça, enquanto franzia os lábios, em descontento.
— Podemos ver a toca dos coelhos. — Aaron ofereceu, esperançoso de que agora fosse uma boa ideia.
Emeline bufou, cruzando os braços. Não parecia disposta a colaborar.
O menino parou por um momento, recordando de algo. Levou a mão ao bolso do casaco, e tirou uma pequena ameixa madura que havia conseguido na cozinha antes de deixar a casa.
Colocou na mão dela, que abriu um enorme e sincero sorriso ao ver o presente que recebera.
— Eu adoro ameixas. Mas nem sempre temos em nossa casa. — ela contou, entre mordidas na suculenta fruta, que parecia a mais doce, a mais saborosa de todo o mundo nas mãos daquela criança.
Aaron sorriu.
— Prometo trazer uma a cada dia que vier vê-la.
Os olhos de Emeline brilharam com a informação. Parou de comer, encarando o menino, com o rosto sujo com o caldo da fruta, as mãos pegajosas.
— E quando eu ficar grande? Ainda vou gostar de ameixas. — reclamou ela.
— Eu sempre lhe darei ameixas, Emeline. Mesmo quando você for grande. — jurou Aaron com toda a seriedade que uma criança de sua idade poderia ter.
Mas a menina não parecia satisfeita. Olhava para o caroço da fruta que restara em sua mão, e depois para seu amigo.
— Já sei como podemos resolver o problema das ameixas, Aaron. Quando ficarmos grande, eu me casarei com você!
Com os olhos arregalados para ela, o menino desandou a rir.
— Não seja tola, Emeline. Eu sou filho de um Duque. Nós jamais poderemos nos casar. — repreendeu ele.
Ela agora parecia triste, e realmente irritada. Ficou de pé na frente dele, e jogou o caroço da ameixa para longe, que passou voando próxima a orelha de Aaron.
— Por que não podemos?
— Porque eu também me tornarei Duque e casarei com uma dama da sociedade. — explicou com calma.
Emeline segurou o vestido e fez uma pose desajeitada.
— Eu serei uma bela dama então. Usarei um lindo vestido e me casarei com você, Aaron.
Dessa vez o menino apenas sorriu, achando engraçado como a pequena fazia caretas, e o provocava.
Passaram o restante das horas com o sol alto brincando, Emeline contando a ele como tinha aprendido pescar com seu pai, e demonstrou em com um galho de arvore, como se puxava o peixe.
Divertiram-se sem qualquer medo, sem que o mundo fora daquele pequeno bosque existisse, e nenhum pouco preocupados com as convenções da sociedade inglesa.
Despediram-se sorrindo, Emeline acenando enquanto andava devagar pelo campo.
Combinaram de encontrar-se novamente no dia seguinte, e estavam ansiosos por isso. Iria capturar pequenos peixes no rio, e usar as técnicas que ela aprendera.
Mas não houve um novo encontro.
Aquela foi a última vez que as crianças se encontraram.
Na manhã seguinte a família de Aaron, o Duque, a Duquesa e sua pequena irmã partiram com urgência para Londres, deixando apenas alguns criados na fazenda. Nas redondezas falava-se sobre a piora da Duquesa, que precisaria de cuidados extremos de um bom médico.
Emeline estivera ali naquela tarde que chegara, e não encontrou ninguém. Esperara por horas, acreditando que seu amigo estava apenas atrasando, e desconfiou que ele estava lhe trazendo mais ameixas suculentas.
Mas ele não voltou.
Nem no dia seguinte. E também no próximo.
O tempo passava, e Emeline entendia que nunca mais voltaria a ver Aaron, e que realmente, jamais se casariam.

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