De quem menos espera (revisado)

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Maria narrando

O olho com raiva e ele me olha parecendo arrependido.

Mário- Filha me desculpa, eu não devia ter feito isso - ele tenta encostar em mim.

--ME SOLTA - o empurro e vou para o canto do quarto.

Preciso sair daqui!

Mário- Beatriz uma hora terá que aceitar sua nova vida - o olho com ódio - agora não seremos apenas dois - ele sorri de maneira estranha - tem os bebês!

--Eu - me aproximo - nunca vou aceitar essa vida que quer pra mim, vou sempre tentar fugir e você nunca será meu pai - o olho nos olhos - eu já disse que tenho nojo de você - ele novamente levanta a mão para me bater - pode me dar todos os tapas que quiser e me manter trancada aqui, porém nunca o considerarei o meu pai e fazerei da sua vida um inferno. Me solte agora e posso pensar em te considerar como parte da minha família depois de pagar pelos seus crimes.

Mário- Não irei para a cadeia - fala irritado e abaixa a mão - se você não aceitar por bem - olha na direção da minha barriga - tenho outras opções!

--O...o que quer dizer com isso? - coloco a mão sobre meu ventre.

Mário- Se continuar agindo assim poderá sair daqui - sorrio - mas ... sem meus netos - completa me fazendo desfazer o sorriso - assim terei meus dois herdeiros e uma nova oportunidade.

--NUNCA! - vou para o lado da cama e olho o abajur sobre a bancada - para você filhos são oportunidades? - o olho com raiva - se não deu certo o primeiro, vai tentando várias vezes? -  disfarçadamente seguro o abajur.

Mário- Não foi a minha culpa te tirarem de mim - ele se aproxima - e o Álvaro escolheu o caminho dele!

--Você não foi um bom pai para ele e nunca vai ser agindo desse jeito psicopata - ele se aproxima mais.

Mário- Posso mudar por você ou pelos meus netos - sorri de lado - Você escolhe! Quer ficar aqui com seus filhos ou ir sem eles novamente para o Frederico?

--Vou sair daqui com eles - quando vejo que o mesmo está em uma distância boa pego o abajur e dou na cabeça dele o fazendo cair no chão desacordado.

Faço tudo para defender os meus filhos!

Me abaixo e vejo que ele está vivo e suspiro de alívio. Pego no bolso da calça dele a chave e corro até a porta.

Abro a porta e saio. Preciso sair daqui!

Estou em corredor, corro até aonde acho que é final dele e vejo uma escada que leva para sala. Consigo ver daqui a porta de saída.

Desço degrau por degrau com cuidado para não fazer barulho e não cair.

Já estou até me vendo correr lá fora, quando dou de cara com um segurança.

Segurança- Aonde pensa que vai? - pergunta debochado.

--Embora - o olho decidida.

Segurança- Não vai não - sorrir de lado e olha para o final da escada.

Não precisa ser muito esperto para saber que o Mário estava ali.

Segurança- Senhor Cárter já segurei a menina - diz todo sério e educado.

Mário- Ótimo Geraldo - o segurança faz uma cara confusa o olhando - pode sair agora - diz e o soldadinho de chumbo sai rapidinho - não vai falar nada Maria?

Me viro devagar e entendo a reação do segurança. Ele estava com a cabeça sangrando pelo abajur.

--Não tenho nada pra falar. Eu disse que vou sair daqui e não vou desistir!

Mário- Por isso tomei uma decisão, vou ficar com meus netos, então terá que aguentar 9 meses ainda e poderá ir com seu querido amor - diz com deboche.

--NUNCA - me aproximo e ele dá um passo para trás me fazendo sorrir - meus filhos e eu vamos sair daqui - o empurro e subo as escadas frustada.

Entro naquele maldito quarto e vou até a janela que era bem longe do chão. Olho para fora e vejo que estou praticamente no meio de uma floresta, não tem nenhuma civilização em volta. Aonde será que estou?

Escuto alguém fechar a porta e trancar com a chave. Não ligo já que não vai adiantar de nada.

Não posso acreditar que sou filha de tantas pessoas erradas. Vivi no meio de uma grande mentira que trouxe muitas consequências.

Frederico narrando

Olho ele e penso na proposta.

--Sua irmã não é meu objeto pra mim decidir o que tem ou não que fazer - suspiro - tenho uma contra proposta - o olho friamente.

Álvaro- E qual seria?

--Vou falar para sua irmã que a ajudou e ela decidirá se vai vim ou não - olho a cara que ele faz - não se preocupe, Maria é uma mulher justa e provavelmente vai vim aqui mesmo que não queira - digo grosso.

Álvaro- Ok - fico atento - meu pai quando não consegue algo é muito impulsivo e não posso mudar isso. Mas não quero que minha irmã e meus sobrinhos se machuquem e por isso vou dizer aonde acho que ele a levou.

--Diga! - digo rápido.

Álvaro- Quando minha mãe engravidou meu pai achou que nossa casa não era o lugar mais apropriado para criar duas crianças e resolveu comprar um lugar mais grande e tranquilo - ele abaixa a cabeça - então comprou uma chácara um pouco distante, porém que não fosse tão longe do hospital e da escola.

--Aonde é esse lugar?

Maria narrando

O olho com raiva. Como esse homem consegue ser tão insuportável e cínico?

Mário- Não vai falar nada? - ele coloca a bandeja do meu lado - precisa comer e não fique com infantilidade...você está grávida! - diz como se estivesse com razão.

--Eu não vou comer nada - jogo a bandeja no chão - NÃO VOU COMER E NEM PEGAR NADA QUE VENHA DE VOCÊ! - grito.

Mário- Maria coma agora - diz ficando furioso.

--Não pode me obrigar - me levanto e vou até a janela.

Mário- Você está fazendo eu perder a paciência - olho ele novamente.

--E o que vai fazer? ... Me bater? - ele vai responder, mas a porta abre com tudo.

Mário- O que quer aqui? - pergunta para o segurança.

Geraldo- Estão invadindo a chácara - diz rápido e só daí percebo como ele está cansado.

Mário- Como? ... Resolvam isso agora mesmo! - diz autoritário e o segurança sai rapidamente.

--Frederico - digo e sorrio indo em direção a porta.

Mário- Aonde pensa que vai? - me puxa com raiva me fazendo quase cair.

Continua...

Minha, apenas minhaOnde histórias criam vida. Descubra agora