− Então, o que vamos falar nessa conversa de verdade? – Sophia brincou e deu uma risada, conseguiu também arrancar uma risada de Anthony.
− Que tal falarmos sobre você? – Anthony perguntou dando um gole em sua taça de vinho.
− Sobre mim? Mas o que vamos falar sobre mim?
Sophia sabia que a partir daquele momento iriam entrar em assuntos pessoais e íntimos, mas não sabia que coisas iriam surgir do padre. Afinal, ele era padre, tem certas coisas que não se fala a um padre.
− Fale sobre os estudos, sobre a igreja e sobre seus namoros. – ele olhou-a fixamente.
− Espere um pouco. – a jovem pegou sua taça e virou o vinho de uma vez só para a surpresa de Anthony, que riu com aquilo – Certo. Estudos? Bom... Eu vou para faculdade ano que vem, vou cursar, acredite se quiser, medicina. Minha mãe não é muito a favor disso, mas é meu sonho, eu amo medicina. Sobre a igreja, eu a vejo como parte de minha vida, algo que não vivo em, gosto de ajudar no que puder. E namorados? – ela riu – Eu não tenho nenhum namorado, afinal, olhe para mim, estou bebendo vinho com um padre.
− Uma coisa, Soph... – o padre pegou sua taça e ergueu – Nesse momento eu não sou um padre. – e assim se foi o vinho de Anthony.
− Soph... Gostei. – a jovem sorriu – Certo Tony, sua vez.
− O que quer saber?
− Por que virou padre? Afinal, o motivo não pode ser por falta de mulheres, você é absurdamente lindo. – disse a jovem de forma direta, só foi se dá conta do que disse tarde demais.
− Agradeço o elogio, Soph. – ele riu.
− Desculpe, eu estou um pouco tonta.
− Vem... Vamos dar uma volta. – Anthony se levantou e estendeu a mão para Sophia.
− Ainda não respondeu minha pergunta, padre. – disse a jovem aceitando a ajuda dele para se levantar.
− Tony. – ele a puxou para que ela levantasse, mas algo fez com que ele aplicasse força demais e a distância entre os dois se desfez.
− Padre... – ela repetiu em um tom baixo e sensual?!
“Isso não pode está acontecendo, ela está me provocando?!”, pensou Anthony enquanto respirava lentamente sentindo as mãos da jovem pousarem em seus ombros, “Acho que isso é o álcool na minha mente.”, concluiu o pensamento.
− Por que um homem tão bonito como você vira padre? – Sophia insistiu.
Ela notava que o padre não recuava a suas ações, nem ao menos a afastava, esse seria sinal de que ele estava gostando. Talvez usasse o vinho como desculpa para aquilo, mas ela estava se divertindo. Mas algo a pegou, as mãos do padre estavam em sua cintura e a puxavam para perto dele, até que seus corpos estavam colados.
− Vou te contar um segredo. – ele sussurrou no ouvido dela – É um trabalho para mim, não uma vocação, mas sim trabalho.
− E as mulheres? – Sophia o olhou – Aposto que é cercado de mulheres.
− E sou, mas nenhuma delas me despertou interesse. – o padre retribuiu o olhar, seus rostos estavam cada vez mais próximos – Até agora...
Ele completou e quando se deu conta já estava beijando a jovem. Foi ele quem tomou a iniciativa, de inicio não houve resposta de Sophia, Anthony até pensou em recuar, mas ao notar isso ela o agarrou pela nunca e o beijou. O beijo foi ficando cada vez mais intenso e voraz, até que se quebrou com o afastamento de Anthony.
Sophia o olhou ao sentir que suas mão estavam soltas no ar e as dele já não estavam mais em sua cintura. Então ela abaixou a cabeça, parecia desapontada.
− Acho que está na hora de eu ir. – ela disse ainda o olhando.
− Eu te levo em casa.
Anthony se recompôs as pressas, encaminhou-se para porta seguido de Sophia ele a olhou e ela a ele.
− Não precisa. Amanhã você tem missa, Tony. – disse ela enquanto saia da casa paroquial.
− Tem certeza?! – ele se apoiou no vão da porta e continuou a olha-la.
− Tenho. – ela sorriu – Passar bem, padre. – Ela virou-se para ir embora.
Antes de dar seu primeiro passo em direção à rua, Sophia foi puxada pelo pulso por Anthony, o que a fez virar-se para ele. Logo seus corpos estavam novamente colados um com o outro.
− É Tony... Tony. – o padre olhou em volta para certifica-se de que não havia ninguém ali.
− Então me beija logo, Tony. – Sophia puxou o rosto dele e beijou-o.
Dessa vez o beijo tinha mais sintonia, era mais voraz e intenso, as mãos de Anthony já não estavam mais apenas na cintura da jovem, mas sim por toda extensão de suas costa e elas forçavam cada vez mais o corpo dela contra o seu. Sophia por sua vez agarrava os cabelos da nuca dele com força, estavam passando para um beijo mais quente, ela podia sentir algumas caricias mais ousadas de Anthony, o que fez ela findar o beijo.
− O que foi? – ele olhou-a mantendo o corpo colado ao dela.
− Vai com calma, tá? – ela mordeu o lábio inferior – E eu já disse, amanhã você tem missa para dirigir, tem que descansar.
− Tudo bem. – ele a soltou – Vejo-te amanhã?
− Com certeza, meu amor.
Então Sophia se virou novamente e dessa vez partiu. Anthony esperou ela sair do alcance de sua vista para entrar, então quando não podia mais vê-la ele entrou para casa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Padre
RomancePadre Anthony muda-se para uma paróquia desconhecida e é logo recebido por uma bela jovem que lhe desperta sentimentos que um sacerdote se auto censuraria. Mas... Seria padre Anthony um sacerdote assim?