O décimo segundo encontro - Prólogo

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Minhyun Pov.

Chegara o dia de escrever aquela história, a mais repetitiva de todas, aquela que me causava ódio e rancor por trazer nas costas um sentimento não correspondido. A mesma e maldita história, que eu escrevia a doze reencarnações atrás.

Peguei o livro azul e junto a ele minha caneta de pena, abri em sua vigésima nona página, começando a escrever com um suspiro pesado, digno de aflição, mas mesmo assim escrevia com calma e cautela.

"Minki estava caminhando pela rua, seu destino era a sua casa, e sua sensação era a de ansiedade para chegar e confortar seus pais. Havia sido um dia exaustivo para eles, o filho mais velho estava doente e por serem uma família unida, aquilo estava afetando a todos..."

Minki Pov.

Estava caminhando pela rua, a específica em que ele estava, mas nós não sabiamos, não faziamos ideia de quê iriamos nos encontrar.

Foi, simples, foi repentino, eu acenei para o taxi e logo quando entrei lá estava ele, o olhei, ele me olhou, nossos olhares se cruzaram como se dessemos sorrisos, e depois permanecemos no clima tenso de sermos meros passageiros no mesmo carro. Quando saímos, até nos cumprimentamos, porém não haviamos ligado para a existência um do outro.

Jonghyun Pov.

O taxi havia parado finalmente em meu bairro, após horas preso em um engarrafamento, mal podia esperar para chegar em casa, precisava dormir, mas não por cansaço e sim para vê-la.

Fazia um mês desde que sonhava com a presença daquela garota, ela era encantadora, tinha um rosto delicado, olhos negros e lábios convidativos, a qual sempre me dava beijos e gerava romances em meus sonhos.

A minha vontade me fazia apressar os passos para que eu chegasse mais rápido em meu apartamento e quando finalmente cheguei tudo estava em silêncio. Minha mãe havia saído, e como eu não sentia fome caminhei até o meu quarto, peguei um livro e me pus a iniciar tal leitura na intenção de que logo adormecesse.

Minki Pov.

A imensidão de carros que ainda estavam na frente não parecia ter fim naquela noite, foi o que causou a minha desistência, me rendi a pressa e abandonei o taxi em um metrô, aonde fiquei por mais meia hora até chegar em casa. Apesar de ter chegado com um ar totalmente exaustivo, meus pais me receberam com perguntas nada afetuosas, por um simples atraso, mas eu podia compreender a preocupação deles, e depois que me 'liberaram' subi as escadas para o meu quarto entrando em passos silenciosos, pois esperava que meu irmão estivesse dormindo, mas eu estava enganado.

- Minki-ya, a onde você estava?

- Aish. Você quase me matou hyung.

- Porque você chegou tão tarde? Estava em algum encontro ou estava aprontando com os seus amigos? - Minseok me perguntou indiscretamente, algo que até soaria como piada para mim.

- Encontro. - Eu continuei a brincar com ele, mesmo que ambos soubessemos que aquilo seria algo impossível.

- Deixe-me adivinhar.. O Dong Ho e você..

Antes que ele terminasse eu o interrompi, aquilo não estava no nosso script.

- Aish, nem mais uma palavra, você sabe que eu não gosto de garotos, e o Dong Ho e eu somos apenas amigos, você deve está delirando de febre hyung, vá dormir.

Me chatiei tão rápido naquela brincadeira como em qualquer outra, e sem saber como agir apenas deixei minha mochila de lado e me joguei na cama, estava a ignorar a existência de Minseok e tudo que ele falou depois, quando me dei conta havia adormecido assim, todo desleixado, sem jantar ou perguntar como havia sido o dia do meu irmão. Mas isso nem foi o inesperado e sim o meu sonho.

Estava a sonhar com uma época antiga, meus cabelos eram longos, e eu vestia roupas nobres, o que era novidade para mim, aquele sonho era algo estranho, as pessoas que eu conheço estavam lá, Dong Ho estava lá, era como se nós conhecêssemos há séculos atrás, mas ao decorrer do sonho algo me intrigou, um garoto na qual não conhecia estava me chamando para um dos cômodos de um castelo, onde trancou a porta e me beijou.

Por que? Por que ele estava me beijando?

Jonghyun Pov.

Depois de ler alguns livros finalmente estava adormecido, o cansaço me tomou, e acabei sonhando com aquela garota de novo. No sonho, nós estavamos no mesmo castelo, eu havia a convidado para o meu quarto, onde novamente a beijei, como todos os sonhos, mas este foi além. O nosso beijo ficou mais quente, e o meu coração disparava tanto no sonho, como no sentido real, já estavamos a tirar as roupas, quando me dei conta de algo que deveria ter sido um choque para mim.

Era um garoto. Um garoto com traços femininos, e eu e ele, nós estavamos fazendo... Coisas eróticas. O que para mim era tão natural no sonho, era como se eu já soubesse desde o princípio.

Acordei bastante ansioso em meio a madrugada, e não conseguia mais dormir, para mim havia sido um choque descobrir que a pessoa na qual pensava todos os dias não era uma garota, e no sonho eu simplesmente não me importava.

- Como era um garoto? Eu estava tão certo de que..

A confusão em minha mente era tão grande, eu falava sozinho em plena madrugada, seria hilário se eu pudesse me ver naquela cena.

Minhyun Pov.

Fechei o livro, minhas lágrimas que escorriam quase manchavam suas páginas, decidi parar, aquele era o meu pior castigo.

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