Você já se encontrou?

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recadinho: espero que gostem desse final

[ ☁ ]

— O que está me dizendo? — Pergunto desacreditado, me sentindo um pouco tonto e com um formigamento presente em meu peito — O que vai acontecer com ela?

Isso não é verdade.

Não pode ser.

A escolha foi minha. Meu impulso foi não ter pensado muito antes de voltar lá, mesmo depois de ter ouvido tantos sermões.

— Eu deveria ter contado antes... Já fui um jovem tolo como você, Hyunjin — Meu avô fala se sentando e pondo o jornal de lado, algo que só fazia quando o assunto era importante — Eu queria viver minha vida ao invés de ajudar a dos outros, assim como você. E em uma das noites, eu fui parar em uma realidade de um jovem alcoólatra, que provavelmente seria atropelado. Mas outra pessoa podia me ver. Era uma mulher.

Uma mulher? Mas somente nossas alma gêmeas conseguem nos ver durante nossa ida até a realidade dos outros.

Eu pensava que ele só tinha se interessado pela minha avó durante sua vida inteira. Mas, pelo visto, ainda me fez acreditar que éramos destinados a um único e primeiro amor.

Como nos livros.

— Perdi o jovem de vista por estar conversando com ela, mas esse não foi meu maior erro naquela noite — Meu avô continua, posso sentir seu tom triste a cada palavra — Quando voltei depois de algumas semanas para procurá-la, descobri que ela tido um filho e que sua cidade estava em guerra. — Ele encara o livro azul de nossa família, cujo estavam nossas regras. Acredito que eu não o único que odeia esse livro — Eu contei sobre a minha habilidade, então sabia que iria perder o meu poder. Eu só não sabia que iria perdê-la.

— Mas o senhor me contou que minha avó tinha morrido durante a guerra e que meu pai sobreviveu por sorte. — O interrompo, me lembrando das vezes em que ouvi aquilo desde que recebi a habilidade. Eu nunca me interessei pela história, mas gostava de o ouvir contando, ainda mais agora que encontrei um sentido — Essa mulher que o senhor falou, era a minha avó? Então, o senhor encontrou sua alma gêmea?

— E a perdi por egoísmo. — Ele fala, sua culpa parece ser posta em cada palavra — Um dos guardas atirou nela, mas eu consegui salvar o meu filho e o trazer em segurança depois de fazer ele dormir — Meu avô encara o quadro com a foto do meu pai ainda criança e sorri — Até hoje não sei como consegui fazer isso. Eu sei que é doloroso perder o vínculo com alguém que já foi essencial na sua vida. Porém faz parte!

Encaro meu avô sorrindo para uma parte vazia do chão, me fazendo notar uma lágrima escapar por seus olhos. E pela primeira vez o vi perdido em seus pensamentos.

É assim que eu me sinto a maior parte do tempo quando se trata de Felix.

— Então o senhor sabe como me sinto. — Digo o encarando, mas ele não muda sua expressão.

— E por saber sobre os riscos, peço que não lute para encontrar ela novamente. — Meu avô fala se levantando e limpando as lágrimas, respirando pesado para não desabar, enquanto se recolhe para o seu quarto — Sei que como eu, você iria se culpar pelo o que acontecer até o último dia de sua vida.

[ ☁ ]

Eu não estou tão relaxado tanto quanto tento transparecer.

YOUR NAME, hyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora