Jughead

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Bebi tanto ontem que nem me lembro do que fiz ou não durante todo o dia. Só sei que acordei em casa e tinha uma aspirina para a minha ressaca. Agradeço mentalmente quem tivesse deixado isso para mim.

Faz tempos que não via meu sobrinho. Jellybean andará ocupada e só tinha tempo para Rick, o que me irritava, já que eu queria um pouco de atenção de minha irmãzinha também.

Pois bem, hoje eu reclamei tanto no ouvido dela que resolvemos passar a tarde juntos nesse domingo. May, minha sobrinha, insistiu muito até eu e sua mãe deixarmos ela dormir no meu apartamento. Não contava com isso então tive de desmarcar o encontro que tinha com uma tal de Elizabeth —eu a conheci no tinder mas ninguém precisa saber disso.

Como no dia seguinte seria segunda feira tive que passar no apartamento de Jellybean para pegar o uniforme de Maison.

Era incrível como essa criança era engraçada. Tudo que ela dizia parecia uma afronta a ninguém em específico. O deboche em seu rosto e fala sempre faziam qualquer um rir. Apenas com 5 anos ela conseguia ser esperta o suficiente para perceber o que havia de errado ou não. Eu admirava muito minha pequena.

-Tio, a gente pode comer hambúrguer? —diz puxando meu casaco enquanto caminha ao meu lado na rua

-Você quer comer pizza de onde em, pequena? —lhe levanto e apoio seu corpo em meu tronco. Ela recosta sua cabeça na curva do meu pescoço e suas mãos agarrando o mesmo.

-Eu disse hambúrguer tio!

Sinto sua respiração em meu pescoço e o chiado baixinho que sai de Deus lambido sempre me deixa tenso por conta de sua asma.

-Pizza de mozarela então? Que bom que você concorda comigo, Maison. —disse enquanto atravessava a rua para chegar ao meu apartamento. A casa de Jellybean era bem perto da minha, por isso fui a pé.

-Tio Jug, por que você está se fazendo de idiota? —me encara furiosa. Deus, como ela parece com a mãe.

-Meu anjinho, eu estou com muita preguiça de ir até uma hamburgueria. A gente pode almoçar isso amanhã, que tal? —lhe fiz cócegas para ver se ela dava um sorriso, mas lembrei que ela não sentem cócegas. -Depois da aula eu te busco e a gente vai no James Burguer's, o que acha em? —dou boa noite ao porteiro que me oferece um sorriso, que retribuo de bom grado.

-Ta bom. Vou deixar passar dessa vez , mas da próxima, juro que não vou amolecer só porque você é legal comigo, tio. —diz com sua voz doce. Essa criança era minha fraqueza e nada mais seria além dela.

Depois de entrarmos em casa e pedirmos a pizza, dei banho em May e a coloquei para ver desenho. Após comermos coloquei-a na minha cama e avisei que iria tomar banho antes de ler uma história para ela dormir, mas isso não deu muito certo, quando voltei para deitar ao seu lado e ler a história, Maison já havia dormido e deveria estar em seu décimo primeiro sono depois daquele dia tão cansativo.

Me concentrei em tentar dormir mas não conseguia. Simplesmente não sabia o porque, ma anão estava conseguindo pregar os olhos.

Resolvi me desvencilhar do pequeno corpo de May e ir trabalhar um pouco. Precisa saber quem era aquela mulher.

Ao chegar em meu escritório procurei por meus papéis mas eles haviam sumido. Estranho, não lembro de tê-los levando para o escritório da polícia. Continuei a procurar por toda a casa mas literalmente todas as minhas anotações e impressões haviam sumido. Tentei me lembrar da noite anterior mas não conseguia, era impossível lembrar de algo.

Me deu por vencido e resolvi que procuraria os papéis no meu escritório na sede amanhã após deixar minha sobrinha na escola.

Retornei a cama e pequei meu celular —depois de meia-hora procurando papéis, ainda assim não conseguia dormir—, havia uma mensagem de Jellybean perguntando da filha e avisei o que fizemos até tal hora. A mensagem da tal Elizabeth chamou a minha atenção, era uma foto dela e uma criança muito parecia com ela. Tivera dito que minha sobrinha viria para minha casa hoje à noite. Elizabeth disse que sua sobrinha passaria a noite na casa dela também. Bom, ou a irmã de Betty era muito parecida com ela, ou, a filha era de Betty e não da irmã.

Que fofas. Ela é a sua cara

Depois de cinco minutos quase desisto de esperá-la responder mas os três pontinhos pulando me chamam a atenção.

Aé. Todo mundo diz isso kkkk

Tem certeza de que ela não é sua? Kkkkkk

Eu acho que sim em. Não fui eu que transei e engravidei. Mas se você quiser vir aqui um dia...

Você é uma pervertida Elizabeth Cooper!

Ei! Só estou me divertindo um pouco tá!? KKKKK

Vai dormir mulher! Você me deixou duro.

Objetivo alcançado. Tchau baby

Boa noite

Pra você também.

Ela é maluca. Tenho certeza disso. E uma pervertida também, mas isso eu não a culpo, olha pra mim, sou um gostosão! Ok, já deu, não sou nada disso. Mas ela é.

Conheci Elizabeth faz menos de 24 horas e já me simpatizei com ela. Sua energia e a simpatia são coisas que me pegaram em cheio, e o sorriso na foto então? Ele é lindo. Daqueles que você olha e te acalma na hora e você tem vontade de encarar pra sempre. Seus olhos verdes-azuis são as coisas mais lindas também. Mas o estranho é que parece que já conheço ela de passagem; como se já tivesse a visto antes.

Odeio minhas paranóias de noite, elas não costumam fazer muito sentido depois de um tempo. Resolvo dormir, porque teria de acordar 6 da manhã.


Após acordar May, dar banho nela, arrumar sua mochila e lhe dar café da manhã, fomos de carro cantando músicas de criança no caminho até a escola dela.

-Maison, que horas que sua aula acaba?  —pergunto em pé com Maison no meu colo.

-Tio Jug, porque você ainda não sabe? Acho que essa é a verdadeira pergunta. —diz enquanto se descola de mim tentando descer do meu colo.

-Acontece que eu sabia até o semestre passado, e nesse, não lembro mais. E, então...?

-Acaba as 1:50, a aula das crianças. —uma voz doce e suave fala atrás de mim.

Me viro para ver quem é e dou de cara com a tal Elizabeth que eu conversei ontem. Sua sobrinha deitada em seu ombro até bater os olhos em May. As duas pequenas riram uma da outra, ou talvez seja de mim que estou encarando Betty com os olhos arregalados.

-Tio, você tá quase babando na Tia Betty! —Maison diz me dando tapinhas no rosto e rindo.

-May, parece que seu Tio gostou da minha Betty. —diz Jasmin ainda rindo de mim.

Quer dizer, ela é linda em fotos, mas na vida real... bom, ela é mais linda ainda. Será que eu devo oferecer um café da manhã? Ou talvez ficar quieto no meu canto e só deixar Maison na aula? Será que ela já conhece a Maison? Como eu não conheci Jasmin antes? Pelo visto May e Jas são amigas, com certeza Elizabeth conhece Maison seu idiota!

-Ok, já deu Jughead! —Betty diz é me da um tapa no ombro rindo pelo nariz.

-Eu... é... tipo assim, olha, você... uau! —gaguejo sem saber o porque. Qual a sua Jughead? Você nunca foi assim! O que tá acontecendo em?

-Ok crianças, que tal vocês irem entrando na escola? Vai com a Maison, Jasmin! —ela põe a garota no chão e eu faço o mesmo. As duas são as mãos e entram pelo portão amarelo e azul, com suas mochilas.

-Então, já tomou café da manhã?  —pergunta. Pera, não era esse o meu trabalho?

Bom, eu já tomei café, mas estou com fome então talvez devesse aceitar a oportunidade de conhecer ela é ainda comer.

-Claro! —lhe ofereço um sorriso e ela retribui meiga.

She's a killer - bughead Onde histórias criam vida. Descubra agora