11. Um bom papo

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Alex espera no saguão de desembarque.

Olha atentamente para o portão e procura o rosto de sua mãe entre as pessoas que saem.

Eis que Vera surge. Com um sorriso largo, o que faz Alex sorrir também. Ao lado dela, Joana, uma senhora loira, alta e muito elegante.

Amiga da família de longa data, Alex se lembra dela mais jovem, quando ia brincar na casa de Sandro, seu melhor amigo de infância.

Até sentia uma queda por ela, mas era coisa de menino. A velha fantasia infanto-juvenil que alguns garotos tem pela mãe do seu amigo.

Fazia um bom tempo que não a via. Bem maquiada e arrumada, se tornou uma senhora de uns 60 e poucos anos que ainda mantém os belos traços da juventude no rosto.

- Oi, querido! - Diz Vera, o abraçando com entusiasmo.

- Que bom te ver, mãe! - Responde Alex, enquanto é literalmente apertado em um abraço forte.

- Se lembra da Joana, né? - Diz Vera, ao liberta-lo do abraço.

- Claro! Claro! - Ele a cumprimenta com um beijo no rosto.

- E o Sandrinho? Vai bem? - Pergunta ele na sequência.

- Sim! Sim! Está ótimo... é casado e pai de uma linda menina. Uma querida. Meu xodó. - Responde Joana sorrindo.

- Que bom! Faz tempo que não falo com ele. - Diz Alex, já pegando a alça da pequena mala de rodinhas de sua mãe.

Os três caminham em direção ao estacionamento do aeroporto. O papo é ameno.

Chegam ao carro e Alex guarda as duas malas no porta-malas. Entram e partem.

- Ah, filho... obrigado por receber a gente. Foi tudo tão em cima. Não sei se a gente encontraria um hotel. - Diz Vera, sentada ao lado de Alex.

- Que isso, mãe! Claro que eu receberia vocês. Até parece que deixaria vocês duas num hotel... - Responde Alex.

- Não vai atrapalhar mesmo? Olha... eu posso dormir no sofá... - Diz Joana, no banco de trás.

- Claro que não atrapalha. E você pode dormir no outro quarto... já estou acostumado a dormir no sofá. - Alex sorri.

- Suas namoradas vão estranhar ver você levando duas velhas para dentro de casa. Um moço tão bonito... - Joana emenda, para depois sorrir. Os dois também riem.

- Haha... que nada. Vão sentir inveja. Duas gatonas dessas! - Continua Alex, para provocar mais risadas nelas.

- É só nenhuma das duas esquecer alguma calcinha por lá... haha - Diz sorrindo Vera, já emendando uma leve provocação pelo que descobriu no apartamento do filho na última vez que esteve lá.

Joana sorri da mesma forma intensa da piada, mas Alex sorri mais contido. Alguma coisa lhe diz que sua mãe voltou a demonstrar que sabe algo. Esse tipo de coisa não é algo que ela falaria. Ainda mais na frente de uma amiga.

De qualquer forma, mesmo estranhando o comentário e o recente comportamento de Vera, Alex ainda não faz uma ligação com as calcinhas de algumas mulheres que mantém de "souvenires" no guarda-roupa e que sua mãe descobriu recentemente.

Essas calcinhas não são algo em que ele pensa muito.

Por mais que saiba que não deveria se meter na vida sexual de seu filho, Vera tem medo que Alex tenha se tornado um pervertido que sequestra mulheres ou algo do tipo. Por mais absurdo que pareça essa ideia, ela acabou se convencendo que existe um significado a mais naquelas calcinhas do que um simples fetiche masculino.

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