3. Tudo ao mesmo tempo

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Quarta-feira a noite.

Uma chuva fina cai lá fora e Alex está deitado em sua cama vendo um filme na TV.

A semana começou intensa na agência e ele voltou a entrar na correria de sempre. Tenta abstrair um pouco.

Nisso, seu celular vibra ao lado. É uma mensagem.

Ele pausa o filme e o pega.

Margareth: Oi. Devo ir amanhã limpar sua casa? Não tem problema se não quiser que eu vá.

Alex sorri. Faz quase uma semana desde a transa que tiveram. Margareth finalmente resolveu se manifestar.

Alex: Oi, Margareth. Pode vir sim... se assim quiser. Fico agradecido. Achei que tinha desistido de mim.

Margareth: Mas queria deixar claro que só vou limpar a casa. Só isso! Se o senhor estiver aí, prefiro não ir. Vai trabalhar amanhã?

A culpa a atingiu em cheio, mas Alex acha que até seja melhor assim.

Alex: Não estarei aqui. Fique tranquila. Aliás, o que aconteceu entre a gente vai comigo para o túmulo. Não precisa se preocupar.

Margareth: Foi um erro. Não vai acontecer de novo. Nem quero falar mais sobre aquilo.

Alex: Tudo bem. Entendo. Deixarei a chave na portaria como sempre, tá? Obrigado.

Margareth: Boa noite.

Um certo alívio toma conta de Alex. Ele admite que, mesmo tendo sido uma rapidinha, possuir Margareth foi algo muito excitante. Seria até interessante repetir, porém a razão fala mais alto.

E ele tem que trabalhar melhor seus impulsos. Sabe que não é assim que ele vai conseguir manter a serenidade e o auto-controle que um Dominador necessita.

Sobre serenidade e impulsos, Alex se lembra da conversa de sábado com Hugo. Chega a sentir como se estivesse negando-lhe ajuda, já que parece estar fácil identificar onde o casamento do amigo chegou.

O problema para ele é se envolver com um assunto tão íntimo. Acha melhor se afastar e deixar que Cíntia e Hugo resolvam entre eles. Ainda mais depois de saber do interesse dela sobre o universo BDSM.

Nem quer pensar nisso.

Aperta o play novamente e volta a ver o filme.

******

No dia seguinte, Alex se prepara para almoçar. Arruma as coisas em sua mesa no trabalho e tenta encontrar a sua carteira. Se perde um pouco na bagunça de papéis que ele mesmo cria.

No bolso, sente o seu celular vibrar. Ele o retira e olha. Dessa vez é uma ligação.

Para a sua surpresa, é de alguém que ele não vê há muito tempo. Mais precisamente, desde o dia que ia viajar para Europa de férias, naquele fatídico encontro no aeroporto.

É Patricia!

Ele atende de forma hesitante. Não sabe o que esperar. Patricia simplesmente sumiu depois daquilo.

- Alô! Oi! Quanto tempo! - Diz Alex ao telefone, tentando mostrar entusiasmo.

- Oi, Alex... tudo bem? Estou te atrapalhando? - Diz Patricia, como uma voz comedida.

- Não! Não! Estava saindo para almoçar. Está tudo bem, sim... e vc? - Pergunta Alex, encontrando sua carteira debaixo de uma revista.

- Estou bem, também... na realidade, sempre tem alguns problemas, mas fazer o que, né? É a vida. Você se mudou daquele prédio? Fiquei sabendo. - Continua Patricia. Alex agora caminha pelos corredores da agência em direção ao elevador. Fica um pouco surpreso dela ter essa informação.

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