Capítulo-4

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As aulas haviam acabado e Raven estava indo para sua casa andando.

Essa era a hora em que algumas ruas ficavam muito desertas e outras bastante movimentadas. A noite estava muito fria e dava para perceber pela respiração de Ravena, que soltava um ar quente pelo nariz ao respirar; fazendo uma fumaça sair.

Raven até que gostava de andar, pelo menos assim ela pensava no que diria para a sua mãe quando chegasse em casa. Ela andava olhando para o chão, quando novamente esbarra em Garfield Logan.

– Temos que parar de nos encontrar assim. – Ele brinca.

– Desculpe. – Ela fala com sua voz baixa.

Garfield coça a nuca e esboça um enorme sorriso.

– Prazer, meu nome é Garfield Logan, mas pode me chamar de Garf. – Ele fala sorrindo.

Raven percebeu que ele também queria que ela se apresentasse, então ela disse:

– Me chamo Ravena Roth.

Garfield era um garoto muito extrovertido, mesmo quando ajudava seus pais ele tentava suavizar toda e qualquer situação, além de alegrar qualquer lugar que passava.

– Posso lhe chamar de Rae? – Perguntou sorrindo. 

Raven olha para ele e percebe que o garoto era como Tara e não ia largar de seu pé, sem contar que ela estava atrasada para chegar em casa.

– Desculpe, mas não tenho tempo para isso. – Falou em um tom baixo. – Eu estou atrasada. – Ela começa a andar rapidamente.

Garfield da um sorriso e volta a andar.

Raven estava muito atrasada e sabia que isso não era nada bom, pois quando chegasse em casa a sua mãe já teria ido para o seu segundo trabalho como garçonete, em um pub que não ficava muito longe. Raven então decidiu ir até o pub, ao invés de ir para a sua casa, sabendo que não iria encontrar sua mãe.

Ela dobra na esquina e continua andando, só que dessa vez ela não estava indo para casa.

A rua em que ela estava tinha poucas pessoas e a maioria eram bêbados e mendigos ou bêbados mendigos. Um homem passou pelo seu lado cambaleando com uma garrafa de vodka na mão, ele olhou para ela e sorriu. Raven fingiu não ter visto, afinal era só um homem bêbado.

Aquela rua lhe dava um pouco de medo, não conseguia entender como a sua mãe conseguia andar por ela toda noite. Talvez fosse o sacrifício que teria que pagar para poder dar o melhor para a sua filha.

Ela chega no pub e entra. O lugar estava cheio, diferente da rua que estava praticamente deserta, parecia que ela estava em outro lugar, em uma rua movimentada, mas não estava.

Ela anda até o balcão. Todos que estavam lá ficaram olhando para ela, como se fosse estranha ou esquisita.

Ela se senta e vê sua mãe de costa enxugando os copos.

– Eu quero uma cerveja. – Fala Raven, chamando a atenção de sua mãe.

Arella se vira e quando vê sua filha coloca o copo em cima de uma estante e se aproxima de sua filha com um enorme sorriso no rosto.

– O que faz aqui Rae?

Os olhos de Raven estavam triste, pois não era fácil ter que contar que foi demitida do seu emprego, já que para ela a sua mãe era a imagem exata de uma mulher guerreira e trabalhadora, que em qualquer emprego ela era a melhor.

Arella percebeu os olhos tristes de sua linda filha, então ela disse:

– O que houve minha filha? – Perguntou preocupada. – Mexeram com você na faculdade? – Sua expressão mudou rapidamente para raiva. – Se mexeram...

– Não é nada disso mãe. – Falou Raven cabisbaixa. – Eu fui demitida.

Arella solta um suspiro de alívio. Ela sempre ficava preocupada com a sua filha, já que Raven, por crescer vendo o pai batendo na mãe e por ter dado uma facada em seu pai, cresceu traumatizada, por isso ela era muito quieta e tímida, fazendo com que os seus colegas de classe praticassem bulling com ela. Arella ficou muito aliviada quando Raven apresentou Tara como sua amiga, pois ela nunca iria imaginar que a sua filha conseguiria fazer amigos, mesmo torcendo muito para que aquilo acontecesse. Tara havia mudado bastante a vida de Raven, para melhor.

– Por que o alívio? – Perguntou Raven, confusa.

Arella continuava sorrindo.

– Você vai encontrar um emprego novo logo. – Ela pegou outro copo para enxugar, pois não queria levar bronca, por não estar fazendo nada.

Foi ai que Raven se lembrou que havia ido procurar emprego na Wayne Enterprises.

– Sabe, aconteceu algo muito estranho comigo. – Falou enquanto se lembrava. – Eu havia sido demitida, quando eu passo na frente daquele prédio enorme da família Wayne e ouço uma garota falar que foi demitida e que tinha um cargo vago.

Arella arqueou a sobrancelha, mas deixou a sua filha terminar antes de falar qualquer coisa.

– Eu entrei na empresa e realmente tinha um cargo vago. – Falou sorrindo. – Preenchi uns papéis e a secretária disse que se eu conseguisse a vaga ela me ligaria.

Arella cola o copo junto com os outros.

– Nossa! – Fala chocada. – Não sabia que estava tão fácil achar um emprego hoje em dia. – Ela brinca. – Mas falando sério. Você tem muita sorte minha filha. – Ela da um enorme sorriso. – Agora me diz se vai beber algo ou vão expulsar você. – Fala em um tom baixo.

Raven balança a cabeça.

– Vou querer só uma cerveja.

Arella pega um copo enorme e o enche de cerveja.

– Toma. – Fala colocando o copo na frente de Raven.

– Será que consigo tomar tudo isso? – Pergunta para sua mãe.

– Filha, você tem dezenove anos, daqui á alguns meses vai fazer vinte, tem que se divertir. – Ela dá dois tapinhas no ombro de Raven. – Você pode beber de vagar, assim poderá voltar comigo para casa.

Raven concorda com sua mãe, por saber que só acabaria aquele copo quando o bar estivesse fechando e por não querer voltar sozinha para a sua casa.

Um homem se aproxima do balcão e Arella vai atende-lo.

– Ora, ora se não é nosso melhor cliente. – Ela fala sorrindo. – O mesmo de sempre, Dick?

– Você me conhece, Ella. – Ele dá um sorriso.

– Vai ficar na mesa como sempre?

Ele olha para o lado e vê a garota com quem se encontrou no corredor onde fica seu escritório.

– Dessa vez vou ficar no balcão. – Ele fala sorrindo e voltando a olhar para Arella.

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