Victoria
Ele estava indo bem, por enquanto não quebrou nada nem tentou fugir. Até penso que ele não vai pisar na bola nessa viagem.
Não que ficar repousada fosse meramente ruim, contudo começava a entediar. Senti um leve arrepio, um mau pressentimento.
Edward hesitou. Como se em algum momento ele parasse de pensar. Em frações de segundo percebi o que ele planejava.
Não ele não vai! Tentei impedir, mas ele deu o primeiro passo, e atravessou a rua. Observava-o distanciando, até que decidi o que deveria fazer. Meu coração acelerou. Apertei o passo para onde ele jazia, mas ele já havia virado a esquina. E de súbito ele começou a andar mais rápido. Ele não parecia querer ouvir, por mais que o chamasse. Passava tão rápido que eu não tinha ideia para onde estávamos indo, o cenário mudava ao piscar de olhos. A cada momento que isso continuava mais eu pensava que aquilo seria uma brincadeira de criança.
– Ai! – digo, de súbito quanto percebi que caí em frente a uma mulher.
– Ahn... Me desculpe, eu não queria. – digo. Olho pelos lados. Edward some de vista. Ah que ótimo!
Ela me olha com aquela cara que meu pai faz quando estou encrencada, mas depois esboça um sorriso.
– Eu que peço perdão. Não vi por onde passei moça – ergui a cabeça, ela era loira bem clara. Tinha uma tatuagem preta de uma caveira no pescoço. Era tão linda e parecia tão irreal – Ah, você está olhando para minha tatuagem! Ela é bonita, não é? – observa ela.
Eu perdia tempo falando com essa moça. Por que diabos ela estava fazendo ali? Agora nem chegarei perto de encontrar ele.
– Desculpe, mas eu tenho que ir – respondo andando para a outra direção.
A moça de súbito segura meu braço com força.
– Por onde deseja ir, moça? Esse lado da cidade é perigoso, tenha cuidado para não cair em mãos erradas – alerta ela séria.
Ela me encarou, eu não tenho tempo para isso.
Percebi que ela ainda olhava para mim, sorrindo de lábios cerrados, levantando ligeiramente a sobrancelha.
̶ Por que diz que esse lugar é perigoso? ̶ Perguntei mesmo continuando preocupada com Edward, ele deve voltar logo.
̶ É um bairro pouco convencional, há muitos rumores relacionados as pessoas que moram aqui ̶ Ela deu um grande suspiro ̶ Você não parece desta cidade, pela maneira que olha para os lugares. ̶ Observou ela de maneira criteriosa.
Não consigo parar de pensar onde ele estava, e essa mulher só me deixava mais ansiosa e preocupada.
̶ Não se preocupe tanto com seu amigo, ele deve voltar logo. Mas você, volte. ̶ Sua expressão se tornou séria ̶ Vai ser melhor, acredite.
Ela me deu um breve medo, mas mesmo assim, voltei.
O que Edward pensou em fazer, o que deu na sua cabeça para ir passeando por uma cidade grande. Ele não parecia normal. O que aconteceu com ele?
Tentava encontrar o caminho de volta, não deu vontade de procurar Edward. Se aquela moça me quis alertar, eu não irei para aquele caminho. Ele já devia estar longe. Para onde ele foi? Será que ele voltará?
Não foi fácil voltar. Aquelas ruas eram desconhecidas. Cheguei ao ponto de pedir a uma pessoa que indicasse como chegaria ao museu. Não quero me perder igual a Edward.
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Descendentes de Ghostwrick
FantasiaColegas viajam para uma cidade grande, e, em meio a isso, um jovem é sequestrado. Nada se sabe acerca disso. Mais é tudo se torna complexo, e o sequestro é o menor dos seus problemas,