Capítulo 5

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Diego

-   Como você ousa deixar uma pessoa entrar na minhas casa e no meu quarto, Tony? - pergunto para o segurança que está há anos trabalhando comigo, logo que avisto o rastro de poeira que a bicicleta da garota deixou.

Ele me olha confuso, quando na verdade, deveria estar envergonhado pelo erro que cometeu

- Não era para estar? Mas como vocês dois...

- Nós dois o que homem? Fala de uma vez! - exijo, irritado, vendo o seu rosto ficar vermelho, corando como uma mulherzinha.

- Bom, já que a moça veio entreter o senhor, não achei que seria necessário avisar da sua chegada. Achei que ela queria lhe fazer uma surpresa no quarto. Se é que me entende.

Não! Eu entendo.

- Me entreter?

- Senhor, está me constrangendo. Sei que tipo de serviço meninas como a que acabou de sair daqui prestam. E perdão se estou sendo indiscreto, mas ela não parece o tipo de mulher que o senhor costuma andar. Tão diferente da senhorita Nicole e da senhora...

Antes que termine a frase, Tony interrompe a si mesmo, pois tem amor a própria vida e sabe quais assuntos e nomes que não podem ser mencionados na minha presença.

- Por que a babá do Alex precisaria fazer o meu tipo - questiono.

- Babá? Mas ela disse que...

- Disse?

- Pensei que era um garota de programa e ela não fez questão de corrigi o meu erro.

- Ela ela te enganou, Tony e, para o bem da nossa boa relação e da manutenção do seu emprego, não vou perguntar o que o que te faz pensar que eu precise contratar uma prostituta.

Dou-lhe as costas, mas antes de entrar dou o último aviso:

- Eu não quero que aquelas maluca e mentirosa entre dentro dessa casa, não quero sequer vê-la por essas terras. Dê um jeito de garantir que eu não seja obrigado a colocar os olhos novamente sobre aquela criança sem juízo.

Dentro de casa não consigo entrar dentro do meu próprio quarto, pois sei que o faria apenas para ficar andando de um lado para outro e olhando para a cama, tudo para depois perceber que não irei conseguir pregar o olho por toda a noite.

Quando decidi sair do escritório e tomar um banho relaxante, jamais imaginei que encontraria uma estranha dentro do meu quarto, uma adolescente de roupa curta e mentirosa. A doida disse que tinha vindo pela trabalho com babá, mas isso não pode ser verdade, pois eu não pedi nenhuma cuidadora para o meu filho. Pelo menos, não ainda.

Se eu tivesse senso de humor, poderia até ter achado divertido o seu atrevimento, mas, como não tenho, tudo o que senti foi irritação e vontade chutar ela e a sua língua ferina que só disse besteiras para longe de mim.

- Inferno!

Esbravejo, andando de um lado para o outro no meio da sala, tentado me acalmar e esquecer o incidente, o momento em que alguém apareceu para perturbar a minha vida.

Se ela soubesse o risco que correu...

Após mais de 1H andando de um lado para o outro, como um leão enjaulado no meio da sala, vou em busca da única pessoa que pode me acalmar. A razão de o meu coração continuar batendo dentro do peito, mesmo que para isso tenha que fazer um esforço sobre humano e sinta dor a cada respiração.

Calmamente abro a porta para não acordá-lo, a penumbra me recebe e ao ligar o abajur, sinto o alívio tomar pouco a pouco todo o meu corpo. A respiração fica melhor, a dor diminui e então eu lembro as razões pelas quais devo seguir em frente.

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⏰ Última atualização: Mar 26, 2020 ⏰

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