A História Que Não Nos Foi Contada

Capítulo III

Emma

Minha cabeça está girando, e depois de ver aquela menina que por mais absurdo que pareça, era uma cópia perfeita de mim, minha cabeça só falta explodir.
Eu sempre soube que ao ingerir muita bebida alcoolica as pessoas costumam ficar muito agitadas, falam a verdade nua e crua e etc, mas eu nunca pensei que pudessem ter alucinações. Que horror.

A estranha havia subido uma pequena escada, o que me faz imaginar que estou em algum tipo de porão ou algo parecido, não sei, não estou com cabeça para pensar em nada.

O tempo parece passar rápido, pois em menos de dois minutos, imagino eu, ouvi um ranger de porta e alguns passos na escada a minha frente.

Ela até que foi rápida ! - Pensei.

Estava me preparando para encara-la novamente e constatar que eu tinha me equivocado ao achar que ela era a minha cópia perfeita, mas assim que olhei para as pernas da pessoa a minha frente, entendi que não tinha nada a ver com a minha suposta sósia.
Quer dizer, talvez eu tivesse alucinando achando que era uma menina igual a mim, porque levei um susto ao constatar:

Era um homem.

- Não acredito nisso Maya ! Além de sair escondida justo no dia em que te coloquei de castigo, chega em casa nesse estado e acha que eu não vou ouvir o barulho ! - Estreito os olhos e tento encarar o homem a minha frente.

Ele parece ter acabado de acordar, e pelo bastão de basebol que segura na mão direita, dá a entender que ele estava preparado se fosse o caso de ter algum ladrão aqui.
Ele tem os olhos azuis e cabelos castanhos claros, aparenta ter quase uns quarenta anos, e supus que fosse o pai da menina da festa.

- Não é o que parece senhor... err... é tudo um mal entendido, eu... - Tento explicar, mas pelo visto aquela bebida ainda está fazendo efeito em mim, pois o homem não teve paciência de me ouvir e me interrompeu.

- Mal entendido coisa nenhuma ! Olha para você Maya ! - A voz dele ainda tinha aquela irritação, mas agora senti uma preocupação ocupar o lugar da sua face mal humorada.

- Maya ? - Fiquei sem entender, mas quando fui tentar raciocinar alguma coisa, senti uma fisgada na cabeça. Automaticamente levei minha mão até a testa - Ai...

Levei algum tempo para compreender o que o homem murmurou, já que ele veio rápido em minha direção e me levantou do sofá, segurando meus ombros.

- Amanhã a gente conversa - Disse ele.

Arregalei os olhos e tentei encontrar algum jeito de explicar o que estava acontecendo, mas quando o homem começou a andar, senti minha tontura ficou bem mais forte, tirando parte da minha consciência enquanto provavelmente o sujeito subia as escadas junto comigo.

Depois do que pareceu uma eternidade, e depois de duas escadas enormes, o homem abriu uma porta de um quarto e me conduziu até a cama.

- Consegue se trocar sozinha ? - Perguntou, ainda me encarando.

- Sim - Respondi imediatamente. Não é só porque eu estou bêbada que vou deixar alguém me ver sem roupa, fora que eu nem teria outra roupa para vestir aqui. Mas quando me lembrei desse fato já era tarde demais, o homem já tinha se virado e seguido em direção a porta. Fechou a porta e ouvi passos até que o som de outra porta se abrindo e fechando me fez entender que ele foi para o seu quarto.

Ótimo. Agora eu estou sozinha em um quarto estranho que o pai estranho de uma garota estranha me colocou.

- O que foi isso ?? - A voz da menina da festa chegou aos meus ouvidos e eu olhei em sua direção, ela estava saindo debaixo da cama - Meu pai te viu !

Eu até responderia, "É, ele me viu" mas meu coração acelerou tando que eu pensei que fosse desmaiar novamente.
Se antes eu tinha dúvida de ter tido qualquer tipo de alucinação, agora eu tive que aceitar o fato de que sim, ela era minha sósia perfeita.

- Ai droga ! E agora... o que eu faço ? O que eu faço ? - A menina andava murmurando para si mesma de um lado para o outro.

Observando melhor a garota, eu pude perceber que de parecido nós só temos o rosto e o corpo, porque o estilo dela e até mesmo o jeito de ela andar emanava uma energia bem rebelde.
Isso, rebelde ! É por isso que ela estava naquela boate, ela deve ser mais uma adolescente rebelde que foge de casa para ir em festas. Exatamente o que minha mãe morria de medo que eu me tornasse...

Pensando por esse lado, consegui recuperar uma parte mínima da minha consciência, o que me levou a um pensamento bem coerente da minha parte, considerando o meu estado.

Minha mãe iria me matar !
Porque é um fato de que eu não vou conseguir voltar a tempo para casa, muito menos desse jeito que eu estou !
Que ótimo... de filha exemplar eu passei para adolescente rebelde que bebe até desmaiar e vai parar na casa de um completo estranho.

Minha mãe nunca mais vai confiar em mim.

Vovó vai me achar mais imatura do que ela já acha.

Minha vida vai virar de pernas pro ar quando eu voltar simplismente pela minha vontade de ter liberdade...
Realmente nunca vou ser uma garota normal.

Antes que eu possa me dar conta, sinto uma lágrima solitária descendo pela minha bochecha. E isso foi o estopim.
A choradeira começou e eu não consegui me controlar, mesmo com a tal de Maya parando seu mini ataque para me encarar.
Abaixei a cabeça e fingi que estava coçando os olhos, o que foi uma completa bobagem já que a menina já tinha me visto antes.

Ótimo Emma ! Agora a garota vai achar que você é bipolar.

Eu sou uma causa perdida mesmo !

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  Demorei mas voltei rsrs
Vida de universitário não é fácil meu povo kkkk Mas agora que acabou a época de trabalhos, provas, seminários e etc, eu vou tentar postar mais vezes ok ??

Esse capítulo ficou bem pequeno, eu sei, mas prometo que o próximo vai ficar maiorzinho.

Ps: Próximo capítulo a história vai começar a desenrolar kkk Os primeiros capítulos são meio chatinhos porque vocês ainda tem que conhecer os personagens e tals, mas eu tenho altas ideias mirabolantes pra a fic, ok ? Hahahaha

Até o próximo capítulooo ! Bye !