Capítulo IV

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Maya

Eu posso ser considerada a garota mais fria e grossa de todos os tempos, mas não sou ruim.
Ver a menina bêbada da festa chorando, de repente me despertou do meu pequeno momento para formular desculpas para o meu pai.
Passados alguns minutos observando sua crise de choro, resolvi puxar assunto para quebrar a tensão do momento.

- Então... - Comecei meio sem saber o que falar - Como é seu nome ?

Ela levantou a cabeça e me encarou por alguns segundos. Não sei se estava tentando raciocinar uma resposta ou se nem tinha entendido a pergunta, mas logo depois ela começou a falar.

- Minha mãe vai me matar ! - Falou preocupada.

- Hm... imagino... meu pai também ! - Comentei compreensiva.

- Não, você não entendeu, ela realmente vai acabar com a minha vida ! Ela e a minha avó ! - Resmungou parecendo cansada.

- Não exagera também né, menina - Sorri sarcástica - No máximo vão te deixar de castigo.

- Até parece, você não sabe como é a minha avó... ela é superprotetora demais, nunca mais vai confiar em mim e vai me achar a maior irresponsável de todas, e se ela achar isso a minha mãe automáticamente também vai achar !

A encarei por um momento e decidi sentar na cama também, já que meus pés ainda doíam por conta do salto.

- Assim... meu pai já me acha a maior irresponsável de todas, e eu ainda não morri - Constatei sorrindo, e abri os braços como se mostrasse que nada aconteceu de ruim comigo ainda.

- Mas é aí que está ! Eu nunca fiz nada parecido na vida. Minha mãe vai surtar quando souber, e assim... não querendo parecer esnobe e nem nada disso, mas eu tenho um nome a zelar entende ? Minha família é importante e qualquer deslize que a gente dá, tem uma repercussão terrível !

- Aah siim... agora está explicado ! - Penso um pouco a respeito - Nesse meio de gente importante tem um monte de fofoqueiros preparados para atacar a qualquer momento, né ?

- Quase isso - Riu fraco.

- Então, nesse caso você tem que voltar ainda hoje para a sua casa - Olhei para o relógio na parede - Será que ainda dá tempo ? - Perguntei cansada, já que tinha dado um trabalho enorme trazer aquela ser humana aqui.

- De dar tempo até que dá, mas o problema sou eu - Ela suspirou e apontou para si mesma - Como eu vou chegar lá desse jeito ? Para sair de lá eu aproveitei que tinha uma árvore na do lado da janela do meu quarto, e mesmo sóbria eu tive um trabalhão para descer ! Do jeito que eu estou, só chego no meu apartamento se for de elevador, e se o porteiro me ver chegando a essa hora e nesse estado em casa vai render altos burburinhos depois - Ela esfregou o rosto, aparentemente cansada.

Após ouvir tudo isso, suspirei.

Eu só me meto em confusão ! Como isso é possível cara ?

Desobedeci meu pai e saí para uma festa, mesmo estando de castigo.
Chegando na festa, ajudei uma bêbada, que por coincidência é a minha cara, tanto é que até meu pai se confundiu.
Ela é toda perfeitinha e não pode voltar para casa assim.
Amanhã meu pai vai me dar uma bronca e eu não quero estar na minha pele aguentando toda aquela falação.
Meu castigo vai aumentar e eu vou ficar sem as minhas coisas por bem mais tempo...

Argh !

- Eu pensei em algo... que talvez pudesse resolver o meu problema, e de quebra ainda dar um jeitinho no seu - Ela disse me interrompendo, com um tom cauteloso.

Olhei bem para ela, analisando seu rosto e já imaginei o que ela estava pensando. Ela estava com a mesma cara que eu faço quando estou prestes a fazer merda.

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⏰ Última atualização: May 20, 2019 ⏰

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