seção 1 - A Água /Capitulo 1

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Era 12 de Junho e eu estava no sexto ano do ensino fundamental, quando ví ele entrando pela sala na primeira aula, coitado, ele tinha um olhar doce e desajeitado, tinha os cabelos negros, olhos negros e a pele clara como neve, usava uma mochila cheia de coisas que me lembravam pregos ou aquelas coleiras de cachorros, vestia uma camiseta do black sabbath, uma calça jeans preta e um tênis All Star. Ele se sentou ao meu lado e eu percebi naquele momento o quanto ele era fácil de manipular, tinha um ar meio rebelde mas parecia que precisava de proteção.

Logo nos primeiros minutos o sr. Andrade pediu que ele se apresentasse para a turma, ele se levantou e começou a contar sua historia, tinha vindo de uma cidade pequena aqui para a capital, seu nome era Felipe e estava vindo com sua mãe para morar na casa de seus avós, pelo jeito que ele falou me pareceu algo temporário. Enquanto ele contava suas bochechas ficaram rosadas, o que também não era muito difícil pela sua pele clara como papel, ficou tão evidente que ele tinha vergonha de alguma coisa, quando ele voltou a sentar do meu lado eu me apresentei:

-Olá meu nome é Nicole;

Ele me respondeu com um tímido olá e desviou seus olhos para o chão, me deu a impressão de que ele não tinha muita experiência quando se tratava de falar com meninas, então me apressei em convida-lo para lanchar comigo, percebi que ele não havia trazido lanche e lhe expliquei que ele não iria conseguir comer a comida nojenta da escola, o Sr. Andrade me lançou um olhar de desaprovação pela conversa e só voltamos a conversar no intervalo.

Durante o intervalo ele me explicou que havia se mudado porque sua mãe havia traído o pai dele com o dono da mercearia da cidade onde morava, foi um escândalo na cidade quando o pai dele jogou as coisas de sua mãe pela janela gritando:

-Vagabunda!

Ele tinha muita raiva em seus olhos, ele literalmente endeusava o pai e o escândalo que sua mãe os fez passar só o deixava mais irritado.

Ele deveria ser mais esperto mas ele estava tão desesperado por atenção que baixou a sua guarda, eu me aproximei tão fácil dele e me tornei sua namorada em menos de um mês.

Depois de alguns meses namorando e passando tanto tempo juntos nas aulas e em casa, ele já se achava meu protetor, e eu é claro me fazia de vitima pois o instinto dele era de proteger aos que estavam sobre os seus olhos profundamente negros, isso era muito bom pra mim pois, sempre que alguém tentava me atacar, Felipe prontamente se erguia a minha frente como um escudo humano.

Assim seguimos até o nono ano quando a mãe de Felipe começou a me atacar pois percebia o quanto eu manipulava o adorado filhinho dela, ela tentava virar Felipe contra mim, causava todo tipo de discórdia, de alguma forma que não sei dizer ela era a única que me via como eu realmente era, que enxergava atravéz dos meus olhos e tentava alertar Felipe, mas ele nunca acreditaria naquela vaca adultera e olha que ela tentou alerta-lo varias e varias vezes, mas ela não tinha noção do meu poder de persuasão e a cada vez que ela me atacava mais Felipe ia ao meu favor.

Enquanto Diana me atacava Felipe me colocava num pedestal pois eu era a única que detinha os pensamentos dele, que o ouvia e ele se abria completamente para mim, eu dava a ele tudo o que ele queria: atenção.

Já havia alguns meses que Felipe me pedia para transarmos, eu é claro me fazia de dificil, tadinha de mim, frágil e inocente, perdendo minha virgindade com meu namoradinho, eu precisava mante-lo perto de mim e achei a forma perfeita no aniversário de quinze anos de Felipe, quando dei a ele o que ele mais queria.

Cabulando aula e fomos para a casa dele, ele havia decorado o quarto da mãe, colocado velas e balões, me presenteou com chocolates e flores e acabamos transando na cama da mãe dele! Meu prazer era saber que aquela vaca dormiria aquela noite na cama onde eu havia tirado a virgindade do filhinho dela, ele era tão inocente que nem em 100 anos perceberia que eu não era virgem.

Sempre foi muito fácil para mim manipular a qualquer um, quando as pessoas me olham enxergam apenas uma garota inocente que seria incapaz de prejudicar alguém e isso abre para mim um caminho para a manipulação, ninguém acha que está sendo manipulado por alguém em quem confia, e eu tenho esse incrível dom de ser alguém em quem todos confiam, menos é claro Diana a mãe de Felipe, por alguma razão ela sempre me olhou diferente das outras pessoas como se enxergasse a minha alma.

No final do ano Felipe foi viajar para a casa do pai dele para passar as ferias e lá conheceu uma garota que de repente mudou a cabeça dele, tudo bem isso pra mim nunca foi problema, eu sabia que essa hora chegaria, ele terminou comigo por uma mensagem de texto e não voltou mais para morar com a mãe, o problema é que eu sabia que isso não havia saído da cabeça dele, foi ela, aquela vaca da mãe dele que armou para tirar de mim meu bonequinho, mas isso não ia ficar sem resposta ela ia me pagar...

Continua...

Intensa (Em Construção)Onde histórias criam vida. Descubra agora