Capitulo 3

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É engraçado como basta um pouco d'agua para nos afogarmos, se a agua descer pelo orifício errado da garganta o seu corpo tentará exprimi-lo de toda forma possível, tomara que nesse momento você não esteja impossibilitado de se mexer pois pode acabar afogando e quanto mais desesperado por ar, mais seu corpo puxara a agua para dentro dos teus pulmões levando a uma morte que lhe parecerá lenta e dolorosa.

Havia se passado quase um mês desde que eu tinha contado minha historia ao Ciçinho, eu estava começando a ficar apreensiva com medo de que ele descobrisse que minha historia era falsa, porque já havia semanas que eu não o encontrava e dias que ele não me ligava nem mandava mensagem.

Fui pra escola naquele dia pensando se eu não deveria eu mesma ter feito "o serviço", mas quando cheguei no portão da escola dei de cara com Ciçinho e mais uma turma dos amigos dele, na hora me gelou a espinha, e se ele tivesse descoberto a verdade? E se ele estivesse ali para me levar em algum lugar e me dar uma surra? E se ele quisesse me punir por tentar acabar com a vida de alguém? Fui com esses pensamentos em minha cabeça enquanto atravessava a rua, temendo que algo tivesse dado errado, mas no instante que cheguei perto dele, um sorriso no rosto de Ciçinho me acalmou, ele veio para me ver, ele me beijou, um beijo longo e exagerado, acho que estava com saudades, então começou a me explicar porque estivera sumido:

-Oi minha linda, me desculpe ter sumido assim, esses são colegas meus, alguns conheço desde a infância, outros conheci no meu tempo na cadeia, e eles estão aqui para me ajudar, lembra daquela mulher que você me falou? Desde aquele dia eu não consigo pensar em outra coisa a não ser me vingar dela por você e não te liguei nem vim te ver para que você não ficasse pensando naquela vadia, mas agora preciso de você pra me ajudar a acabar com ela e com todo sofrimento que ela te causou, estamos bolando um plano mas você é a única que a conhece o suficiente, já sabemos onde ela mora e com o que trabalha, seus horários e quando está sozinha em casa mas não sabemos como é a casa dela por dentro, você é a única que esteve lá dentro e a única que pode nos ajudar com isso, não se preocupe você não correrá risco algum, eu vou te proteger.
Mas agora vamos sair daqui? Vamos pra minha casa.

Eu montei na titã dele e cada amigo dele montou em suas motos, acho que ao todo eram umas 10 ou 12 motos, ele realmente tinha muitos amigos e amigos que fariam tudo por ele aparentemente, alguns eu reconhecia da boca de fumo, mas a maioria eu nunca tinha visto.

Finalmente chegamos em um lugar que mais parecia uma garagem abandonada quando vista de fora, mas quando entramos percebi que alguém morava ali, pelo visto algum dos amigos do Ciçinho, havia um colchão de casal inflável no chão, uma prateleira com uma televisão velha e jogos de videogame, uma geladeira daquelas bem velhas marrons e um banheiro nos fundos que de toda a casa era o única parte que tinha acabamento, quando chegamos Ciçinho me disse que precisava que eu desenhasse a casa dela por dentro, nunca fui boa com desenhos mas eu era perfeitamente capaz de descrever a casa, já havia estado lá mil vezes com Felipe, a casa tinha uma entrada estreita onde ficava a lavanderia, a garagem ficava ao lado porém coberta, a casa tinha duas entradas, a da lavanderia dava na cozinha e era a entrada principal e a da garagem que dava na sala mas que todos mantinham sempre fechada, atrás da cozinha havia um banheiro pequeno e na sala havia uma escada que nos levava aos quartos.
O primeiro quarto era de Felipe que era pequeno e não tinha banheiro, depois tinha um banheiro no meio do corredor e no final do corredor um quarto com suíte e varanda que era o quarto de Diana, lembrei-me que havia uma banheira no quarto de Diana, quando mencionei esse detalhe parecia que os olhos de Ciçinho estavam ate brilhando, eu sabia o que ele tinha em mente e não havia melhor ideia do que esta.

Continua...

Intensa (Em Construção)Onde histórias criam vida. Descubra agora