One

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Não consegui dormir, estou a praticamente 48 horas acordado, hoje é o dia da audiência. Me divorciei há dois meses e hoje eu saberei com quem meus filhos ficarão.

E não será comigo...

Não me entenda mal, eu quero meus filhos, só Deus sabe como eu os quero tanto. Fui eu que cuidei de todas as cólicas de Junhong, que o acompanhei até a escolinha no primeiro dia e o vi chorar para não entrar, eu que cuidei da catapora e tirei os piolhos que ele pegava das outras crianças, que cantei para ele dormir nos dias de chuva... eu que o consolei quando ele chorou por descobrir que era um ômega porque queria ser um alfa forte para agradar o seu outro pai.

Fui eu que troquei fraldas e mais fraldas da minha linda ômega Amy, eu que corri para o hospital em todas as suas crises de asma, eu que fiquei segurando sua mão na UTI infantil de um hospital após um ataque epiléptico...ela é tão doentinha, precisa de tanta atenção e eu sempre cuidei com a minha vida para que ela não voltasse para hospital algum.

E então veio Hyejin, minha alfinha de três anos...ela é tão bagunceira e bocuda. Foi a que mais chutou e a que menos chorou, em compensação mamou tanto que precisava de três mamadeiras para ela se aquietar, mas logo voltava a chorar por mais leite. Eu que tenho que cuidar das birras, essa garota foge tanto do banho e pra arrumar o cabelo é uma luta...

Ele não sabe nada disso.

O pai não sabe cuidar deles.

Foram praticamente treze anos casados...quando eu ainda era um jovem inconsequente com os meus dezoito anos, ouvi alguns amigos e fui para uma festa, eu era apaixonado por Junmyeon e ele se demonstrou interessado. Para mim foi tão grandioso, foi a minha primeira vez com o grande amor da minha vida. Para ele, foi sexo.

Dois meses depois, eu estava no banheiro de casa passando tão mal que meus pais me obrigaram a ir no médico, foi aí que descobri a existência de Junhong. Nossos pais super conservadores nos obrigaram a casar e na época eu até que gostei, o amava afinal, ao contrário dele que definitivamente não tinha se agradado.

Depois que Junhong completou quatro anos, me vi grávido de Amy...nessa época eu já sabia que não teria o amor de Junmyeon, as incontáveis traições me indicavam isso, mas com um filho pequeno e desempregado eu não quis pedir o divórcio. Achei que uma nova filha traria ânimo ao casamento, bom...trouxe a mim e a Jun que cuidou da irmã mais nova.

Então se passaram mais três anos, e eu já tinha me conformado que seria infeliz no casamento, mas meus filhos tinham uma vida confortável e eram felizes. Continuei no casamento até me pegar grávido de Hyejin, e foi aí que ele arrumou uma fixa...

Hyejin nasceu prematura, de 29 semanas, porque eu tive um choque ao entrar em casa com meus dois filhos e escutar os gemidos da amante. Liguei para Taehyung, desesperado, as crianças choravam ao ver o sangue e isso só me assustava mais.

Então eu decidi pedir o divórcio.

Mas não podia sem um emprego, muito menos com a minha alfinha tão pequena. Então eu aguentei a humilhação de ter de sair da minha casa, com os meus filhos, e ficar na casa de Taehyung quando ela aparecia por lá.

Quando ela já estava com um ano e meio, fui atrás de um trabalho. Mas entenda, eu era um ômega que nunca tinha trabalhado, sem faculdade, aos vinte e nove anos. Foi muito difícil.

Eu amo meus filhos, mas eles ocuparam todo o meu tempo...principalmente Amy que tem tantas doenças. Não me arrependo de nada, eles são as minhas jóias raras e eu os amarei e lutarei por eles.

Consegui um emprego, após Hyejin completar dois anos, em uma loja de roupas no shopping, por ser de nome o pagamento é razoavelmente bom, além de eu ter começado a vender produtos de beleza pelos bairros próximos. E ao falar com Taehyung, ele e o namorado me ofereceram a casa deles para que eu morasse até encontrar uma casa. Estava empolgado e se tivesse me deixado levar, teria me separado na época, mas pensei por um tempo, e decidi guardar o dinheiro até ter uma poupança boa.

PromiseOnde histórias criam vida. Descubra agora