Promise

Two

— Deixa eu ver se eu entendi, você está me dizendo que quer trabalhar em dois empregos durante a semana. É isso?

— Exatamente.

— Jimin, isso não é necessário, a gente já disse que tudo bem você guardar os seus salários até poder comprar um carro.

— Vai demorar muito tempo Tae, fora que eu me sinto péssimo em morar aqui de graça.

— Isso de novo não Jimin, somos melhores amigos! Eu nunca cobraria nada de você! E outra, eu já disse que talvez fosse melhor você fazer algum curso preparatório no seu tempo livre, assim você poderia trabalhar depois em algo que pagasse melhor.

— Eu não tenho tempo, Taehyung!

— Jimin, eles não vão morrer por passar dois ou três anos com o pai! Você pode fazer algum curso de corte e costura e eu falo com o Yoongi-

— Pela última vez, eu não vou fazer Yoongi pedir ao amigo dele um emprego pra mim.

Ouvimos a porta abrir e eu estava rezando para Taehyung ficar de boca fechada sobre o assunto. Acontece que o meu salário atual era um tanto ruim, para sustentar os meus filhos eu teria de continuar morando com os meninos, com Junmyeon pagando a escola das crianças e eu andasse de ônibus ou a pé para fazer as coisas. A juíza foi clara, eu preciso de estabilidade, ou seja, preciso de um apartamento e um carro para ganhar a guarda dos meus filhos, e com o meu salário atual isso seria impossível.

Taehyung queria que eu estudasse algo para poder ter um salário maior e um emprego mais estável, mas isso demoraria e iria atrasar meus planos de comprar um carro mais barato logo. Além de que, o plano dele consistia no fato de pedir para um amigo do Yoongi me arranjar uma vaga no seu ateliê, e eu não tenho cara para pedir algo assim. Qual é?! Eu já estou morando de graça na casa do cara!

— Cheguei, meninos. - Yoon apareceu na porta do quarto onde conversávamos.

— Babe, senta aqui, quero falar com você.

Esse vagabundo.

— Taehyung, não se atreva!

— Amor, precisa ser agora? Jungkook vai passar aqui para ajustar um terno meu e ele já deve estar pra chegar, preciso organizar a sala para ele.

— Não, sem problemas, faz tempo que ele não passa aqui, eu falo no jantar.

Yoongi deixa um beijo em Taehyung e vai para sala. Jungkook, pelo que eu sei, é um amigo próximo do Yoon que tem um ateliê e que no futuro vai fazer os ternos do casamento do casal.

— Tae, por favor, não faça isso! Eu vou morrer de vergonha! Eu sou capaz de conseguir por mim mesmo, não preciso de esmola! Eu preciso disso, ok? São meus filhos, eu preciso provar que posso cuidar deles, você não entende, nem nunca vai conseguir entender, mas-

— Cala a porra dessa boca, Park Jimin!

Eu me encolho por reflexo, apesar dos contos, a voz não causa dor física nos ouvidos, mas a sensação de impotência é real, a voz é como um rosnado, para intimidar. Não acredito que ele realmente a usou comigo.

— Taehyung?? - Yoongi vem correndo da sala, se coloca entre nós, já que Tae se colocou de pé.

— Como você ousa dizer uma merda dessa Jimin??? Você quer seus filhos e apesar de querer entender, eu não posso!! Eu sou alfa, Yoongi também, então é!! Eu nunca vou entender. - Ele começa a chorar - Eu troquei fraldas e fraldas daqueles pirralhos, coisa que o merda do seu ex marido nunca fez! Eu assisti o parto do Junhong, já fui inúmeras vezes para o hospital com você por conta da Amy, levei você para o parto de Hyejin e venho cuidando dela com você, tanto eu quanto o Yoongi queremos eles aqui com você! Porque a gente ama aquelas crianças! Eu disse que pagava a porra do carro, mas você recusou! E eu entendo Jimin, você quer ser independente, mas está tudo bem em ter ajuda! Isso não tira o seu mérito, o trabalho e esforço ainda serão seus! Eu te amo porra, nunca faria você precisar de esmola...não acredito no que você está dizendo, Jimin...