-Plágio é crime!-
A história se passa na Andaluzia no século XVI, onde uma jovem cigana já desiludida, encontra em seu destino um lindo cigano moldávio, porém, se quiserem ficar juntos, precisam lutar pelo amor um do outro. Boa leitura!
Para entrar no clima, é aconselhável ouvir as músicas indicadas durante o texto, elas estão de acordo com cada situação.
Parte I
https://www.youtube.com/watch?v=tZvJJkD6Ry8
Lamento Cigano - Grupo Rorarni
Parte de meu clã e eu, os Kalderash, havíamos chegado à Espanha há pouco mais de dois meses depois de sermos perseguidos por algozes que perseguiam ciganos, já podíamos contabilizar algumas de nossas carroças quebradas, objetos perdidos, queridos companheiros que se foram em batalha para nos proteger, mas minha família estava intacta com a graça de Deus, foram dias difíceis, a única preocupação de meu pai era manter sãs e salvas as filhas e minha mãe.
Eu contava com 25 anos de idade, ainda era jovem e já havia me casado, porém, dias depois da cerimônia, meu casamento fora desfeito, meu pai descobriu que Ramón, meu marido, tinha um casamento ainda não desfeito e por sorte, não foi morto e sim expulso de nosso clã. Apesar de isso ter ocorrido há alguns anos, ainda refletia fortemente em minha vida. Miro e eu éramos apaixonados, ele era meu primo, nunca fui prometida dele, mas nascemos na mesma família, no mesmo acampamento. Todavia, por eu já ter sido casada, a família dele, meus tios não diziam nada, mas Miro sempre deixava a entender que não se casava porque a família não aprovava nosso casamento, o que feria seriamente o nosso código de honra. Eu era bastante prendada, cozinhava, bordava, cuidava das crianças que lá viviam, além de dançar de uma forma que deixava o acampamento em festa, punha cartas como ninguém, era muito para uma jovem cigana!
Miro possuía cabelos e olhos negros como os meus e pele clara, certa noite enquanto estávamos conversando em volta da fogueira, ele me propôs:
-Vamos fugir, Luara?
-Fugir? Como? Vamos ser mortos pelos nossos ou pelos bárbaros...
-Não precisamos viver como ciganos...
-E vamos viver do quê? Eu só sei ler cartas e você só sabe consertar carroças! Não conseguiremos esconder de ninguém nossas origens! Não podemos, Miro!
-Não suporto essa sua falta de coragem!
Oras... Eu era corajosa sim! Mas não queria abandonar minha família, eles eram tudo o que eu possuía e nem queria correr o risco de morrer! Meus olhos se encheram de lágrimas, daquela vez Miro havia me magoado, se ele quisesse se casar comigo, teria que enfrentar sua família e a minha! Para os meus, uma mulher em minha situação não é muito bem vista, não é pura, não é viúva, não é casada. Meu pai se culpava por ter escolhido o marido errado para mim, mas não era culpa dele, Ramón agiu de má fé e nos enganou. Corri para minha mãe, minha grande conselheira... Apesar de ela ter visto a dissolução de meu casamento em suas cartas, não pudemos interferir, não havia caminhos, eu verdadeiramente teria que ter passado por todo aquele desgosto e enfim passei!
-Mãe... Por favor, joga pra mim?
-O que houve?
-Porque não posso me casar com Miro? Porque não tenho sorte no amor?
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Cama de Rosas
RomanceA história se passa na Andaluzia no século XVI, onde uma jovem cigana já desiludida, encontra em seu destino um lindo cigano moldávio, porém, se quiserem ficar juntos, precisam lutar pelo amor um do outro.