Realidade

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Natsu abria seus olhos, tentando se acostumar com a forte luz que o acordava aos poucos. Estava deitado no sofá, tudo no seu devido lugar, e ninguém presente na sala. Já era de manhã e a luz do sol atravessava a cortina de cor clara.

"Aquilo de ontem...foi um sonho?" pensou o rosado percebendo que não tinha rastros de que alguém havia aparececido de madrugada alí. Apenas sua bebida pela metade largada no balcão. Tentou se levantar, mas ao retirar sua cabeça do braço do sofá ela começou a latejar. Pensou que podia ser o efeito da ressaca, afinal, deletou a possibilidade da jovem Lucy bater em sua porta naquela noite e que baterá a cabeça no piso.

Depois de alguns segundos esperando aquela dor passar, tentou se levantar até se por sentado no sofá e a enxaqueca voltou em um flash e se foi lentamente conforme ele ocupava a mente olhando para a mesa em sua frente, sobre ela havia um balde de água um pouco morna e um pano dentro dele.

A ficha caiu...

Apoiou seus pés no chão tão rápido que não deu tempo para sentir os mesmos fraquejar e ameaçar a cair, só havia três coisas que ele pensava naquele momento de terror para si: a primeira era que definitivamente aquele balde com água e o pano não estavam ali quando ele adormeceu após beber; Segundo é que aquela prostituta havia batido em sua porta; E terceiro e mais assombroso, provavelmente ele era pai.

Seus batimentos cardíacos estavam a mil, e criava várias expectativas horríveis para a sua vida de agora em diante. A porta estava fechada e a chave pelo lado de dentro, então ela só podia estar ainda em sua casa. Caminhou em passos rapidos indo para seu quarto, empurrando a porta que estava encostada, abrindo sem excitar. Conseguiu ver um par de pernas cobertos pelo lençol de casal azul que pegara de sua mãe após se mudar.

Se acalme, pensava apoiando suas mãos uma de cada lado da cabeça, deu um tapa na face, tentando amenizar seu desespero ou acordar de um suposto pesadelo. Chegava a suar de ansiedade, fazendo com que a dúvida do que aconteceria amanhã começasse a sufocar seu cérebro.

Entrou em passos lentos, não porque estava preocupado em acordar a loira, mas sim porque o próprio não tinha forças para berrar, estava quase que congelado, ainda processando tudo. Se aproximou dela e observou seu rosto que por um segundo odiou, não durou muito, era impossível odiar sua aparência naquele estado sereno e belo.

Não incomodou seu sono, pensou que de alguma maneira, se ela realmente estivesse grávida, isso prejudicaria o bebê. Se sentiu ridículo, vendo que sem ao menos saber, criará um afeto.

* * * *

Talvez tenha sido o cheiro das torradas sendo preparadas, ou a voz do rosado cantarolando - todavia, nem ele sabia o que cantava-, junto com a música pop agitada que tiverá acordado Lucy no quarto, que antes dormia como um anjo, ou será, "como uma vadia"?.

A menina de cabelos louros se pôs sentada na cama se espreguiçando e bocejando, para tentar acordar a si, passou a língua entre os dentes como um costume ridículo de tentar "limpa-los". Abriu as pernas sobre a cama, vendo o lençol bagunçar com o movimento e passou as mãos no rosto, esfregando os olhos e depois tentou miseravelmente pentear os cabelos com seus dedos, em vez disso ao puxar algumas mechas, sua cabeça doeu e ela resmungou de dor retirando sua mão dos fios.

Enfim, lá estava a loira sentada na cama com seus olhos fechados, prestando atenção ao som de uma música que ela não conhecia. Ao contrário da outra tocada, está era calma, nem Natsu teve a audácia de estragar a música cantando sua versão, que era improvisada conforme o ritmo, pois não sabia cantar a letra (quem nunca?), por isso Lucy agradeceu mentalmente.

Seu momento de "paz" foi desfeito quando uma figura de bermuda, camisa regata, chinelo Ipanema e o que não podia faltar, os cabelos róseos ligeiramente bagunçados, apareceu encostando no vão da porta. A loira abriu os olhos ao ouvir a voz dele chamar:

- Acordou agora?- perguntou vendo-a assentir um pouco suspeita.

- Você está melhor?- franziu as sobrancelhas como sinal de confusão, pois até ontem o rosado havia desmaiado por ter bebido demais ou pelo choque emocional, ou a mistura destas condições. Ele demorou um pouco, tentando associar a pergunta da mesma.

- Fisicamente, sim- deu um sorriso fraco, demonstrando sua face nitidamente bem, por fora.

- E emocionalmente?- honestamente Natsu não esperava tal pergunta, até porque ele mesmo não sabia como explicar, mesmo parecendo óbvio demais.

- Emocionalmente...?- Se perguntou num sussurro, a loira se arrumou na cama, esperando a resposta- Parece um furacão de sentimentos que tento fugir conversando com você, fazendo panquecas, escutando músicas, caminhando por aí e arrumando a casa, mas no final das contas ele sempre vai me pegar- A mulher por um segundo arregalou os olhos em surpresa, ele fez tudo isso até agora para tentar ocupar sua mente pensando em coisas aleatórias, fugindo da realidade, que na verdade era aquela sentada em sua cama.

O mesmo esqueceu que para fugir do caos, primeiro não tem que deixar o caos em sua casa, para você olhar e trazer a tona todos aqueles sentimentos de ansiedade.

- Levante e venha tomar café- mudou de assunto quando percebeu que ela não diria mais nada em relação aquilo.

Empurrou o edredom tirando-o do contato que tinha com as pernas pálidas e lisas da loura. Apoiou seus pés sob o chão gelado e caminhou para a cozinha, se sentando em uma das cadeiras que rodeavam uma mesa simples de madeira para no máximo quatro pessoas. Viu o prato cheio de torradas pousar na mesa em sua frente, o cheiro invadiu suas narinas.

Os dois estavam sentados, comendo a torrada que estava maravilhosa e no ponto, nem "crua" e nem queimada. Só que o silêncio estava constrangedor, apena o som das torradas crocantes sendo mastigadas e as trocas de olhares repentinas.

Natsu suspirou vendo que ambos haviam terminado de comer, encarou a loira que fez o mesmo e abriu a boca:

- Precisamos conversar.

- Hã?- seus olhos levemente arregalados, ela não esperava aquilo.

- Essa criança pode ser de outra pessoa, ou você transa com qualquer um por aí?- sua voz tinha um timbre de arrogância.

- Bem, você não é "qualquer um"- cruzou os braços sobre os seios, ela estava ficando sem paciência com a falta de confiança do rosado- Eu não transo com todo cara que me der na telha, você foi uma excessão, deveria me agradecer, eu poupei você de ter uma vida inteira de amor fingido e chifres na cabeça- A expressão típica de um psicopata apareceu na face frágil da loira, era assustador e transmitia sarcasmo junto de uma imensa raiva.

- Então muito obrigado, Senhora faz favores sem que ao menos as pessoas peçam e depois vem jogar nas minhas costas a existência de uma criança que eu nem sei se realmente é meu filho- foi depois de ele ter acabado de pronunciar tais palavras que percebeu ter cometido um trágico erro, um dos piores erros. Lágrimas ameaçavam a cair dos olhos que antes emanava raiva da loira.

- Não estou jogando isso nas suas costas...- levantou da mesa- Não estou largando a criança com você ou pedindo dinheiro, eu apenas...- soluçou, com a cabeça baixa deixando seu rosto coberto por alguns fios, dava para ver as lágrimas percorrerem o queixo e caírem pelo piso que ficará marcado- quis te contar, porque é direito seu saber, não quero criar mais problemas, eu já tenho tantos...

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Quase chorei KKK, eu sou ultra sensível jsjdjsjd
Espero que tenham super gostado.

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Até a próxima meus leitores-chan❤️

ERROR- Um Doce Erro [HIATO]Onde histórias criam vida. Descubra agora