Numa era longínqua onde não havia ser algum, dois seres pais do universo nasceram, o Cosmos e a Escuridão. Desses dois seres surgiram os astros e estrelas, decidiram então colocar alguém para reinar sobre eles e o Sol seu filho mais velho foi o escolhido.
Brilhante e imponente ele regia todos os astros e estrelas com sabedoria e justiça, porém se sentia sozinho sempre que sua mãe aparecia para cuidar de sua parte do equilíbrio. O Sol acreditava que deveria descansar durante a noite quando tudo era escuro e vazio, não poderia brilhar a todo momento, afinal um governante merece um descanso. Mas tudo era solitário sem alguém para lhe auxiliar.
Naquela noite fria ele chorou pela sua solidão, pensava que seu pai poderia ter lhe dado alguém para ajudar em seus anos de reinado sobre os astros. Do que adiantava ser alguém com tamanha responsabilidade mas não ter ninguém para ajudar a carregar aquele fardo e lhe esquentar em suas noites frias?
Um dia, em uma de suas visitas de rotina até um conjunto de estrelas ele avistou algo diferente, um diferente que poderia ser chamado de belo; um satélite pequeno, cinza, que refletia o brilho do Sol, era totalmente sedutor. Aos olhos dos outros astros e planetas não era nada mais do que uma massa cinzenta e feia que roubava a luz dos astros, mas era diferente para o Sol. Naquele momento sem se dar conta, o grande astro já caia de amores por aquele pequeno satélite que acabara de avistar.
Naquele dia o Sol sabendo que teria que descansar, resolveu dar um passeio antes de dormir, afinal seria mais uma noite fria e solitária nos domínios de sua mãe, mas algo foi diferente. Enquanto caminhava, avistou de longe um lindo brilho que se destacava no fim de seu domínio e início do de sua mãe.
- É ela! Aquele pequeno satélite que reflete a luz a sua volta e brilha lindamente, superando todas as estrelas que habitam na criação de meu pai.
O Sol soube que queria a Lua para si naquele momento, e faria o possível para conquistá-la. Daquele dia em diante o Sol fazia questão de ver a Lua de longe, apreciar sua beleza era a coisa mais gratificante de seu dia porém, queria poder tocá-la mas não conseguia. Por serem de ambientes diferentes existia um limite até onde ele poderia ir para ver sua tão preciosa Lua, então o Sol decidiu questionar seus pais e saber o porquê não conseguia ir ao encontro de sua amada.
- Pai, eu estou apaixonado por um satélite que habita nos domínios de minha mãe, mas eu nunca consigo tocá la. Me deixe ficar perto da Lua, para que eu possa aquecê-la com o meu calor e ela me iluminar durante a noite.
O Cosmos e a Escuridão vendo o desespero de seu filho decidiram que seria melhor lhe explicar a razão pela qual ele não podia se aproximar de sua amada. A Escuridão então explicou;
- Sua amada pertence ao meu domínio, ela nasceu em um ambiente contrário ao seu, por isso você não pode tocá la. Se vocês se tocassem todos os dias o universo teria um rachadura e o equilíbrio seria perdido, os opostos não podem se tocar. Seu pai quando criou o universo colocou essa barreira para que nosso lar não viesse a quebrar.
Desolado, essa era a única palavra que podia definir o Sol naquele momento, pensar em passar a eternidade amando e não poder tocar sua amada, isso era tão injusto. Ele não tinha maIs motivos para perseverar em cuidar para o universo ser um lugar melhor se ele não iria poder desfrutar dele com aquela que seria a luz em suas noites vazias. Então tomado pela ira da injustiça que lhe foi imposta decidiu que sua existência não tinha mais sentido e nada mais importava.
Sendo assim o Sol concentrou sua massa e o ambiente começou a esquentar, qualquer pingo de sanidade fora perdida no momento em que avistou aquela que jamais poderia tocar. Sem ter noção de suas atitudes, tudo a sua volta começou a queimar, pois do mesmo jeito que seu coração ardia em dor pela falta do que jamais teria, tudo a sua volta queimaria consigo.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Descendents of the cosmos
FanfictionUm dia, há muito tempo, o pecado dos pais se tornou pecado dos filhos, e a cada geração esse pecado se amplia, uma vez que nada é feito para redimi-lo. Carregar o peso de um erro que não é seu, viver entrelaçado à alguém e ser fadado a ver um amor...