"Não quero cumplicidade, mas quero respeito"
Beatriz entra no campo juntamente com os garotos. Ela é a única menina em campo.
Mesmo sabendo ser errado apostar ela o faz. Esta cansada de ser julgada apenas por ser menina.
- Quer mesmo fazer isso gatinha? – indaga um garoto de olhos castanhos claros.
- Manda ver vacilão – ela responde sem desviar o olhar.
O jogo começa. São dois times de cinco pessoas.
Os garotos em nenhum momento tocam a bola para Beatriz que fica irritada com os erros dos garotos.
- Eu estava livre seu imbecil – ela esbraveja em certos momentos.
- Fica na sua menina – responde um dos membros de seu time. Beatriz percebe que não tem outra opção. Terá que jogar por ela mesma.
Ela parte para cima dos garotos
Eles deixam os corpos rígidos para a menina bata neles e caia e assim se machuque. Um deles até ousa dizer:
- Desista sua fracote.
Beatriz levanta e sai do campo mancando. Sua mãe e seu pai vêm na mente naquele momento.
"É esporte violento... É esporte para meninos...".
- Uma ova – Beatriz cerra os olhos. Ajeita o tênis em seu pé e entra novamente no campo.
A menina observa como os garotos jogam. Ela então entra no jogo.
Um garoto negro corre em sua direção com a bola. Beatriz com um movimento consegue tira-la dele e parte para o contra-ataque.
- Mais que merda – exclama o garoto sem entender o que acabou de acontecer.
Beatriz dribla os adversários e então faz seu primeiro gol.
Os garotos ficam boquiabertos com a agilidade da menina.
- Faltam nove – ela fala ao passar pelo garoto que a desafio e está no time adversário.
Sem ninguém notar um carro com cor escura encosta próximo ao campinho. Ninguém o vê. Mais a pessoa observa.
Beatriz faz mais três gols.
- Seis – ela fala novamente ao garoto.
Depois de uma hora jogando Beatriz fez doze gols e mais sete passos para os outros. Que os garotos perderam.
Todos estão exaustos.
- Lanche por um mês – fala o garoto que apostou com Beatriz – Trato é trato.
- Assim espero.
- Por sinal eu sou Luan. – se apresenta o garoto.
- Beatriz – uma voz forte surge próximo ao campo. É seu pai.
Um homem e uma mulher saem do carro escuro e se aproximam do pai da menina.
Beatriz se aproxima.
- Você é muito boa Bia – elogia a mulher – Queremos conversar com você para fazer um teste. Aceita?
O pai da menina acena em concordância e então Beatriz sorri fazendo sim com a cabeça.
Eles combinam o dia e o horário para realizarem o teste e assim nós voltamos para casa.
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Nunca Foi Sorte
Random3 curtos contos inspirados na musica de Luisa Sonza. Conheça Beatriz uma menina que desafia os pais para seguir seu sonho. Leonardo que precisa enfrentar o irmão. Ana é capaz. O problema é que ninguém leva sua capacidade a sério.