Allyson:
Essas duas me davam nojo. Não que eu tenha preconceito, afinal de contas, sou bissexual. O que me enoja é a falsidade delas. Mas Sandro parece ser tão inocente que não percebe. Ou então, é apaixonado demais para enxergar isso.
Lisa, a mãe dele, me chamou para trabalhar com ela. E eu aceitei. Ela é uma mulher extremamente carinhosa e divertida, sem falar que seu restaurante é o mais frequentado, fazendo com que o salário e as gorjetas sejam ótimas. Estava eu, tranquilamente servindo uma mesa, quando Angela e a tal loira entraram:
- Oi, Allyson. Essa é minha amiga, Luna. Como você está, meu bem?
- Hm, olá. Eu estou bem.
Quando me cumprimentou, Angela segurou em minha cintura, e percebi o olhar de ódio de Luna em minha direção:
- O que vão querer?
- Queremos arroz, filé de frango e batatas fritas.
- Vão beber alguma coisa?
- Um suco de morango sem açúcar. Luna?
- Uma dose dupla de uísque.
Ergui as sobrancelhas, enquanto escrevia:
- Já volto com o pedido de vocês.Autora:
Allyson entregou o pedido às garotas e saiu:
- Eu não gosto dessa garota, Ang. Fique longe dela.
Angela olhou para Luna e fechou a cara:
- Você não tem que gostar de ninguém. Ela é a minha amiga.
- Você é minha. - Luna sussurrou, raivosa.
- Luna. Não se ache. Eu posso acabar tudo isso num simples estralar de dedos. Então, não me venha com essa possessividade. Sabe que eu odeio isso.
- Ah é? Pois seu cãozinho está vindo aí. Se explique que eu quero ver.
Sandro tocou o ombro de Angela:
- Amor. Não sabia que estaria aqui. Posso sentar?
- Claro,minha vida. Senta. Quer jantar?
- Não, não. Comam tranquilas. Eu comi lá no Bruno.
- Amor, me desculpe por não ter falado com você hoje. Foi meio corrido pra mim.
- Eu te entendo. Tá procurando serviço?
- Também. Entre outras coisas.
Luna revirou os olhos:
- Tantas coisas....
Sandro olhou pra namorada:
- Por que assistiu a aula de simbologia? Quer entrar na faculdade?
- Sabe que isso não é pra mim. Posso viver bem com meu dinheiro.
- Ah, sim. Mas é que você entrou com a Luna. Eu achei estranho.
Angela ficou vermelha. Olhou para Luna, que deu de ombros:
- Luna não estava muito bem, e me pediu pra acompanhar ela. No caso de se sentir mal na classe.
Sandro pegou a mão de Angela e beijou:
- Senti tanto sua falta. Mal te vi hoje. Sei que temos estado distantes e que a culpa é minha. Mas prometo melhorar, meu amor.
Eles se beijaram e por baixo da mesa, Angela entrelaçava sua mão com a de Luna. Mas a loirinha não parecia bem com isso e se levantou de repente:
- Pra mim já deu. Tenho que ir. Angela, pra mim acabou, ok?
Luna pagou sua conta e foi embora:
- Eu a deixo desconfortável? Ou ela realmente não gosta de mim? Sempre procurei me dar bem com suas amigas. Mas essa aí é dura na queda.
Angela engoliu em seco e deu um sorriso forçado:
- É... Ela é meio estranha as vezes.
Sandro concordou, roubando uma batata do prato da ruiva.
De longe, Allyson via tudo e balançava a cabeça. Pra ela, era incrível ver como Angela conseguia ser falsa e arranjava desculpas fáceis.
Bruno entrou no restaurante, e depois de cumprimentar o amigo, se aproximou de Allyson:
- Se você continuar assim, vai precisar de uns guardanapos.
- O...O que?
- Fala sério. Você olha pra ele assim desde o primeiro dia.
- Calado, Bruno. Isso não é verdade.
- Claro que é. E eu, como seu grande amigo, só tenho uma coisa pra te dizer.
- O que?
- Você tá... Muito, muito, mas muito lascada. - ele exclamou rindo.
Dei um tapa em seu braço, mas ele continuou rindo:
- Qué belo amigo, hein, Bruno? - falei, na ironia.
Ele continuou rindo da minha cara, enquanto eu ficava envolta em pensamentos. Ferrada? Eu estava e até demais. Bati com força em minha própria testa, até perceber que Sandro me olhavam com um grande sorriso no rosto, dei um leve sorriso de volta e ele piscou para mim, mordendo o labio inferior. Me senti corar e Bruno riu ainda mais, quando escondi meu rosto em suas costas.
Mas o que foi isso, senhor amado??
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O que me faz te querer?
Romance"Dói. Dói demais saber o quanto eu te quero. E essa dor chega a me sufocar e aperta meu peito. Sinto que posso resistir à você, que é tão proibido pra mim. Mas não sei se estou certa... Ou se posso continuar resistindo."