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😭Karlie POV;;

-Senhorita Kloss? -A voz do outro lado do telefone era desconhecida e fazia minha cabeça doer. Ok, a minha cabeça estava doendo por causa da ressaca, mas preferia pensar que era por causa da voz da mulher.
-Sim. Quem fala?
-Bom dia, Senhorita Kloss. Meu nome é Dianna, e eu sou diretora de marketing da "TS's" você está familiarizada com esse nome? -Agora tudo fazia sentido. Era a loja de Taylor.
-Sim, claro...como eu posso ajudar?
-A Senhorita Swift pediu que eu te ligasse para perguntar se você tem disponibilidade para um ensaio fotográfico hoje à tarde? Desculpe avisar tão encima da hora, foi insistência da Senhorita Swift.
-Só um momento, por favor. -Falei antes de abaixar o telefone.

Enfiei meu rosto no travesseiro e gritei com toda minha força, não acreditando no que estava acontecendo. "TS's" era conhecida por seus catálogos com modelos que estão em alta, jamais conseguia me imaginar em algo tão grande assim. Os pensamentos de isso ser o trampolim para minha carreira me deixavam muito feliz e esperançosa.

-Diana? -Voltei ao telefone após ter me acalmado um pouco, tentando disfarçar a euforia em minha voz.
-Sim, Senhorita Kloss.
-Eu aceito o trabalho.
-Certo...você pode me passar o telefone da sua agente preciso negociar com ela as coisas.
-Claro! Seu nome é Jourdan. Posso enviar o seu número por mensagem?
-Seria ótimo. -Conseguia ouvir ela digitando em um computador do outro lado da linha. -Então acho que te vejo mais tarde, Senhorita Kloss.

Sem me dar chance de me despedir, Dianna desligou o telefone. Me deitei novamente na cama ainda sem acreditar em tudo. Meu celular vibra em meu peito alguns minutos depois e posso ver uma mensagem de Jourdan surtando, dizendo que tinha dado tudo certo e me passando o endereço do lugar.
Comecei a me acalmar e a me convencer que era só mais uma sessão de fotos qualquer, que talvez não fosse mudar nada em minha vida. Mas as minhas expectativas não deixavam com que esses pensamentos penetrassem em minha mente.
Não queria contar para ninguém por enquanto, pois minha mãe
sempre dizia que quando temos algo muito importante prestes acontecer,
não devemos contar para ninguém. Uma das poucas coisas que eu levava comigo que veio da minha mãe.
Às vezes eu sinto saudades de ter contato com os meus pais. Ter mudado sozinha pra Nova York não foi uma tarefa fácil, cheguei na cidade apenas com uma mochila e alguns dólares na carteira. E aí chega na parte em que a maioria das pessoas gostam de julgar. A parte que eu comecei a trocar sexo por dinheiro.
Não era algo que eu gostava de fazer, e não achava recompensador. Mas era o que eu precisava. Eu precisava de dinheiro.
Foi algo que me fez muito mal. Até hoje tenho pesadelos com as lembranças e até hoje quando penso em tudo que vivi me vem um aperto no peito. Mas não sentia arrependimento, eu sei que eu fiz o que eu precisava fazer.
As noites em Nova York pareciam frias quando eu voltava dos meus programas. Mas eu tinha certeza que pareceriam mais frias ainda se eu estivesse dormindo na rua ou algo do tipo.
Depois de um tempo, conheci Jourdan, minha melhor amiga e também minha agente. Ela me convidou para dividir o apartamento com ela, e foi assim que eu consegui largar a prostituição. Ela me incentivou a começar com a carreira de modelo, e arrumou os primeiros trabalhos que realmente me deram algum dinheiro, e foi assim que minha melhor amiga também se tornou minha agente.
Morar com Jourdan era ótimo, mas quando eu descobri que com o dinheiro que eu pagava metade do aluguel eu conseguia alugar um apartamento só para mim no Queens, eu não pensei duas vezes. Sempre gostei de ficar sozinha, e sentia falta de maior privacidade. Jourdan me deu o maior apoio, afinal, eu estava ficando exausta pois trabalhava em dois empregos todos os dias e mais os trabalhos de modelo. Quando me mudei, consegui uma promoção no escritório que eu trabalho, que me permitiu largar o outro emprego (de garçonete em uma cafeteria ao lado de meu prédio) e ainda sobreviver na grande cidade de Nova York.

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-Mas olha o meu cabelo! Tá estranho demais. -Falei enquanto Jourdan pagava o motorista do uber e eu olhava meu rosto na câmera frontal.
-Karlie! Para de preocupar, prende esse cabelo num coque. Lá vão ter pessoas pra cuidar disso. -Jourdan disse abrindo a porta.

Fiz o que ele mandou e deixamos o carro. Minha amiga, parecia tão relaxada e atravessava a rua como se fosse dona de toda a cidade, enquanto para mim, era possível ler a palavra "nervosismo" na minha testa.
  Jourdan continuava dizendo palavras de incentivo como "você sabe o que fazer" a cada dois segundos como se ajudasse em  alguma coisa.

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