O veterano mais legal de Engenharia Civil namorava com a garota mais intimidadora do curso, e juntos eles eram um pacote completo de romance e profissionalismo. Natan e Rachel, além de serem representantes do Diretório Acadêmico, competiam entre si pelos melhores scores. Natan, além de inteligente, era bonito com um físico atlético e a pele preta, enquanto Rachel era alta e esguia com cabelos lisos sempre no comprimento do pescoço. As garotas falavam mal de Rachel por ter o Natan, e os garotos resmungavam pela Rachel ser muito fria com os outros do sexo masculino.
Como uma das missões dada pelo meu pai, me inscrevi em uma das chapas para nova eleição do diretório acadêmico. Ele queria que eu ficasse conhecida na universidade, assim como seu nome, e se eu comentasse com os professores mais velhos certamente eles lembrariam do puxa saco que era meu pai.
Eu estava apoiando a chapa do Natan e Rachel, até porque sem sombra de dúvidas, eles venceriam outra vez. A equipe mal chegava a dez pessoas, a maioria dos estudantes estavam ocupados demais com seus próprios traumas e apenas alguns abraçavam a causa e lutavam pelo direito de todos. Bonie não se sentiu interessada em participar do DA, ela tinha apenas um objetivo e era o diploma. Eu também não queria, mas acabei sendo coagida e depois de participar de algumas reuniões, comecei a sentir empatia pelas palavras de Natan e Rachel, parecia errado só alguns lutarem por uma classe inteira.
— Vamos distribuir alguns panfletos pelos corredores do departamento — Natan disse já no final da reunião. — E acertaremos os detalhes finais para o próximo debate das chapas na próxima reunião.
Todos fizeram uma fila para pegar os panfletos nas mãos da Rachel na saída. Kevin estava me dizendo o quanto a disciplina de Resistência dos Materiais vinha sendo de impossível aprovação por causa do professor tirano, e que nós do DA deveríamos resolver coisas como essas.
Peguei os panfletos ainda ouvindo o longo discurso de Kevin, mas minha atenção foi totalmente desviada quando um garoto de fisionomia conhecida entrou na sala da reunião. Robert Parker estava ofegando e o suor escorria pela sua testa, podia até ver as marcas de suor pela sua camisa xadrez, mas tudo ficou em segundo plano quando ele abriu um sorriso radiante.
Estranhamente senti uma agulhada no peito e abaixei o olhar querendo me esconder. Mas minhas reações pararam de fazer sentido quando ele alcançou Natan.
— Corri o departamento inteiro, mas te encontrei — Robert disse tentando abraçar Natan. — Quando você vai comprar outro celular, hein?
— Quebro todos que eu compro — o rapaz respondeu tentando fugir das garras do outro. — Sai! Você está suado, Robie!
— Quando as crianças terminarem... Estarei na cantina — Rachel estalou os dedos chamando a atenção dos dois, mas não ficou para discussão.
Robert soltou uma gargalhada alta, e acabei me concentrando em seus dentes grandes, porque quem o visse de perto não podia imaginar que havia um sorriso tão grande naquela boca pequena.
— Nate, hoje é o aniversário do James, você não esqueceu, certo? — Robert continuou falando enquanto Natan guardava o material da reunião em sua mochila. — Ele parece desanimado outra vez, porque sua mãe não ligou. Vamos fazer uma festa para ele!
Kevin me cutucou quase me dando um susto, e me lembrando que eu estava observando a conversa dos outros.
— O que pensa sobre isso? — Kevin perguntou tentando manter minha atenção em seu rosto.
Eu poderia até dizer minha opinião sobre o aniversário do desconhecido James, mas não fazia ideia do que Kevin estava falando.
— Vamos entregar os panfletos? — sorri tentando disfarçar.
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Atenciosamente, Robert
RomantikMary acreditava que seria prisioneira dos sonhos de seu pai para sempre. Cercada pelas expectativas dos outros e dominada por suas inseguranças, ela não conseguia encontrar muito sentido em sua própria vida. Talvez tenha sido muito dramática em ter...