Chapter 10

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Chapter 10 — stop being a bitch!

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Chapter 10 — stop being a bitch!

O fôlego de Charlotte ficou preso em sua garganta ao ver o carro de Christopher estacionado do lado de fora de sua casa. Peter, que estava ao seu lado, notou a súbita mudança no comportamento dela, que instantaneamente paralisou no local em que estava, com uma feição preocupada. Ele estaria esperando por ela. Já havia passado do horário dela voltar para casa, mas enquanto estava com Peter, isso não pareceu importar. Até agora, que ver o carro do mais velho transformou tudo num grande choque de realidade.

— Lottie, o que foi? — Perguntou, se posicionado em frente a garota de cachos.

— Eu perdi o horário de voltar — Ela sussurrou, ainda olhando para o carro.

Peter olhou para trás, sobre seu próprio ombro, encarando o veículo antigo que ela fitava. Ela tinha perdido o horário, não poderia ser tão ruim, poderia? Peter se lembrou então das vezes que ela havia saído correndo para não chegar atrasada. Seria seu padrasto um homem rígido? Peter não sabia, mas pelo rosto preocupado da garota, ele podia quase deduzir que sim. Peter se sentiu mal, culpando-se pelo atraso dela. Era culpa dele. Ele tinha a levado para um prédio longe e ele não tinha a trazido no horário da saída da escola.

— Eu posso falar com ele — Peter sugeriu. — posso explicar que o atraso foi culpa minha...

— Não! — Lottie negou, rápido. — Peter, Eu agradeço, mas se você tentar falar com ele, vai ser pior. Eu te garanto.

— Então o que você quer fazer? — Peter perguntou, voltando seu olhar para a garota, notando que seus olhos se enchiam de água.

O que teria acontecido com Charles? onde seu irmão estaria? O que ele havia dito ao homem? Muitas coisas martelavam a mente de Charlotte, fazendo o seu coração bater cada vez mais rápido.

— Lottie...

— Eu vou entrar e encarar meu castigo. — ela sorriu triste. — e Peter...?

— Sim?

— Não foi sua culpa!

Com essa afirmação, Charlotte juntou seus lábios, o beijando como se aquela fosse a última vez. E dada as circunstâncias, poderia até ser. Peter se surpreendeu com o ato, mas não demorou para beija-la também.

— Charlotte! — uma voz grossa bradou, separando o beijo dos dois. — Para dentro! Agora!

— Adeus, Peter. — Sussurrou finalmente.

Charlotte olhou suplicante para Peter, que não entendeu o que ela quis lhe dizer. Ele somente soltou sua mão trêmula, quando a distância se fez maior. Peter encarou a garota de cachos entrar em sua casa, para somente então, deixar o ar em seus pulmões saírem.

— O que está fazendo aqui ainda? Vá embora garoto!

Com essas palavras, Peter finalmente se mexeu, seguindo o caminho para seu prédio. Algo estava terrivelmente errado. A forma como ela temia o padrasto e o jeito rude que ele havia os tratado. Seu sexto sentido o alertava de que Charlotte não estava bem e que também não ficaria bem. Não enquanto temesse tanto o homem mais velho.

— Então quer dizer que a vadia não chegou na hora por que ficou de putaria com um moleque? — Christopher gritou ao bater à porta atrás de si. — Você precisa parar de ser uma puta! Se eu te dou uma ordem, você cumpre! Está entendendo?

Charlotte não respondeu, ela estava ocupada demais se encolhendo a cada palavra dita pelo homem. Sentido as lágrimas se acumularem no canto dos olhos, segurando-as para não chorar na frente dele.

— Responda! — Christopher gritou novamente, desfrutando um tapa ardido no rosto alvo dela, deixando a marca de seus dedos em sua bochecha. — Você está ou não entendendo, cadela?

Charles desceu de forma vagarosa os degraus de sua pequena casa, ao ouvir o barulho dos gritos de seu padrasto. Ele pousou o olhar sobre sua irmã, entendendo o que estava acontecendo. O garoto não se acanhou em descer de forma mais rápida os degraus restantes, parando somente quando ficou entre eles.

— Ela entendeu, Christopher. Foi um erro, não vai acontecer novamente — ele interviu.

— Não falei com você, imbecil — O mais velho grunhiu, empurrando o mais novo para longe. — Eu quero que a puta da sua irmã responda!

— Eu entendi — ela sussurrou trêmula.

— Eu não quero mais ver você com esse fedelho! — Christopher gritou. — E se eu vir, você está fodida! Aquele Tobey fez bem em te lagar!

— Ele não me largou. Eu o larguei.

— Então agora você fala? — ele riu sarcástico, apontando o dedo no peito dela — Mas na hora de me responder o gato come a sua língua?! Muito conveniente.

Charles variava seu olhar entre os dois, parado a alguns poucos passos de Charlotte, pronto para se intrometer caso a coisa piorasse.

— Vá fazer a janta! — disse pegando a mandíbula dela com os dedos, apertando forte — Antes que eu saia para beber! Você tem uma hora!

E com isso, o homem se retirou para a sala, pronto para se jogar no sofá encardido e ficar ali pela próxima hora, aguardando a abertura do bar que sempre ia. Charles andou em passos lentos atrás da irmã, que caminhava para a cozinha, sentindo-se humilhada e suja. Estava cansada de tudo isso.

Ela logo prendeu o volumoso cabelo em um coque alto e apertado, vestindo um avental antigo de sua mãe, enquanto pegava os ingredientes para fazer uma macarronada. Charles observava as lágrimas descerem pelo rosto da irmã, enquanto ela chorava em silêncio, aguardando pela pergunta que sabia que o irmão faria.

— Pergunte logo! — ela rosnou, sem olhá-lo, acabando com a espera agoniante em seu peito.

— O que aconteceu? Você correu e Peter também. E depois?

— Peter e eu passamos o dia juntos — Ela sorriu brevemente, enquanto abria a lata de molho de tomate. — ferva a água para mim. — pediu, logo vendo seu gêmeo lavar as mãos na pia ao seu lado.

— E então...?

— Então Peter me trouxe para casa e Christopher viu quando eu o beijei.

— Eu pensei que vocês fossem amigos...

— Nos somos — Lottie suspirou. — mas Peter é diferente, sinto que posso confiar nele. Ele me faz bem de uma maneira que Tobey nunca fez.

— Charlotte, você não me deve explicações — Charles sorriu, jogando o macarrão na panela com água quente. — Eu so quero que você seja feliz e que tome cuidado, você sabe, depois de tudo que Tobey fez...

— Eu sei — ela sorriu fraco.

— Venha cá. — O garoto a puxou para um abraço, onde ele pode apertar sua irmã, demonstrando que estaria ali para ela, independente de qualquer coisa. — Vamos passar por isso juntos.

— Só mais dois anos — ela respondeu, sabendo que ele se referia a Christopher.

— Só mais dois anos.

Bad Reputation - Peter Parker [concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora