Capítulo 4

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Fomos à sala de jantar onde ele tirou alguns pratos e talheres do aparador de madeira escura. De uma gaveta tirou uma toalha azul marinho com detalhes branco.

― Espere aqui. ― Ele correu até a cozinha e rapidamente voltou.

Mas me antecipei colocando a toalha na mesa e distribuindo a louça e talheres. Comecei a mexer no aparador, e encontrei guardanapos e os porta-guardanapos dourados e outros mais simples, brancos. Peguei os mais simples, afinal, não era um jantar importante. Ou era? Era o meu chefe. Mas poderia parecer presunção usar os dourados? No final, optei ainda pelos mais simples.

― Já encontrou o que faltava? ― Ele me pegou no flagra.

― Acho que sim. Taças ou copos?

― Taças, como servimos no restaurante. ― Ele deu uma piscada. ― Vou montar as massas. ― Diogo pegou os pratos e os levou para a cozinha.

Ao voltar, ele trouxe os pratos com as porções de Ravióli com o molho ao sugo com um raminho de manjericão. Após coloca-los na mesa em seus devidos lugares, Diogo caminhou para uma adega climatizada que ficava ao lado do aparador e puxou uma garrafa de vinho.

Com o saca-rolha à mão, ele abriu a garrafa e serviu, colocando o vinho sobre a mesa novamente.

― Gosto muito desse vinho com o molho de tomate ― Sentei-me na cadeira que ele puxou, e em seguida, me ajudou a ajusta-la.

Ao sentar-se, Diogo me observou um pouco ansioso. Seus olhos azuis me deixavam desconfortavelmente quente.

― Por favor, prove. ― Dei um pequeno gole na taça e senti o gosto frutado e fresco, quase nada de álcool.

― Que delícia! ― falei realmente impressionada.

Ele deu um sorriso de lado muito convencido. Mas ele tinha todo o direito de se sentir assim, sabia exatamente o que estava fazendo.

Diogo já estava provando o seu prato, enquanto eu o observava sob uma ótica completamente nova. Apesar de tudo que o tornava um homem sofisticado, nesse momento, era apenas um jovem homem apreciando uma boa refeição ao lado de uma boa companhia. Eu gostava de pensar que estava sendo uma boa acompanhante.

Senti seus olhos sobre mim, ansiosos por algo. Desviei rapidamente olhando o macarrão e experimentei um dos pequenos pasteizinhos. Realmente a mistura entre os sabores presentes no prato fazia a experiência ir muito além do que estava acostumada. Fechei os olhos e gemi num sussurro de apreciação da textura e do sabor que tomavam minha boca. Ouvi alguém uma vez dizendo que poucos prazeres se igualam ao saborear uma boa comida. Agora entendia perfeitamente isso.

Quando o fitei novamente, ele me olhava sério, os olhos mais escuros, suas pupilas bem dilatadas. Daquela distância era possível ver aquele contraste com o azul mais claro. Corei imediatamente me sentindo constrangida.

― Desculpa! É que realmente está divino. ― falei desviando para a taça.

Tomei um gole mais generoso dessa vez, e lentamente senti os sabores brincando novamente por toda a minha boa.

― Não se desculpe. ― ele falou sorrindo enquanto voltava ao seu prato. ― É o melhor elogio que um cozinheiro poderia ouvir. Uma boa comida dá muito prazer, enche o coração de satisfação, de ânimo, até ajuda a se curar.

Realmente, senti prazer em estar provando algo feito especialmente para mim, com toda aquela preocupação. Mas ainda era mais satisfatório sabe que um homem como o Diogo, alguém que poderia ter a mulher mais linda ali naquele momento, havia se dedicado para me agradar. Eu agradeceria, mas agora ia apreciar cada segundo desse maravilhoso momento.

Meu Chef Sedutor - Spin-Off de Apenas Uma Noite (hiato)Onde histórias criam vida. Descubra agora