bloodline

013

urrea

- Irmão? Sério? - Perguntei a Sina no corredor vazios, todos já estavam em suas salas, menos eu e o motivo dos meus gritos internos - Você nunca me contou que tinha um irmão

- E você mentiu quando disse que amava Madison - Fiquei estático - Mentimos. estamos quites.

- Por que está fazendo isso comigo? - Digo com a voz falha, eu queria tocar nela de novo, sentir ela de novo, queria fazer ela minha, queria poder transar com ela a qualquer momento, poder acordar ao seu lado, eu nunca tinha sentido nada como isso

- Você fez o que fez, está tendo seu castigo, eu sou seu castigo Urrea - Ela diz se aproximando e eu posso ver bem o verde de seus olhos

- Me desculpa Sina - Eu digo e ela ri

- Não faça isso Noah, não vou viver um clichê romântico com você - Ela se aproxima do meu ouvido - Espero que se divirta com outras garotas enquanto pensa em mim - Ela diz sumindo de minha vista, solto um grito abafado e vou para o meu quarto, se perguntassem diria que estaria indisposto, me jogo na cama e paro para pensar em tudo que aconteceu, aonde eu fui me meter?

Me levanto da cama tirando meus sapatos e me despindo totalmente, entro no box do banheiro e sinto a água gelada escorrer como alívio pelo calor que fazia, passo a mão pelo pescoço e lembro da mão leve e macia de Sina, da sua língua passeando pelo corpo, da sua boca despindo minha alma, como ela se cobriu de mim, seu corpo esculpido perfeitamente para fazer qualquer cara perder a total sanidade

Me olho no espelho e o verde de meus olhos estava diferente, talvez fosse esse um dos efeitos de Sina Deinert, meu quarto ainda estava com um ar frio pairando sobre ele, apenas coloco a cueca e o short e me jogo na cama voltando aos meus pensamentos

Eu sentia como se o próprio diabo estivesse quebrando meus ossos e rasgando minha pele, eu precisava de Sina para me exorcizar

Havia algo de bonito na trágica queda que ela me causou

Me perguntei se suas outras vítimas também estavam como eu, eu podia ouvir os corações quebrados palpitando, eles ainda esperavam por ela e ela não pretende voltar

Meu corpo gritava por Sina, formigava por ela e latejava por ela, eu estava idiota por ela, eu era seu mais novo cachorrinho, ela mandaria eu ir e eu iria cegamente, pois amor, eu sou um idiota por você

Eu não iria deixar Sina Deinert chegar como um furacão, me fazer quebrar minhas típicas regras e ficar por isso mesmo, isso teria um troco.

Ela finalmente iria sentir o que senti.

Iria provar do que eu provei.

Iria ser a minha vítima.

Abri a porta do quarto, fui até a parte aberta da escola e como o turno já havia acabado apenas alguns alunos andavam pela parte aberta da escola e me olhavam engraçados, eu estava quase sem roupa, mas logo entenderam o porque, abri a grandes asas negras e alguns olhavam fascinados, era a primeira vez que vinham um anjo tão de perto, subi pelo céu vendo todas aquelas luzes, cortei as nuvens e sorri ao sentir o vento bater em meu peitoral, me sentia livre

Quando cheguei ao chão, Deinert me olhava fascinada, a asas faziam uma grande sombra em seu corpo juntamente com a luz da lua

Ela se aproximou e me olhou como se estivesse me pedindo permissão para algo

você tem permissão para tudo, por favor me faz gritar, me faz gemer, me fez revirar os olhos, eu sou completamente seu

Assinto com o olhar e ela estende a mão alisando a grande asa, sorriu ao tocar nela e logo passou a mão pela outra

- São lindas - Ela disse ainda fascinada - Pensei que eram brancas

- É raro serem dessa cor, negras, mas acho que nasci para raridade

- Talvez - Ela diz agora passando a mão pela minha clavícula e eu recolho as asas

- Não tente fazer isso

- O que eu estou fazendo? - Ela diz em quase um sussurro, não Deinert, estamos em público mas que merda

- Já teve sua vingança, já aprendi meu erro

- Você sabe que ainda não acabou

- Eu?

- Um de nós vai perder isso, somos como pólvora e você o pavio, apenas precisa adicionar alguma fricção

- Você pensou sobre a tarde ontem não pensou? - Pergunto e juro que pude sentir o coração de Sina bater mais forte, mas ela não respondeu, apenas sorriu, me fazendo pensar tantas coisas, imaginar tantas cenas

- Acho que você é meu novo vício

- Eu sou isso para você? Um vício?

- E tem asas legais - Ela diz e eu rio

Mesmo que ela não dissesse eu via, seus pelos arrepiados

Seu coração descompassado.

Suas pernas contraídas.

Seu corpo enrijecido.

Eu tinha poder sobre ela
e eu usar isso contra ela mesma

Era hora dela provar do próprio veneno