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syringa vulgaris: conhecida simplesmente como lilás. Sendo suas pétalas da cor sob a qual elas são nomeadas, representam o primeiro amor.
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#𝟎𝟒
Definitivamente estava experimentando um daqueles momentos em que as memórias de sua própria vida parecem deixar seu peito, desdobrando diante de seus olhos.
Podia sentir cada um com as pontas de seus dedos se quisesse, apenas precisava esticar um pouco as mãos.
A primeira vez que sua mãe calmamente explicou o que era o amor verdadeiro, o por que de temos vindo a este mundo, parecia tão real que de repente sentiu como se tivesse quatro anos novamente.
"Quando você encontrar tal pessoa, cada pequena coisa em sua vida fará sentido", seu pai costumava dizer.
Pôde ver ao longe todas as crianças em sua escola correndo e balançando nos balanços sob o céu cinza do outono, fazendo perguntas como "quem você acha que é?", "Será que é alguém bonito?"
Estavam animados com a ideia do amor, quem poderia culpá-los?
Em sua memória, pôde recriar os longos anos de secundária onde cada uma dessas criança cresceram, obtendo assim o nome de seus destinados em seus pulsos. Todos exceto ele.
Talvez não se importasse, não. Mas o olhar quebrado e a voz de seus pais quando ele completou dezoito anos, enquanto o médico anunciava "não há mais uma probabilidade de que seu pertencente se desenvolva", é uma espécie de marca que nunca será apagada.
Estava doente? Naquela época, não se sentia como se estivesse. Poderia amar seus pais, isso não é amor verdadeiro, afinal? Realmente precisava se apaixonar?
Quando perguntou "Papai, mãe, eu estou doente? eu sou uma pessoa normal?" E a única resposta que recebeu foram dois pares de olhos cristalizados, realmente compreendeu que era a verdadeira solidão.
Mas Jisung estava cansado de pensar nos momentos tristes, então decidiu viajar até aquele dia de primavera, aquele dia em que a luz do sol parecia fazer brilhar cada uma das coisas ao seu redor.
Com dezenovo anos trocou olhares com Lee Minho, o estudante de intercâmbio um ano mais velho que si.
Não sabia qual dos dois foi o distraído para dizer a verdade. Talvez fossem ambos. Mas, apesar disso, ao colidir contra o garoto seu nariz começou a sangrar. Por mais estranha que fosse aquela situação, não se importou com as gotas mornas que insistiam em escorrer por seu nariz, nem com os livros espalhados pelo chão ou o riso zombeteiro de seus companheiros.
A única coisa que importava era aquela sensação de torção em seu peito, como se cada um de seus sentidos tivesse sido roubado, e, de repente, tudo que ocupou sua mente foram os grandes olhos brilhantes e certos lábios rosados que se curvavam em preocupação.
Gostaria de poder esquecer a noite em que seu hyung o chamou animadamente, dizendo que ele finalmente havia conhecido Hyunjin, seu destinado.
Gostaria de poder esquecer as lágrimas, a destruição em seu quarto, o quanto doía. Mas não pode, e isso levava-o a primeira vez que vomitou flores.
Foi depois de como eles se beijaram. Teve que correr para o banheiro, e depois de minutos agoniantes sentindo aquele embrulho em seu estômago, vomitou apenas três tristes pétalas rosas que queimaram sua garganta.
Agora ali estava, sufocando-se, engasgando com a enorme quantidade de pequenas plantas de cada uma das cores que tentavam subitamente subir por sua garganta, incapaz de respirar.
Os braços de seu pai o envolveram enquanto ele o arrastava para o hospital, correndo desesperadamente por ajuda. Parecia realmente a última noite de sua vida.
Com o rosto roxo por asfixia e molhado de lágrimas e dor excruciante, Jisung apenas pediu baixinho em sua mente, caso Deus realmente existisse, que por favor, o deixasse morrer de uma vez.
