Festival dos erros e segredos

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Todo ano havia um festival na cidade, eram 4 dias de festa. Havia um desfile pela rua central, e minha guilda também participava, mas o que tornou esse ano especial foi que dessa vez a abertura para os festivais foi no salão cerimonial da guilda dos dançarinos de prata. Foi uma loucura, recebemos a ajuda de outras duas guildas, a guilda mamba negra e dos sacerdotes. Você sabe o que um sacerdote faz, então não vou falar sobre eles, mas sobre a mamba negra, tinha um líder peculiar. Era composta por ladrões, as vezes pareciam até ninjas, mas não chegavam ao meu nível.

Com o passar do tempo me tornei amigo do Hélio, ele me ensinava muita coisa, e uma delas era que, não precisava ter medo da guilda mamba negra, pois eles eram nossos "filhos". Eles surgiram dentro da nossa guilda, os mais velhos, e os líderes já foram dançarinos de prata.

Se você for bom em observação, ja deve ter notado que sou esquecido, mas tudo bem. Hélio é o filho mais velho do senhor Heliss, e o meu único amigo até então. Bom, eu estava responsável por guiar nossos visitantes e mostrar onde eles iriam dormir e, até que eu gostei de ser guia. Não sou um cara que fala muito, sempre estive só, então não tinha com quem conversar, muito menos sabia como fazer isso. Ai você se pergunta, "quem foi o louco que colocou um mudo para ser um guia?" Se você for rápido ja terá alguém em mente, caso seja lerdo como eu, o nome do louco é Marcos Baltazar, também conhecido como ancião supremo. Não sei porque, mas acho que ele gostava de mim, ou simplesmente tinha medo por eu ser um cachorro briguento de rua, vai saber.

- Bom esse quarto aqui é o de vocês. -apresentei de forma educada o quarto para algumas garotas-
- Obrigada. -responde uma sacerdotisa com as bochechas bem rosadas-
- Posso falar contigo? -me pergunta uma ladra-
- Se for rápido, pode sim. -curto e grosso-

Eu já havia deixado todos em seus quartos e apresentado boa parte de todo o local, então estava com as duas últimas pessoas, uma sacerdotisa de pele clara e olhos azuis, seus cabelos eram negros e longos. A outra era uma ladra, era morena clara, porém eu diria que ela já foi mais clarinha, sei lá. Tem olhos claros, acho que era castanho, não sei, dependendo da luz que refletia em seus olhos eles mudavam de cor. E seu cabelo era curtinho, mas ela ficava a maior parte do tempo com ele preso, como um coque. A sacerdotisa possuía um pequeno escudo de madeira em suas costas e uma espada no seu quadril, usava uma brunea como armadura já a outra garota apenas uma armadura de couro e, não parecia está armada.

- Você é um dançarino certo?
- Sim, por que?
- Seu cabelo não te atrapalha?
- Bastante.
- Imaginei, vem cá, deixa que eu te ajudo.

Ela pegou meu cabelo e amarrou. Disse que era um rabo de cavalo, obviamente eu entendi nada, mas ela parecia saber o que estava fazendo, então fiquei calado.

- Seu cabelo é maior que o meu, e é lindo, você deveria cuidar melhor dele.
- Cuidar melhor do meu cabelo? -eu realmente não fazia ideia do que ela estava falando- mas por que está me ajudando?
- Simples -ela termina de amarrar meu cabelo e fica na minha frente- o nome dela é Karine.
- Quem?
- O da menina que está comigo, ela é minha melhor amiga.
- Sim, mas o que isso tem haver com o meu cabelo?

Por um momento ficamos nos encarando, ela parecia não entender algo, e eu muito menos, ela então começou a rir. Eu estava começando a achar que ela era louca.

- Acho melhor -ela se aproximou um pouco- você não ser tão grosso assim com ela, se não, eu te mato. -ela parou de rir e falou bem sério-
- Vamos começar de novo -dei um passo para trás- me chamo Haru, qual teu nome?
- Prazer -ela estende sua mão direita- sou Karla, e explicando tudo de novo, você não percebeu como ela estava te olhando, não é?
- Desculpa -fiquei olhando pra mão dela- mas não deveria ser a outra mão?
- Acho que não -ela olhou para a própria mão- minha mãe disse que o certo é com a direita, você nunca cumprimentou alguém?
- Não... Outra dúvida, como ela estava me olhando?
- Pelos deuses garoto, enfim, conheço ela muito bem para saber quando ela gosta de algo, e não sei porque, mas acho que ela gostou de você.
- De mim? Espera, o que isso quer dizer?

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