"Dias de castigo"

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Por mais que não tivéssemos percebido, já havia passado algumas horas. Adivinha, eu me esqueci completamente que tinha um compromisso com o senhor Baltazar quando a cerimônia acabasse. Demoramos para voltar porque Karla quis ver algumas coisas no centro, e tinha muitas coisas para serem vistas. Não achei uma má ideia, embora meus ouvidos discordassem de mim mesmo, e quando voltamos quase que me fodo. Para começar, quando chegamos perto do muro fomos cercados por quatro homens que surgiram do nada, deu muita merda. Primeiro, eu estava desarmado, segundo, estávamos no escuro, ou seja, Karla não ia poder fazer muita coisa. Por último, mas não menos importante, eles estavam armados.

  - Hora de morrer pequena besta. -diz um dos dois que estavam na nossa frente-
  - Se isso for uma ameaça, saiba que mais pareceu com um elogio.
  - O que?
  - Oi?
  - Está brincando com a minha cara?
  - Estou? -vocês lembram da primeira regra de um ninja? Se preparem para o show-
  - Seu filho de uma... -antes que ele terminasse, uma pedra o acerta por trás, bem na nuca, com forca o suficiente para ele desmaiar-
  - Mas o que? -diz o outro da frente-
  - Haru agora! -Karla havia passado por eles sem ser notada e já estava em cima do muro-

Passei correndo por ele e consegui pegar uma adaga que estava na sua coxa. Corri em direção ao muro, subi o mais rápido possível. Graças aos deuses, no segundo passo que dei no muro meu pé vacilou, eu ia cair, mas Karla me estendeu sua mão bem a tempo. Ela agarrou firme minha mão e me puxou, quando olhamos para trás, eles haviam desaparecido.

- O que foi isso? -pergunto-
- Infelizmente acho que sei quem são eles. -estranhamente ela parecia um pouco mais branquinha-
- Tá tudo... ei, você realmente sumiu naquela hora, como fez isso?
- Anos de prática, e que tipo de distração foi aquela?
- Foi muito boa, não foi?
- Muito -ela sorri- mas, como sabia que eu voltaria pra te ajudar?
- Não sabia -dei de ombros- mas obrigado por voltar. -mostrei meu melhor sorriso, até fechei os olhos-
- Você é realmente estranho Haru, vamos logo.

Saltamos do muro e mudamos um pouco nossa rota. Achamos melhor passar por cima das galerias, saltando de telhado em telhado, até chegar perto do portão principal. Assim daria a entender que havíamos entrado por lá, e passado pela praça central da guilda. Ou seja, quem fugiu? Depois de realizarmos nosso plano, que inclusive deu certo, a gente se separou ela para o quarto dela e eu para o meu. Foi tudo muito fácil, eu não me toquei sobre, vacilei, e isso me custou caro.

Quando eu estava chegando na porta do meu quarto, senti um cheiro estranho, mas não tive tempo de reação. Colocaram um saco na minha cabeça, e me acertaram com força, apaguei. Me levaram com uma delicadeza divina, como eu sei? Meu corpo estava muito dolorido quando acordei. Para onde me levaram? Novamente, só descobri quando acordei, e sinceramente, eu preferia ter morrido no beco. Acordei de joelhos com as mãos algemadas atrás do meu corpo, eu estava no templo sede dos dançarinos de prata. Na minha frente estava o líder da guilda mamba negra e o senhor Heliss ao seu lado, mais ao canto o ancião supremo e Karla. Atrás de mim estavam dois dos homens, Hélio vinha se aproximando com duas espadas na cintura... aquelas duas espadas...

  - Então, este é o culpado? -fala o líder da guilda calmamente-
  - Haru... -Heliss não queria acreditar- você...
  - Não é culpa dele! -Karla gritou interrompendo o senhor Heliss-
  - Calada! -o pai dela grita de volta- depois eu converso com você!
  - Já acharam a garota? -era uma voz feminina que se aproxima pelas minhas costas-
  - Haggata -diz o senhor Heliss- junte-se a nós, por favor.
  - Então Heliss -a voz desse cara tava começando a me dar nojo- como vai ser, você decide ou eu?
  - Acho que ele deveria saber o que está acontecendo -diz o ancião supremo- Haru, sabe por que está aqui?
  - Não.
  - Como não! -o pai de Karla grita e vem na minha direção com uma postura agressiva- você sequestrou minha filha!
  - Espera, eu não...
  - Haru, não minta. -o senhor Heliss me interrompe-
  - Ele não está -a voz de Karla nesse momento saiu meio trêmula- fui eu...
  - Karla, se você falar mais uma vez -ele parecia um cachorro raivoso tentando falar enquanto rangia os dentes- eu vou ai e te calo. -ele respirou fundo e voltou a me olhar- Então quer dizer, que você sequestra minha filha e ainda tem a audácia de voltar para este local!? Que espécie de burro é você?
  - E que espécie de covarde é você? Que manda 4 homens bem armados para assassinar uma criança em um beco escuro?
  - O que você disse!? -ele grita e põe a mão na espada curta que estava no seu quadril-
  - Acho melhor se acalmar. -o ancião supremo se põe na minha frente-

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⏰ Última atualização: Jan 28, 2022 ⏰

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