Capítulo Um

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O toque estridente do despertador fez-me levantar num pulo

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O toque estridente do despertador fez-me levantar num pulo. Após desativar o alarme que não parava de tocar, dirigi-me ao banheiro para que pudesse tomar banho, mas não sem antes observar o céu lá fora pela janela. O clima estava frio e nublado, o céu cinzento e com poucas nuvens se derramava sobre a cidade. Alguns fracos raios de sol se infiltravam pelas nuvens opacas e atravessavam a janela, iluminando um ponto específico do meu quarto.

Fazia quatro meses que mamãe e eu nos mudamos para cá. Depois de seu divórcio, há um ano, Angelina teve dificuldades para se restabelecer na minha cidade natal na Califórnia, e após conseguir um emprego melhor aqui não pensou duas vezes em finalmente poder sair de perto de seu ex-marido e mudar-se. Infelizmente nossa família e alguns amigos também foram deixados para trás, mas era o melhor a ser feito para que pudéssemos recomeçar.

Desde que nos estabelecemos em Marquette, no Michigan tive dificuldades para me adaptar ao clima frio e triste que assolava a cidade e à nova escola repleta de ricos mimados que se acham melhores que o resto do mundo.

Havia ganhado uma bolsa de trinta por cento e como nos últimos tempos todo o foco da vida de Angel tem sido em mim, ela não pensou duas vezes em aumentar suas cargas de trabalho para poder me dar uma educação de qualidade.

Após sair do banho, vesti a roupa que se encontrava em cima da cômoda que tinha sido posta ali na noite anterior, e fui até a cozinha preparar algo para comer. A este horário minha mãe já estava trabalhando no hospital, onde ficaria até a noite.

Abri a geladeira e constatei que precisávamos fazer compras. Peguei o restante do leite que tinha e passei geleia em algumas torradas antes de sair de casa e caminhar por trinta minutos — quinze, se eu andasse rápido — até a escola.

A American Marquette High School (MHS) era um instituto referencial da cidade e também uma das mais caras do estado. A maioria dos estudantes são filhos de empresários, políticos ou qualquer pessoa com dinheiro o suficiente para pagar o melhor ou mais estimado.

O percurso foi calmo. Caminhei observando as construções antigas e sentindo o cheiro das folhas que o vento trazia às minhas narinas, sob fracos e inconstantes raios de sol. No meio do caminho, entretanto, um Dodge Hellcat conversível parou no semáforo no momento exato em que eu passava ao lado. Alguns dos garotos que estava dentro do carro azul tiffany acharam que seria legal fazer comentários sobre minha beleza ou o tamanho da minha bunda. Ao ouvir os risinhos idiotas e as insinuações que não eram bem vindas, apressei o passo para cruzar a esquina e mostrar-lhes meu lindo dedo médio.

Após este ocorrido, cheguei à escola alguns minutos antes do sinal tocar e logo encontrei Samantha com mais algumas pessoas sentada perto das árvores que ficavam na frente do edifício. A morena logo acenou pra mim e me dirigi até o grupinho, sentando um pouco afastada dos demais e sorrindo como comprimento.

— O dia hoje está lindo, não acha? — Sam disse e assenti sem conseguir entender como alguém em sã consciência chamaria aquele céu acinzentado de bonito. — Então, Luna... você já escutou a nova música do Justin Bieber? — voltou sua atenção para as duas meninas e o garoto que estava com ela e voltei meus olhos até a calçada onde os alunos também chegavam.

Correndo Contra o TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora